terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Natal e crianças

Cansada aqui de raciocinar sobre coisas sérias (estou fazendo a análise de mídia de novembro), parei um pouco pra falar sobre momentinhos meigos que só as crianças são capazes de protagonizar. Véspera de Natal, Alice pelos cantos da casa, meio preocupada, calada. Perguntei o que havia, afinal, ela estava em contagem regressiva para o evento, ansiosamente aguardado. "Mãe, e se Papai Noel não me der o que eu pedi?" Silêncio. "Por que ele faria isso, filha, você não foi uma boa menina este ano?" Silêncio mais demorado. E ela calculando o tanto de trela versus o tamanho do presente que pediu. "Bom, mas pode ser que ele dê uma outra coisa, mais barata, né, mãe?" Pense na angústia da criança consciente. Final das contas, Papai Noel relevou as pequenas peraltices (eita, palavra vintage) e Alice ganhou o presente do jeitinho que pediu. O espírito do Natal estava no ar... :)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Confraternizando

Hay confraternizações e confraternizações. Tem aquelas que a gente vai por obrigação social - o famoso "tem que ir", e tem aquelas que a gente vai por gosto e prazer. As primeiras podem até surpreender, divertindo quando menos se esperava, mas as segundas, estas sim são reveladoras, e deliciosas. Ontem juntamos cinco amigas no Bar Central, que já estava lotado às 19h de gente que teve a mesma ideia, e nos divertimos muitíssimo. Gente que não se vê sempre, mas que cresceu junto, e que nessas horas resgata, sem esforço, a intimidade que, afinal, sempre teve. Valeu, ninas, vocês arrasam.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Volver

Uma vez postei essa música aqui. Tirei. Resolvi postar novamente, inspirada pela viagem que farei breve, já que a letra é do portenho Carlos Gardel, que primeiro a gravou. Inspirada também pelo ano que finda, e pela beleza das imagens que ele criou, e pelo significado delas, e pelo encontro que terei com minhas amigas do Damas logo mais. Vejam que linda, e ouçam a gravação de Estrella Morente, que é um espetáculo.

Volver

Yo adivino el parpadeo
De las luces que a lo lejos
Van marcando mi retorno...
Son las mismas que alumbraron
Con sus palidos reflejos
Hondas horas de dolor..
Y aunque no quise el regreso,
Siempre se vuelve al primer amor..
La vieja calle donde el eco dijo
Tuya es su vida, tuyo es su querer,
Bajo el burlon mirar de las estrellas
Que con indiferencia hoy me ven volver...

Volver... con la frente marchita,
Las nieves del tiempo platearon mi sien...
Sentir... que es un soplo la vida,
Que veinte años no es nada,
Que febril la mirada, errante en las sombras,
Te busca y te nombra.
Vivir... con el alma aferrada
A un dulce recuerdo
Que lloro otra vez...

Tengo miedo del encuentro
Con el pasado que vuelve
A enfrentarse con mi vida...
Tengo miedo de las noches
Que pobladas de recuerdos
Encadenan mi soñar...

Pero el viajero que huye
Tarde o temprano detiene su andar...
Y aunque el olvido, que todo destruye,
Haya matado mi vieja ilusion,
Guardo escondida una esperanza humilde
Que es toda la fortuna de mi corazón.

Volver... con la frente marchita,
Las nieves del tiempo platearon mi sien...
Sentir... que es un soplo la vida,
Que veinte años no es nada,
Que febril la mirada, errante en las sombras,
Te busca y te nombra.
Vivir... con el alma aferrada
A un dulce recuerdo
Que lloro otra vez...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Bizarrices

Existe coisa mais feia do que uma pessoa muito gorda a bordo de uma moto? Me desculpem a pergunta politicamente incorreta, minha gente, mas é feio demais. Resolvi listar por aqui as coisas mais bizarras que tenho visto ultimamente, e elas não são poucas. Bizarras são aquelas pessoas que derrubam a colher das comidas em self services pra dentro do prato, preenchendo com milhares de bactérias de diversas origens o que em breve será servido a outrem.

Bizarro também é o batom de Marília Pera na novela das seis. Bizarra é a menina que faz parte do meu grupo de dança, que não consegue acertar nem dois pra lá dois pra cá e se arvora a querer dançar flamenco, atrapalhando todo mundo com sua falta de noção. Logo flamenco. Já botei ela pra fora do tablado uma vez, se precisar farei-o novamente. Bizarros são os jornalistas que nos ligam às 18h10 de uma sexta-feira querendo porta vozes para suas matérias de domingo. Hein?

Bizarros são os alunos que copiam matérias do NE10 achando que eu não vou perceber. Bizarra é a fila nas Lojas Americanas por estes dias pré natalinos. Bizarro é o preço da casa da Barbie que vou ter que comprar pra Alice esta semana. Bizarra é essa obrigação de colocar moedinhas em caixinhas de natal em toda esquina que a gente para. Bizarro é um colega de trabalho querendo puxar uma DR com outra colega de trabalho, sendo que a coitada mal conhece o cara. Pelamordedeus.

Ano que vem, desejo que o mundo seja menos povoado de bizarrices, e mais povoado de coisas e pessoas finas e elegantes. Amém!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

De acertos e desacertos

Acabo de chegar da praça do Arsenal, onde fui comprar uma tapioca, e já comecei a sentir aquela leseira que me acomete nos momentos que antecedem o carnaval. Não sem motivo, porque agora, nesse instante, tem um bloquinho passeando por lá, ao som de uma orquestra mais ou menos. Mesmo assim, tá tão bonitinho, um grupo de pessoas de amarelo meio bêbadas, cantando as músicas do nosso cânone carnavalesco... Já me deu saudade, posto que em 2012 não estarei por aqui para curtir a folia - ideia minha, vamos eu e husband a Buenos Aires, que não conhecemos, para umas merecidas feriazinhas a dois. O ano foi puxado, e nossa última viagem "venceu", palavras dele.

Como não será uma viagem a Maceió, sinto que serei feliz então, embora sempre fique meio assim de não estar no Recife em fevereiro. Bom, mas já estou pelos blogs da vida catando os programas que faremos, os lugares mais legais... Tô adorando a ideia de passar oito dias sem praticamente falar no celular e checar email. Bom, mas estava falando de acertos - de marcha, de vida... Há momentos em que os desacertos chegam e nos deixam tão chateados que impedem a gente de ver o tanto que acertamos antes.

Não deixemos, então, que o que está além do nosso alcance possa nos impedir de comemorar o que já construímos. O sucesso está na trajetória, até porque o fim do caminho - este é igual pra todo mundo.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pausa

Cheia de coisas pra fazer, mas estou precisando dar uma parada para minhas escrivinhações. Eita, comecei a escrever este post, tive que fazer algumas das muitas coisas supracitadas, voltei a ele depois de umas duas horas... Mas vamos ao que interessa.

Andando pelos meus muitos engarrafamentos diários, aprendi a relaxar um pouco diante do inevitável e passei a observar o entorno dos trajetos que percorro. Estou descobrindo como o Recife é grande, como existem lugares que a gente não conhece (pelo menos eu não conhecia). Eu, que andava no ônibus Barro-Macaxeira quando era universitária e achava essa linha a top trend do subúrbio, a mais suburbana entre as linhas suburbanas do universo, venho percebendo que a Macaxeira é um dos bairros mais agradáveis do percurso 100% avenida Norte que é meu caminho cotidiano.

Meio que, assim, o lado B de Apipucos, a Macaxeira, pelo menos o trecho que consigo visualizar de dentro do carro, é arborizada, calma, tão bonitinha. E ainda tem aquela fábrica linda, que está acabada, mas ainda é linda e dá charme todo especial àquele trecho da cidade. O gov disse dia desses que a fábrica será um parque e também funcionará como escola técnica; assim seja. Morro de vontade de parar e entrar lá toda vez que passo na frente. Sei lá porque, convivo com uma atração irresistível por coisas e pessoas vintage. Devo ter alma velha, como diz minha avó espírita. Triste é quando a alma vai se encontrando com o corpo, num processo de adequação que... Aimeudeus.

36 - registro ao presentinho riqueza que ganhei das minhas meninas grandes no aniversário. As fofas compraram pra mim um vale massagem relaxante na Loccitane, que já é um ambiente relaxante per si, além de cheiroso e bonito que só. Tô em desespero pra gastar logo meu presente, mas me segurando e economizando a vontade até que o fim do ano esteja um poquito mais próximo. Será meu momento ritual de boas vindas a 2012. So good. :)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cumpleaños

Aniversário chegando e eu sigo em dúvida sobre o que fazer, se farei algo, ou se aproveitarei para celebrar em petit comitê, como diria a coleguinha Roberta Jungmann. Em casa, creio que darei um tempo nas recepções, visto que meu lar tão lindo anda precisando de um respiro. Foram muitas visitas, embaladas pela propaganda que eu mesma fiz dele. Não estou reclamando, aliás, apenas reconhecendo a minha necessidade, e da minha casinha, de recolhimento.

Deverei e quererei ver os amigos no cumpleaños, mas o formato, ainda está em aberto. A propósito, aquela minha intenção de conviver com os vizinhos, confraternizar com eles, visto que agora moro em casa (e ela é geminada), deu em nada, tenho que admitir. Continuo meio antissocial pra essas coisas, e quando passo da porta, tudo o que menos quero é ver vizinhos, muito menos que eles entrem comigo em casa... Fazer o quê?

A idade faz a gente aceitar as próprias limitações. Alguém me disse isso, já que não tenho idade para conviver com tal tipo de reflexão.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Irresistível


Essa foto tinha que estar no blog da titia.
Pense numa coisa mais linda do mundo!


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Afe

Minha gente, não está sendo fácil, como já diziam Ana Rosa e Kátia, a cega. Será que agora o tema trânsito, além de tomar horas do meu dia quando estou no carro, também vai monopolizar os meus posts tão raros? Infelizmente, terei que registrar os momentos de horror que vivi ontem, nas ruas do nosso Recife. Tudo por causa de um jogo besta, pelamordedeus.

Eu e Luisa, uma das jornalistas da minha equipe, demoramos mais de uma hora entre o Recife Antigo e o Instituto Cervantes, no Derby, um trajetinho de 10 minutos, se muito. Morrendo de fome, nós duas jantamos um pacote de pipoca de engarramento - aliás, oportunidade de negócio pros empreendedores: vender coisinhas de comer mais interessantes que pipoca, e também alguma coisa de beber. Comidas de praia podem ser a inspiração. Bom, mas por enquanto, só os vendedores de pipoca tiveram visão empreendedora, e nos entalamos com elas mesmo, a seco.

Sete e quinze da noite, os torcedores do Náutico desciam dos ônibus no Capitão Temudo para ir a pé aos Aflitos. Fala sério, bem se vê que esse povo não frequenta o estádio do time deles - de Joana Bezerra pro Náutico é loooooonge, galera. Vi também muitos alvirrubros que nunca havia visto na vida, pessoas menos brancas e menos gordinhas que os torcedores do Náutico costumam ser. Onde estava esse povo? Mais adiante, grupos de homens corriam juntos, feito uma horda de bárbaros. Dava medo e pena, ao mesmo tempo. Como assim tanto esforço por causa de um jogo? Nunca alcançarei, e fico muito feliz por isso.

Pelo menos, o danado do Náutico ganhou e a gente não ficou com aquela sensação de "tanto sofrimento por nada". Não, minha gente, eu não torço pelo Náutico. Aliás, torço para o futebol ser abolido do planeta, mas creio que torço em vão. Afe.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O trânsito

Estou traumatizando com o trânsito que pego todo dia para ir à secretaria ou à faculdade, depois que me mudei pro sítio. Pior é que já sei que obras de mobilidade causam... problemas de mobilidade. Temos que sofrer um pouco pra depois aproveitar as melhorias, ok, mas que é difícil, é, minha gente. Ainda bem que eu já vi o vídeo da Setra, e tô apostando na capacidade de realização desta gestão. Assim sendo, quem mais vai andar de BRT sou eu.

Tô me adaptando, tentando descobrir caminhos alternativos, enfim. Hoje, além de errar na escolha (peguei a alça nova do Capitão Temudo, mas a Imperial e a Av. Sul estavam congestionadíssimas. Melhor seguir pelo Cabanga mesmo), meu pneu estava baixo, e os solidários do trânsito achavam de me avisar isso o tempo todo. Haja saco. Devia ter um cartaz pra essas ocasiões, que a gente comprasse no Detran, com os seguintes dizeres: "Já sei". Evitaria muitos aborrecimentos.

Aliás, gente que mora pro meu lado - Caxangá, Dois Irmãs, Apipucos e adjacências - aceito sugestões de rotas.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sweet Home

A contragosto, temo que precisarei concordar com meu amigo secretário: tudo leva a crer que talvez eu tenha mais roupas do que eu pensava que tinha... A mudança, realizada nesta sexta-feira, levou-me a esta reflexão. Fiz um closet no meu quarto novo, e ele ficou bem espaçoso. Ainda assim, meu cabide de vestidos está meio apertado. Eles (os vestidos) estão meio juntinhos demais uns dos outros. Mas consegui arrumá-los, anyway.

Comprei caixas, muitas caixas, e elas estão sendo a salvação da pátria. Mesmo assim, vou ter que comprar mais. Não sabia também que tinha tanta fantasia de carnaval guardada. Dá pra viabilizar um bloco, sem precisar adquirir nenhuma máscara sequer. Bom, mas guardando, guardando, arrumando e jogando no lixo o que é do lixo, minha casinha está ficando linda. Devagarzinho, estamos conseguindo nos livrar das caixas (as da mudança) e arrumar nossas muitas tralhas em seus devidos lugares.

As meninas já fizeram amigas e vivem fora de casa, brincando. Viva, até que enfim, infância normal para as minhas bichinhas. O senão são as muriçocas, muitas. Mas nada que repelente e vela não resolvam :)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A mudança

Finalmente, estou de mudança. Depois de muuuuuita confusão, entraves burocráticos das mais diversas naturezas, greves e que tais, estamos arrumando as malinhas, malões e maletas. A casa está semipronta, faltam poucas grandes coisas (como a infra do quarto do casal e a reforma de alguns móveis) e muitas pequenas coisas, tais quais varal, boxes, granitos... Enfim, vamos ajeitando aos poucos, adequando a ansiedade às possibilidades do bolso.

Anyway, já estou visualizando como vai ficar tudo, curtindo o momento. Gosto de enfeites, de cores, de decoração charmosa. O estresse com obras e com os gastos é inevitável, mas também tem diversão no meio do processo todo - ainda bem, senão era capaz da gente explodir. Mais tarde, tenho que comprar um fogão novo e um depurador de ar. Tem que ser fogão com cinco bocas, por causa da chama mais forte que fica no meio e do forno grande. Preciso também de acessórios pra banheiro, e de tapetes. E de um conjunto de móveis pro terraço. Aliás, estou amando ter terraço, despensa, quintal e jardim. Tudo pequenininho, mas tudo meu. Luxo só.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Coisinhas

Credo, essa semana voou, e  eu não consegui escrever nada em meu bloguicho. Muitos eventos e acontecimentos de trabalho e, thanks God, sucesso em todos eles. Noves fora um pintor energúmeno que conviveu conosco por alguns dias, a semana foi até bem legal, produtiva, afetiva. Revi uma amiga que agora só vive voando, encontrei queridos por acaso. Só não consegui fazer a unha, o que é sempre motivo de pesar.

Infelizmente, porém, tive que lidar com uma jornalistinha nojentinha e burrinha, que conseguiu torrar o saco do sweet Fred Amâncio - quem conhece Fred sabe que é preciso bastante pra tirar a paciência dele. Menina problemática, coitada, deve reunir problemas cognitivos e de comportamento ao mesmo tempo. Sorte a minha que trabalho com uma equipe de jornalistas top e não preciso passar por isso no meu dia a dia.

Tenho pena desse povo que acha que estar em redação é prerrogativa de inteligência e prestígio. Eita, foi-se o tempo... Eu mesma corro deste universo, acho que já disse isso aqui uma vez. Seres arrogantes geralmente são os mais incapazes e inseguros. Azar o dela, sorte a minha. :)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Por que no te callas?

Minha filha Júlia, 12 anos, num lampejo de indignação, postou no facebook: "porque as pessoas têm sempre que dizer alguma coisa?" Mais tarde, perguntei a ela o porquê da frase, e ela respondeu que quis dizer que, mesmo quando as pessoas não têm nada a dizer, sentem-se na obrigação de dizer qualquer coisa só pra ocupar espaço no face. Faz sentido.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Burrocracia

Céus. Não estava espiritualmente preparada para viver um mês tão desgraçadamente desagradável como esse. Todos os problemas do mundo resolveram virar os meus problemas de uma vez só. Como sempre, nada acontece em minha vida de maneira fácil, tranquila, e assim sendo, mais uma vez tenho que percorrer o caminho mais difícil e complicado para alcançar um objetivo. Nunca foi diferente, porque haveria de sê-lo justo agora?

Os caminhos da burocracia brasileira se encontraram com os meus e eles não se largaram mais. Listando: detran, exame de vista pro detran, caixa econômica, expresso cidadão, caixa econômica de novo, receita federal, correios, cadastro, casa lotérica, cartório. Tudo em minúscula, que esse povo todo juntando não merece uma maiúscula sequer do meu teclado. Coisas que poderiam ser resolvidas rapidamente, viram périplos sem fim por causa da burrice extrema do sistema, reproduzida pelas pessoas obtusas que habitam estes espaços, gente massacrada pelo tédio e pela falta de uso do cérebro.

Eita, nós. Horas atrás, tive uma crise de choro no carro, principalmente pela sensação de ser refém dessa situação. Não há palavras pra expressar o quanto tudo isso me irrita. Gente rica passa por isso, será? Duvido. Se eu fosse uma criatura crente, ia tratar de ser a melhor pessoa do universo pra ver se nasço rica, linda e desocupada na próxima encarnação. Ok, gosto bastante do que vejo no espelho e meus neurônios funcionam a contento, mas de que adianta inteligência neste momento em que me encontro? Não vale um tostão.

É isso aí, já diziam Ana Carolina e Seu Jorge.

domingo, 4 de setembro de 2011

Traumatizando e destraumatizando

Das duas vezes em que tive filhos, jurei pra mim mesma que jamais engravidaria novamente. Adorava (e adoro) meus bebês, até hoje uma das coisas que mais gosto de fazer na vida é cuidar de crianças com menos de dois anos de idade. Mas detestei a gravidez, os enjôos, o peso, o fato de não ter nada que preste pra vestir depois dos seis meses de barriga, o pós parto, sempre melancólico... Buenas, mesmo assim, engravidei a segunda vez, e às vezes me pego com uma vontade danada de criar um menininho meu, com todo o Édipo a que ele teria direito.

Como toda vontade estranha, essa dá e passa, e não, não estou grávida de novo, minha gente. Ainda bem, tenho a minha fofucha sobrinha pra cuidar de vez em quando. Ela, alíás, esteve nos visitando neste sábado, e se comportou muito bem. Dormiu que foi uma beleza, que já tinha farrado muito a manhã inteira. Mamou, e dormiu de novo. Foi pra casa sem dar nenhum trabalho maior à tia, ao tio ou às primas, praticamente uma lady.

Voltando aos traumas, eles passam, é isso que quero dizer. Estive traumatizada com os estudos acadêmicos, muito por causa de um doutoramento passivo a que fui submetida por longos seis anos. Reconheço que, ok, o processo todo deverá render frutos importantes. Mas que foi demoraaaaaado, lá isso foi mesmo. Traumatizei, e duvidava se um dia eu, uma intelectual pouco ortodoxa, embora com muita vocação, teria condições psicofísicas de viver a trajetória de um doutorado pra chamar de meu.

O causo é que a mosquinha dos estudos profundos, da sala de aula, dos títulos e das bancas começa a me rondar. Gosto muito de estudar, essa é que a verdade, e quando penso em prêmio da loteria, só me vem um tipo de vida à cabeça - aquele em que terei tempo pra só me dedicar a estudar línguas, psicologia, filosofia, ciência política... Dançar um tanto, comprar umas coisinhas outro tanto, mas estudar, principalmente. E viajar, naturalmente.

Assim, estou olhando ao redor, mais uma vez. Pensando em que curso gostaria de fazer para completar minha formação, de que forma esse doutorado pode facilitar, agregar valor, contribuir para o trabalho que faço hoje no governo, que é a área da comunicação que mais me encanta, ao lado da sala de aula. Não nasci mesmo foi pra ser repórter, eita negocinho chatinho, ainda mais pra mim, que sou meio crítica demais e não me empolgo com essa besteira de furo, não tô nem aí pra nenhum famoso e não me encanto com os acessos e os jantares que a profissão teoricamente propicia. Tá bom, serei menos chata e direi que há muitos jornalistas - repórteres, sim - críticos, responsáveis e nada deslumbrados. Deixa pra eles a responsabilidade de catar a notícia da hora.

Tô pensando em algo que junte as duas coisas, comunicação e gestão pública. Vou pavimentar o caminho com calma, e começar a me preparar para a pedreira que vai ser conciliar minha vida a este movimento. Só não posso me acalmar demais, senão a vontade passa. Adelante, e avante.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Tá a cara do pai


Clarita está a cara de Pedroca nesta foto. 
Pense numa fofura (ela, é claro).



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Recaída

Depois do agito que foi esta semana e este fim de semana, fiquei novamente muito gripada. Não sei se foi o vento de ontem, a bebida da sexta, do sábado... Enfim, fato é que tossi a noite inteira, e por isso mesmo dormi muito mal. Estou sem voz, e se tento falar, tusso mais ainda. Assim, não fui à escola dar minhas aulas, mas daqui a pouco vou à secretaria, que já estou aqui de agonia, procurando o que fazer. Por isso, resolvi escrever este post. Acho que isso é quase uma doidice, esse não saber ficar quieta. Enquanto espero a hora de sair (me obriguei a passar um expediente convalescendo), vou buscando na net opções de cursos de inglês no exterior.

Muitos oferecem opções de hospedagem em casa de família, mas isso eu não topo, de jeito nenhum, que sou muito antissocial pra dormir no quarto de hóspedes de desconhecidos. Quero um apezinho tipo flat, bem localizado, e que me permita cozinhar pra mim de vez em quando. Depois de um dia de aulas, acostumando a mente a pensar só in english, não quero mesmo ter que dividir quarto, banheiro ou qualquer coisa com ninguém. Estou aqui procurando, e depois vou visitar umas escolas, pra buscar indicações seguras, separar o joio do trigo.

Tossindo o tempo todo, ai, que saco. Estou cansada, com uma certa falta de ar advinda deste movimento constante. Quando tiver novidades, conto mais, que esse negócio de ficar doente datou.

domingo, 28 de agosto de 2011

Desatando nós

Acabo de voltar da praia. Boa Viagem, pertinho da famosa barraca do pezão, eu, Clériston e as meninas tiramos o mofo de meses do inverno chuvoso e surpreendentemente frio que acometeu o Recife este ano. Apesar do vento, o programinha foi ótimo, simples e bom como as boas coisas da vida costumam ser. Antes, no sábado, estivemos no aniversário de Dani - pausa para o meu ensaio, quando iniciei meus estudos de baile com castanholas, e ainda dei uma entrevista - e em seguida fomos ao aniversário de Léo.

Meninas a tiracolo em ambos os programas natalícios, surpreendentemente, mais uma vez, elas se divertiram. Nós, que já estávamos nos divertindo a priori, adoramos ver as cricas curtindo as festas, embora a adolescência de Júlia não lhe permita admitir que gostou de nos acompanhar. Encontramos muitos queridos, rimos muito com Alice causando na pista de dança, voltamos pra casa ainda cedo. Que bom, porque adoro festinhas diurnas, aliás.

Mais um passo atrás, sexta-feira. Combinei com meu chefe que não ia acompanhá-lo na foto número 1 da vida dele, não sem antes deixar tudo em cima, na agulha. Deixei tudo pronto também para o debate na CBN, ao qual ele (the boss) não iria poder comparecer. Fechei as pautas da revista, mandei todos os emails, avisei a todo mundo que estaria ausente então. De manhã, acordamos cedo, às 6h, e logo levantamos. Clériston saiu antes, eu depois, no outro carro, para assistir à defesa de tese dele, depois de seis anos de ingresso no doutorado.

Sobre o dia histórico, eu costumava dizer ao marido doutorando que enquanto não terminasse essa tese, nada mais na vida dele iria caminhar pra diante. E na nossa, por consequência. Era uma observação, inclusive, mística, porque eu vinculava (e vinculo, ainda) a não conclusão da tese à algumas greves, acontecimentos, entraves, burocracias, enfim, fatos que atrasaram a resolução de coisas da nossa vida prática. Ele dizia - "não sabia que eu tinha tanto poder. Quem já viu, agora é minha culpa que a prefeitura está em greve?" E eu respondia que a coisa toda estava atrelada a um movimento universal que não podemos explicar de forma racional. No creo en brujas, pero...

A partir de amanhã, veremos quem estava certo, afinal. Aposto que todos os nós vão desatar, assim, sem muito não sei quê. A tese foi defendida, com muito sucesso, aliás. A banca fez muito mais elogios que críticas, e dava pra ver o quanto o agora doutor conhecia daquelas palavras, daquele texto, aquela teoria, aquele objeto. Foi um momento muito lapidado, mas que, enfim, alcançou seu propósito, porque eu sei, acho que mais que todo o mundo, o quanto ele queria fazer um trabalho bom, de fato, e reconhecido como tal. Na academia, nossa fama nos precede - no sábado, encontramos a professora Nelly, que já tinha ouvido falar da qualidade da tese e do sucesso da defesa do dia anterior...

Depois, fomos todos ao Acalanto, barzinho delícia que agora se localiza no Poço da Panela. Só saímos de lá depois das 21h, bêbados (Clériston muito mais que eu). O sábado (dele) foi de dor de cabeça, mas sem peso no juízo. Agora - ufa, e finalmente - é olhar pra frente, pavimentando uma nova etapa da vida que começa. Congratulations, doc!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ay, amor - por Caetano


Amor, yo sé que quieres llevarte mi ilusión
Amor, yo sé que puedes también llevarte mi alma
Pero, ay amor, si te llevas mi alma,
llévate de mí
también el dolor,
lleva en tí todo mi desconsuelo
y también mi canción de sufrir.

Ay amor, si me dejas la vida,
déjame también
el alma sentir;
si sólo queda en mi dolor y vida,
ay amor, no me dejes vivir.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Queimadura

Há coisas nesta vida que incomodam, incomodam muito mais. Mas, descobri que eu não tinha realmente ideia do que é incômodo até me queimar, hoje de manhã, com açúcar derretido, e ficar com meu polegar esquerdo todo deformado. Dói, minha gente, dói que só o cão. Agora, perto das 18h, uma enorme bolha horrorosa está instalada no meu dedão, e cada um me diz uma coisa.

Sabidos me garantem que vou ter que ir no médico estourar a bolha. Pode ser. Só sei que não vou dar o dedo para o cachorro lamber, como me sugeriram alguns amiguinhos que têm muito apreço por mim. Inclusive, não imaginava que senhores tão distintos, detentores do futuro da locomotiva do Nordeste, fossem adeptos de crendices e superstições. Nada como situações limite para trazer à tona a real das pessoas.

Enfim, estou sofrendo, mas como a dor física tende a ser sempre menor que as dores da alma, tento me consolar lembrando que, pelo menos neste último caso, está tudo dentro dos conformes.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aventuras

Faz tanto tempo que não escrevo que já acumulei um monte de temas palpitantes. Vai ver, por isso mesmo, tudo palpita tanto ao mesmo tempo que faltou tempo pro blog. Mas vamos ao que importa:

1. Minha Alice, que fez aniversário domingo (parabéns, guapita), quase se aventurou junto às crianças aventureiras do Damas, e só não foi porque, na hora H, algo que dissemos - nós, os pais - serviu como freio. Não sei exatamente o quê, só sei que vou continuar com "blá, blá, blá",  que é como a pequena classifica nossos sermões periódicos. Não na nossa frente, é claro;

2. Meu dileto e mais fiel leitor me pede pra traduzir o que eu postar em espanhol. Aposto que é charme, duvido que ele não tenha entendido os ditos de Carmen Amaya, protagonista de um de meus últimos posts. Ainda assim, poderia atendê-lo, mas tudo vai depender do seu bom comportamento. Ainda estou com crédito, aliás;

3. Feliz que uma das minhas amigas recém separadas já arrumou namorado, embora ela negue. Só sei que alguém que convida o outro pra ir à igreja está namorando, ou então estou mesmo há muito tempo fora do mercado pra entender os novos códigos dos relacionamentos atuais. Enrola outra, minha filha!

4. No momento, estou enferma como nunca. Uma gripe daquelas que nunca mais havia tido me pegou de jeito, e justo num momento em que não dá pra parar - aulas começando, novos projetos de trabalho se consolidando... Triste. Tô arrasada, mas CDF como sempre, tentando dar conta dos compromissos. Sábado, chegue, please!!!!!!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Faxina

Eita, que faxina agora é palavra da moda, depois que a presidenta resolveu inclui-la em suas atividades planaltianas. Eu, no momento estou faxinando o tempo todo, por obrigação mesmo. Estou jogando papéis fora, encaixotando livros, limpando o escritório. Já que vou me mudar, estou aproveitando pra fazer a limpeza tão necessária, e muitas vezes adiada, desta minha casa de professores. Boa parte dos meus fins de semana vem sendo dedicados a isso.

Num desses momentos, encontrei trabalhos meus do mestrado. Um deles, corrigido pelo professor Sebastién Joaquin, um canadense radicado no Brasil que dava aulas de literatura e psicanálise. Nesta época, cerca de dez anos atrás, eu estudava na UFPE e adorava essa disciplina - psicanálise é um tema que me encanta. Escrevi sobre alguns conceitos de Freud e Lacan, e aqueles papéis, com as considerações em vermelho feitas pelo professor Sebastién, causaram em mim uma emoção próxima da saudade, misturada com orgulho por ter recebido elogios dele, criatura pela qual tenho profunda admiração. Estes, não jogo fora de jeito nenhum.

Não sei dele, não sei nem se ele ainda está vivo, mas me lembro muito das três horas de aula que ele costumava dar, sem power point, sem nada. Eu me esforçava pra entendê-lo, por causa do seu sotaque carregado, e saía de lá cansada, mas satisfeita. O que prova que os recursos tecnológicos são maravilhosos, sim, mas um bom professor é bom e pronto, ainda que fale embaixo de uma árvore e risque o chão com um pedaço de carvão. Conteúdo e capacidade de transmiti-lo é o que importa, afinal.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vida que vem e que vai

Certa vez, meados do ano passado, escrevi um post falando sobre meus amigos que estavam em vias de casar. Os que casaram, credo, separaram todos. Alguns dos separados já estão por se casar novamente, alguns namoram, outros fingem que não namoram; há ainda os que estão avulsos, por aí, circulando. Vida que segue, mas que é pouco natural, lá isso é. Nenhum destes casais viveu junto por mais de um ano. Conheço seis pessoas (isso mesmo, seis) que compõem este grupo dos casamentos relâmpago.

Tenho conversado com alguma frequência com um amigo (que não faz parte do grupo citado anteriormente) que está querendo casar com alguém que já casou. Problema? Sem dúvida, mas, tal qual essas pessoas que casaram ano passado, a parte comprometida da relação parece que vai abandonar o atual barco e embarcar no barco do meu amigo. Ele assim espera e a conjuntura aponta pra isso. Detalhe: o casamento é recentíssimo. Mais um que acaba sem nem ter começado direito.

Moral da história: não adianta tentar remendar com casamento aquilo que o namoro já não conserta mais. A lição é velha mas a humanidade teima em não aprender... Começo a pensar que o atual namoro é equivalente ao velho casamento - antigamente, o povo achava que tinha que ficar junto até que a morte os separe, com ou sem alegria, e agora, quem namora há muito tempo acha que tem que casar, a qualquer preço. Quem disse?

Não julgo e não aconselho a não ser que seja solicitada, até porque argumentos equilibradamente construídos dirigidos a alguém que não está raciocinando de forma lógica não servem de nada. Mas que um pouquinho de reflexão economizaria montes de lágrimas e de grana, não resta dúvida. Mais alguns milênios e acho que a gente chega lá, amém.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Meu vestido novo

Quarta-feira passada, estava numa secura daquelas pra dançar. Arrumei minha sacolinha de baile, botei no carro e cheguei a comentar com as meninas - "eita, ainda bem que hoje vou dançar, tô em crise de abstinência (no sábado anterior não havia tido aula)". Eis que fui fazer um exame e a médica me disse que eu tinha que ficar de repouso o resto do dia. Nada de dança.

A secura triplicou, mas fui recompensada. Sábado, quando cheguei no Cervantes, Dani, uma das minhas companheiras de baile, estava com uma bolsa bonitinha nas mãos, toda sorrisos. "Nossos vestidos", ela disse, e eu me lembrei do figurino lindo que havíamos comprado pela internet. O vestido ficou um espetáculo, lindo de morrer, e eu vivi um daqueles momentos mulherzinha que às vezes me acomentem, quando uma roupa nova e linda vira a tradução da felicidade da pessoa.

Louca pela roupa, comentei com Dani: "acho que dá pra sair com ele por aí, né não? Tu achas que o povo vai achar estranho?" Pelo olhar dela... Arrisco nada.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sobreviviré, de Remedios Amaya

Yo tengo el ansia de la juventud
Tengo miedo lo mismo que tu
Y cada amanecer me derrumbo al ver la puta realidad
No hay en el mundo, no, nadie más frágil que yo. 

Pelo acrílico, cuero y tacón

Maquillaje hasta en el corazón
Y al anochecer vuelve a florecer lúbrica la ciudad
No hay en el mundo, no, nadie más dura que yo
Debo sobrevivir, mintiéndome.

Taciturna me hundí en aquel bar

Donde un ángel me dijo al entrar:
'Ven y elévate como el humo azul, 
no sufras más, amor'

Y desgarrándome, algo en mi vida cambió. 

Sobreviviré

Buscaré un hogar entre los escombros de mi soledad
Paraiso extraño, donde no estás tu
Y aunque duela, quiero libertad, aunque me haga daño
Debo sobrevivir, mintiéndome. 

domingo, 17 de julho de 2011

Alegria

Chove, e o Recife está imerso num friozinho estranho, inusitado para os nossos padrões eternamente tropicais. A cidade obriga então a gente a estar coberto, circulando no interior de espaços fechados. O cenário é cinzento; melancólico, talvez, como os tons pastéis. Por aqui, no entanto, ando feliz, e as cores que me acompanham são fortes, solares. A semana teve saldo positivo, em vários aspectos. Mais não conto, até porque não sei o que mais (virá?). Bom é quando a gente se sente bem e só.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Lindona

Registro aos 30 dias de vida de Ana Clara,
coisa mais linda e querida da titia.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Movies

Engraçado como alguns filmes são capazes de balançar nosso coreto, enquanto outros são tão absolutamente esquecíveis. Ontem, fui ver "Meia noite em Paris", de Woody Allen. Tão bonitinho, tão descompromissado, mas ao mesmo tempo exigente - se adolescentes aculturados forem assisti-lo, naquele esquema "vamos-ao-cinema-não-importa-o-filme", provavelmente "voarão" durante boa parte do tempo. Ainda assim, não é um filme cabeça, pelo contrário. É leve e deixa a gente enlouquecido pra ir a Paris, de preferência no próximo avião.

Outro dia, estava zapeando e dei de cara com "Uma linda mulher" começando, nos letreiros. "Eita, não lembrava desse início", pensei. E fui assistindo... Vi até o fim, com uma emoção renovada. As teorias mais conhecidas dizem que mulheres amam esse filme porque têm complexo de Cinderela e querem ser salvas pelo príncipe encantado. Eu diria que todo mundo gosta desse filme porque todo mundo passa por momentos na vida em que o que mais deseja é que o outro seja capaz de resolver todos os seus problemas. Felicidade 100% garantida, e com firma reconhecida. Quem não quer?

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Paradigmas

De uns tempos pra cá, venho convivendo, por causa de circunstâncias profissionais e não profissionais, com pessoas mais novas que eu, ou bem mais novas que eu. Moças e rapazes nascidos nos anos 80, com os quais convivo e aos quais quero bem.

É uma mudança de paradigma pra mim, que sempre fui acostumada ao contrário, a estar em meio a pessoas mais velhas que eu. O fato é que sempre me interessaram a maturidade, a experiência, a cultura que só se adquire com o tempo. Confesso que era (e talvez ainda seja) um tanto intolerante com excesso de juventude, mesmo aos 20 e poucos anos.

Conversando com eles, às vezes ainda me pego pensando - Cristo, será que esse povo já leu alguma coisa que não estava postada no facebook? Mas já admito que eles têm direito às leseiras, às conversas bobas, a viver as etapas que são, afinal, próprias da idade. Faço aqui, no entanto, uma ressalva: essa turminha que passa a ser a minha turminha em muitos momentos da semana é diferenciada, é inteligente, é capaz e sabe o que quer da vida. Infelizmente, são absoluta minoria.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Não disse?

Eu não disse que era uma questão de definir prioridades? Findou que, de quinta pra cá, consegui ver a minha fofucha sobrinha três vezes. Mesmo assim, trabalhei que só, participei de vários eventos profissionais, levei minhas filhotas, que estão de férias, na mc donald's...

Engraçado como os homens acham uma coisa dificílima dispersar a atenção por várias atividades distintas ao mesmo tempo. O que seria de nós se não fizéssemos isso? Morreríamos de angústia ou de exaustão. Desde sempre convivo com a necessidade de botar um olho no padre e outro na missa, como se diz, e acho que mesmo sem precisar não consigo mais agir diferente. E isso me vale, aleluia.

Uma vez um namorado meu, que tive aos 15 anos de idade, acabou o namoro porque "tinha que estudar pro vestibular". Obviamente, não aceitei aquilo, porque eu também tinha um monte de coisas pra fazer, inclusive estudar. Como assim? Naturalmente, ele não passou no tal vestibular e eu logo arrumei outro namorado - o que muito o chateou. Como assim? Homens são estranhos - depois falam que as mulheres é que são dissimuladas, que dizem uma coisa querendo dizer outra.

A tal criatura achava, depois me disseram, que eu ficaria esperando o vestibular passar (ou ele passar no vestibular), que isso estaria no subtexto do término do namoro, e arretou-se. Paciência. Mais uma vez, aviso aos navegantes: NÃO leio subtexto. Deixo a atividade para os linguistas. Mesmo que às vezes fique tentada a querer entender as tais entrelinhas, aprendi há muito tempo que não vale a pena - porque o que não se diz, no fim das contas, quase sempre tem a ver com o que não se quer ou não se tem coragem de realizar, de por em prática. Portanto, pra que saber?

Voltando ao começo e chegando aos finalmente deste post meio sem ritmo, registro a riqueza que é Ana Clara, para quem a tia dela sempre vai achar um jeito de ter tempo.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Escrava sem perspectiva de desescravizar

O título do post parece pouco alvissareiro, e é mesmo. Estou a cada dia me sentindo mais besta e mais pobre coitada por causa do celular. La questión é que nem quando eu tenho direito (e quando não tenho, ora bolas?) consigo me desconectar do diabo desse telefone, porque acho que ele vai tocar a qualquer momento e tenho que estar atenta. Estou escravizada, e percebo isso mais fortemente a cada dia, nos feriados, fins de semana, à noite. Horas em que, a priori, eu poderia não ouvir alguma ligação e tudo bem.

Mas não fica tudo bem porque acho que pode ser alguma coisa importante. E eu sofro pensando que posso estar em dívida com alguém. Saco. Sempre é importante... pra criatura que está ligando, não pra mim. Pra mim, pode ser ou não importante, e mesmo assim aquele sonzinho do celular teima em tocar no meu ouvido mesmo quando ele está silencioso! Credo. Não gosto disso, de me sentir escravizada a alguma coisa ou situação. Gosto de ter o direito, mesmo que não venha a usá-lo.

Bom, no momento, importante pra mim é arrumar tempo pra ver minha fofíssima sobrinha. Está entre as minhas prioridades mais prioritárias no universo. Lembro que quando eu estava de licença de Alice, mais amadurecida que quando tive Júlia, pensava em como seria ótimo que as mães tivessem pelo menos um ano pra ficar com a sua criança, sem pensar em mais nada. Adoraria ter tido esse direito, porque nesse momento, quando ela era bebezinha, nada mais na vida me interessava. Com Ju eu queria provar que podia fazer tudo que fazia antes mesmo com filho, e corri mais que devia. Com Alice, eu só queria ficar com ela e só. Muito melhor.

Resumindo, tem o que é importante, o que é prioridade, e tem o celular. Este último aí precisa aprender direitinho qual é o lugar dele nas nossas vidas, e só quem pode ensiná-los somos nós mesmos. Tarefa difícil, mas muito necessária.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Atrasadinha e já discordante

Estou no facebook. Na verdade, já estava, mas só havia entrado pra catar uma pessoa, achei e nunca mais entrei novamente. Recentemente, coloquei umas coisinhas na minha página, interagi um pouco com as pessoas... Buenas.

Mesmo atrasada, já compartilho da opinião de texto que li na TPM, que dizia que aquelas classificações de relacionamento - "casada, noiva, sei que lá" - são o que há de mais desconectado da realidade. Não tem "namorando", ora bolas. Custava? Ninguém mais namora nos dias de hoje?

Postei "casada", mas tô quase mudando o status, já que sou, na verdade, amásia, amigada, ou algo do gênero, uma vez que meu marido está tentando agendar nosso casório no cartório há uns oito anos, pelo menos. Ele não é muito apressado, não.

Não tem a opção "amasiada" no face, e eu me recuso a botar "relacionamento sério", já que gosto dos relacionamentos alegres. Vou almoçar agora, a sós, que meu amigo Gabriel me deu um bolo, e durante o meu cafezinho na Cultura penso em como solucionar a questão. Seriíssima, por sinal.

domingo, 19 de junho de 2011

The show

E eis que o espetáculo foi uma delícia! Depois de agonias nos últimos ensaios, chiliques, florais (Mércia, uma das integrantes do nosso grupo, andava com um spray calmante borrifando na gente toda vez que o clima esquentava), correria pra comprar meia, sutiã, calcinha que não marcasse no vestido, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Na hora h, o som não pode ser passado a contento e não tinha operador de luz, mas, enfim - ufa - deu tudo mais que certo. Foi lindo e nós fomos SUPER aplaudidas.

A cantora, Ana Bayer, mais de uma vez me emocionou nos ensaios. Ela canta lindo de chorar (mesmo), e é uma graça de pessoa. Na hora do show, arrepiou todo mundo. Os músicos elogiaram nossa evolução e segurança pra tocar os bailes, mesmo sem que estivéssemos conseguindo nos ouvir muito bem, já que estávamos sem retorno (artista no Brasil... É sempre assim, ou quase sempre). Eduardo, o violonista, é de um talento, e sabe tocar pra baile de um jeito que nos deixa aos dançarinos absolutamente confiantes. A base do cajón tocava no coração, como toda percussão, e a flauta fazia o contraponto complementar ao conjunto.

Meu amigo Klester, que mora em São Paulo, estava lá, de surpresa. Não sabia que ele vinha, e além dele, Paula e Léo, Samuca e Mona, mainha e painho, marido e filhotas, as meninas que dançam no Cervantes e mais e mais pessoas marcaram presença no teatro, que estava lotado. No último baile, uma sevillana, dancei mais solta, mais relaxada, e mexi tanto a cintura que fiquei toda quebrada quando o corpo esfriou. Minha luta é conseguir imprimir essa mesma vibe da sevillana nos outros bailes, o que ainda espero alcançar, breve.

Depois, fomos todos ao Juanito, lá em BV, confraternizar, comer e beber um pouquinho. Em setembro, tem de novo, e dessa vez a gente quer fazer uma festinha após o espetáculo, dessas que são só diversão e olé, com o luxo de contar com músicos maravilhosos tocando pra gente dançar o que der na telha. Vai ser uma riqueza.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Fofucha

Ana Clara é uma lindeza, minha gente. E não estou sendo coruja. Gordinha, pequenininha, cabelinhos pretos, olhos puxados. Já me disseram que parece comigo, e eu vou ser obrigada a concordar. Hoje ela está indo pra casa, e assim que estiver mais ambientada e este mundo tão estranho, vou dar uma passada lá pra carregá-la no colo um pouquinho. Bonita que só, aposto que vai ser muito sabida também.

Baile - voltando ao segundo foco de minha atenção esta semana, escrevo para dizer que passei boa parte da noite sonhando com um único passo da minha apresentação, pode isso? Tô endoidando. Tenho ainda que comprar um pedaço de elástico preto, uma fivela, uma mousse pro cabelo, fazer as unhas da mão (no pé não vou arriscar, vai que a manicure tira bife... O mundo acaba três vezes) e uma escova no cabelo também. Depois conto como foi o ensaio com os músicos e a cantora. Tomara que dê tudo certo.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mensagem para Ana Clara

Hoje o dia é de Ana Clara, minha primeira sobrinha que chega a este mundo logo mais, no dia de Santo Antônio. Espero que o danado do santo dê sorte a esta menininha, e faça ela encontrar somente caras legais ao longo da sua trajetória. Bom, mas ainda está muito cedo pra pensar nisso, e meu irmão há de se danar se o assunto entrar em pauta logo no primeiro dia de vida de Ana Clara. Bom, mas também quem manda ela nascer logo no dia do santo casamenteiro?

Para Ana, muita saúde e muita sorte, coisa que a gente tem sem conquistar, ou quase. Muita alegria de viver, muita gente amiga em volta, alguns erros que ajudem a acertar depois, uns bons passeios com a ÚNICA tia dela, que vai levá-la pra bailar flamenco, já que as suas (minhas) crias se recusam a pisar nos tablados com a mami. Muitas conquistas que a gente só alcança ralando, que estas é que são boas pra formar o caráter de uma pessoa. Beleza e inteligência - se for pra escolher, mais inteligência que beleza, embora aposte em ambas as qualidades emoldurando todas as outras características dela que nos serão dadas a conhecer breve, logo nas primeiras noites de sono (ou sem sono). Sim, porque as crianças mal nascem e já se mostram mais ou menos geniosas, dengosas, expansivas, tímidas... A ver.

Titia está muito feliz com a sua chegada, pequena. Me espera ai que chego já pra te ver e levar teus presentinhos.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Gostosa - ser ou não ser?

Os dilemas da mulher moderna não são poucos, minha gente. Alguns mais sérios, outros menos, o fato é que vivemos tendo que optar entre situações A ou B sem um parâmetro único de comparação, o que torna as escolhas bem mais complicadas.

Explico-me. Após os 35, engordei uns três quilitos que não me deixaram mais, de jeito nenhum. Sou magra, ainda (bem), mas não magrela. Tenho coxa e bunda, mas não tenho (ou tenho pouquinho) peito. Os três quilinhos me ajudaram com o peito, mas prejudicaram um pouco a cintura - pro meu gosto, que amo barriga sequinha, bem sequinha. Meu manequim passou de 36 para 38, e a bunda cresceu junto. Ou seja, ampliei minha condição gostosa e diminuí minha condição esguia.

Por causa da dança, estou com os músculos durinhos, mas ainda não o suficiente, já que parei com o pilates, que deixa o corpo incrível. A questão é que o flamenco trabalha braços, abdomên, coxas, mas fica faltando um reforço complementar, até pra fortalecer as articulações. Meu joelho anda aos cacos, e o pilates ajuda bastante a minimizar o problema. Pretendo voltar quando me mudar e souber melhor como será minha rotina então.

Bom, mas pra retornar aos 50 quilos, preciso fazer um esforço extra - deixar minhas taças de vinho diárias, comer menos, enfim. Ultimamente não estou me poupando de nada, como o que dá vontade. De certo modo, estou gostando de ter mais corpo, essa é que é a verdade. Mas, paira sobre mim o medo de passar do ponto e ficar gordinha. Tenho pânico de ficar gordinha. O jeito é ir monitorando este processo de perto, de preferência com a ajuda de olhos isentos, mas gentis. Amigos, avisem com jeitinho caso eu esteja me transformando numa balofa, ok?

Mulheres...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A muié sequelada

Como diz um primo meu que é surfista, tô toda sequelada (sem trema mesmo, já que os gramáticos deram cabo dele). Depois do início dos ensaios intensivos, doem, pela ordem: joelho direito; planta do pé esquerdo, dedões e dedinhos, coluna, músculos dos ombros, pescoço, coxas, pulso direito. Quase que entendo o arrastado do pobre (pobre?) do Ronaldo fenômeno, que parecia mais um boi indo pro matadouro que um ex-atleta naquele jogo de ontem. O fato é que não dá pra ser atleta e/ou bailarino sem se machucar, sem ter pelo menos umas lesõesinhas pra chamar de suas. Ossos do hobby, que não é ofício, no meu caso.

Además, estou ficando nervosa, e isso faz com que meu bruxismo e minha tensão nos ombros piorem. Amanheci com dor de cabeça. Hoje tem ensaio - e quando não tem? - e eu estou querendo ficar parada o máximo de tempo que conseguir pra guardar as energias pra logo mais. Trabalhar sentada, em minha mesinha, o quanto der, até porque tenho mesmo zilhões de coisas pra fazer em frente ao meu computador. Odeio errar na hora do espetáculo, e por isso fico mega tensa antes de entrar no palco. Ainda mais que a primeira coreografia é nossa, bailaremos sem a maestra, e eu bailo logo na frente, e estou de vermelho, bem espetaculosa. Se eu errar, já viu - todo mundo vê.

Bom, seja o que Deus quiser.

Cartunistas - Mudando radicalmente de tema, estávamos eu e Clero assistindo à entrevista de Angeli e Laerte à Marília Gabriela. Como Clériston os conhece, a coisa toda ficou ainda mais interessante. Eu costumo dizer que os cartunistas mais gatos do Brasil são meu maridón e Angeli, e meu caro companheiro responde que não deixará jamais que conversemos (eu e Angeli) a sós por muito tempo. Nada a ver, a preocupação é desnecessária, of course. Mas, não dá pra negar que os braços bonitos, a cara de inteligente e as camisetas pretas do pai da Rê Bordosa são um charme. Naturalmente, Clero é hours concours. Bom.

Laerte agora inventou de só se vestir de mulher, todo mundo já sabe. Ele é adepto do cross dressing, seja lá o que isso queira dizer. O que não conseguimos entender é porque ele só se veste de tia velha - vestidos horrendos, cabelo idem, sapatos de um mau gosto de dar dó. Ele poderia pelo menos ser uma mulher gostosinha, custava? Com roupichas modernas, caprichadas. Mas não, o visual é de chorar. O bichinho tá precisando urgente de uma consultoria de moda. Pena que os salões de humor pernambucanos não estão mais sendo realizados, porque eu adoraria ver essa pessoa de perto de novo e tentar dar umas dicas, assim, como quem não quer nada.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Papo em família

Não sei se toda família é igual, mas a minha protagoniza papos incríveis. Estávamos eu, marido e nossas filhotas almoçando no sábado. O casal discutia sobre o que fazer no dia dos namorados (abolimos sair de casa na data há tempos pra não pagar aqueles micos clássicos), e se iriam comprar presentes um pro ou outro ou não, enfim. Aí, marido falou que o melhor presente seria que eu escrevesse um texto dizendo como é viver com ele. Romântico esse homem.

Júlia, nossa mais velha, saiu com essa: "já sei o que mamãe vai dizer - 'viver com você é ter que filosofar o tempo todo'", referindo-se ao jeitão do pai, que é adepto do metódo socrático de educação. Clériston então ficou todo feliz por ter reconhecida sua metodologia - "adorei, Ju! Finalmente alguém definiu exatamente a minha pessoa!". Alice, que estava caladinha, fez a contribuição definitiva ao assunto em questão - "pai, era pra ser um insulto!". Rimos que só, of course.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

De volta, ufa

Saudades do meu blog... Depois de um ciclo quase concluído, inicio outro que terminará no dia 18. Falo do meu espetáculo, tema ao mesmo tempo agradável e provocador de apreensão. O causo é que é a primeira vez que vamos dançar ao som de cante flamenco de verdade. Ou seja, teremos uma cantora (cantaora) que colocará voz em seus cantes, que não são os que estamos acostumadas a dançar. Teremos que nos adaptar, de acordo com os tipos de baile, ao que ela trouxer.

Significa que o ouvido vai ter que funcionar como nunca, senão perde-se o compasso e a coisa toda se desmantela. E a muié só chega três dias antes do show... Meda. Com os músicos já temos certa afinidade, mas não sabemos qual é a da cantora. A ver. Enquanto isso, vou tentar recuperar o ensaio perdido de ontem, já que o dia do meio ambiente me impediu de ir encontrar com a minha turma de bailaoras guapas.

Casa nova - mais um impasse em minha vida, já não bastando os demais outros que se acumulam diariamente. Tô achando que esse ano de 2011 veio meio amarrado, precisando de uma sessão de descarrego. Seis meses do ano, e ainda não consegui fechar uma equipe de trabalho e uma mudança! Vôte. Tava até pensando em ir na cartomante de uma amiga, mas depois que a tal disse que era eterno um casamento que durou pouco mais de um ano... Desisti. E agora ando tendo DRs com pessoas nunca dantes imaginadas, logo eu que ODEIO DR. Nem com meu marido, o que seria justo e eventualmente necessário, acho que as DRs precisam ser frequentes. Enfim - meu saco está prestes a explodir. Ainda bem que hoje vou dançar.

Voltando à mudança, o drama agora é com a caixa econômica. Quartos prontos, cozinha pronta, escritório pronto. Mas ainda não podemos nos mudar porque nosso comprador do ap atual está esperando a grana da caixa pra nos pagar. A casa está ficando fofíssima, mas infelizmente meu humor hoje não favoreceu um olhar mais carinhoso com obra, sujeira, quebradeira, homens horríveis e suados encostando em minhas paredes novas...

A despeito de algumas opiniões a meu respeito, hoje eu queria ter sido um pouco mais homem, com menos TPM, menos sensibilidade, mais objetividade. Doida pra sair logo pro flamenco. Hoje vou castigar o tablado.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Coisas do Recife e da vida

Ontem, ao voltar do Ipsep, entre 21h30 e 22h, tive que enfrentar, no mínimo, três rios pra chegar em casa. Na Imbiribeira, os ônibus passavam por mim e eu me sentia dentro de uma cachoeira, sem o glamour correspondente. Depois, entrei em Afogados, e outro rio caudaloso se formava embaixo do metrô. O povo parava e não sabia se ia ou vinha - eu, doida pra chegar em casa, já estava arretada com aquela história, e passei no meio do rio. Se eu fosse um tantinho mais frouxa, tinha começado a chorar. Mas só pensava na comida e no banho que me esperavam, e meti o carro na água.

Aquela escuridão, Afogados embaixo dágua. E eu sozinha lá no meu carrinho.Tô besta como o Recife não aguenta chuva. Duas horas de temporal, e o mundo se acaba. Vôte. Mais adiante, cheguei na Madalena, e outro rio me aguardava no caminho. Mais uma vez, o povo parado no meio da rua, engarrafando minha existência já tão engarrafada. Com qual objetivo, posso saber? Esperar a água baixar até de manhã? Motorista no Recife age de maneira muito estranha, às vezes. Fui embora, e enfim cheguei na Torre, que estava surpreendentemente seca.

Em casa, aleluia, e decidida a dar a volta por Boa Viagem quando tiver ensaio em dia de chuva.

Alhos para Bugalhos - mudando de tema radicalmente, vi hoje um negócio numa revista que me intrigou sobremaneira. Um "copinho" coletor de menstruação, feito de silicone, ecologicamente correto e esquisitamente coloridinho. Pessoas da vanguarda européia passaram a usar esse treco em seus períodos mentruais sob a alegação de que os absorventes degradam a natureza. O causo é que o negócio não é descartável, e a pessoa tem que ficar jogando o sangue fora várias vezes ao dia. Depois lava e bota de volta. Fala sério, há limites para a consciência ecológica, minha gente.

Rapazes de 20 - amiga minha relata a experiência de ter ficado com um rapazinho recém saído das fraldas. Aos 21, disse ela, o menino tinha uma desenvoltura insuspeita. No meu tempo, as coisas não eram assim - meninos de 20 e poucos eram pobres coitados tentando descobrir o que fazer com tudo aquilo. Bom, mas também, as crianças hoje andam precoces por demais. Como eu, aos 20 e poucos, já estava em vias de casar com alguém de 40, nada sei sobre esse processo evolutivo. Mas ouço os relatos, que não me parecem exagerados. Sorte a das meninas de 20, e principalmente das de 30, que agora podem ampliar seu campo de atuação, tal qual os rapazes já fazem. Sempre soube que a igualdade entre os sexos ia findar acontecendo de verdade.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Espetáculo

Palavras de husband ao enviar-me este desenho:
"Linda, formosa, graciosa, sensual, serena, adorável,
cheirosa, movimentos, corpo, gosto muito de tudo".
 Eu discordo do tamando da bunda, mas ele
afirma veementemente que fez o desenho baseado
 numa foto. Sei não.
E eis que minha professora de baile manda email avisando: "teremos espetáculo dia 18 de junho! Muito trabalho meninas, que temos que aprontar as coreografias da bulería, do martinete, a sevilhana de leques, o fandango de Yara, além de ensaiar os bailes que já temos". Um mês daqui pra lá, e o jeito que tem pra isso tudo ficar pronto e bonito é ensaiar que só o cão. Com a rotina da minha vidinha do jeito que está, terei que encarar ensaios até as 11 da noite, sábado de manhã, sábado de tarde. A vantagem é que estes momentos intensivos sempre dão uma sacudida no grupo, ajudam a aprimorar nossa técnica e nossa desenvoltura, nem que seja no susto. Dançar tem mais graça com a perspectiva do palco, e minha alma de artista amadora fica muito feliz com esse movimento todo. Ontem já estivemos juntas, marcando as primeiras coreografias. Cheguei em casa às 23h, depois de discutir figurino, palco, músicos, horários de ensaio. Karina passou pela primeira vez para o grupo todo as sevilhanas com leques, e deu pra encarar direitinho, basta limpar ao longo dos ensaios. Foda é a bulería, rápida demais, complicada demais, forte demais, ó, céus. Estamos bem no tango, bem na sevilhana de cortes, razoáveis no martinete (que se dança com uma bengala). O fandango temos que relembrar todo. Haja perna e juízo. Eu, que andava meio incomodada com uma certa celulitezinha nos glúteos, devo minimizar o problema com essa atividade intensiva. Bueno.

O espetáculo será no Teatro Apolo, dia 18/06, numa iniciativa do Instituto Cervantes. Creio que é aberto ao público, e ainda não sei a hora em que começa. Depois dou os detalhes, e de antemão convido todo mundo pra estar lá. Meu amigo Maurício, que tanto reclamou das condições do último show, terá a chance de nos ver num local decente desta vez. Olé, minha gente.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Transparência

Clareza ou falta de. Transparência, que é ver através, transpassar. Ser o que se é. Ponto. Há momentos em que ser transparente pode ser um problema. Até os porteiros do seu ambiente de trabalho, nesse caso, podem compartilhar, à sua revelia, detalhes sobre seu cotidiano.

Paciência. Tem quem viva a vida em cores, subindo e descendo, mantendo uma trajetória de nuances, dúvidas, questionamentos. E quando o inconstante joga no time da clareza, pode até parecer que é doido e arrastar por aí, como consequência, opiniões a granel. E o sujeito pode até ser mesmo doido, afinal. A tal sanidade é privilégio de poucos - de perto, então...

Tem quem tenha foco, viva reto, sem dispersão, sem dúvidas. Deve ser bom, ter todas as certezas. Tem quem saiba disfarçar, dizer uma coisa querendo dizer outra, mostrar só um pouquinho de si. Deve ser bom conseguir ser discreto, constante, equilibrado. Deve ser bom saber sempre o que vem depois.

Quem está no time da transparência só sabe jogar com o que está explícito, posto, já que os não ditos findam morrendo por inanição. Adivinhar é um exercício que custa muito esforço, quase sempre contraproducente. Só sei do que me contam, todo o resto é conjectura e possibilidade. De mim, é fácil saber - basta perguntar. Ou nem isso.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Aguardando

Compasso de espera - eita, coisa chata! Logo eu, agoniadinha da peste, ando esperando por um monte de coisas bem mais do que eu gostaria. Espero pra por em prática minha energia, meus planos. Espero minha casa nova, minha viagem, minha equipe, meus contratos, espero a chuva passar. Espero a mudança pra começar minha rotina de exercícios, na nova vida que virá. Espero a minha sobrinha que vai nascer, espero as camas que comprei no site do wall mart, espero as minhas férias, vencidas há um tempão. Espero pelos papéis do cartório, pelo cara que vai consertar o freezer, pela conclusão do doutorado e pelo pedido de casamento. Espero pelo NEC, pela casa civil, pela Dellano, espero no trânsito.

A parte boa é que, com tantas frentes em aberto, daqui por diante deverei ter um monte de histórias com finais felizes pra contar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Amor

Eu e a minha pequena estávamos no sofá, em idílio apaixonado. Eu disse a ela: "Li, quando tu crescer, tu ainda vai me amar assim?" E ela respondeu: "claro, mãe, você não sabe que amor não tem nada a ver com tamanho, nem se a pessoa é negra, ou feia? Amor tem a ver com a pessoa amar o outro". Vixi, que meu amor, já enorme, aumentou ainda mais.

domingo, 1 de maio de 2011

Mudança

Eita, que parece que estou num acampamento (experiência que, digo com orgulho, nunca vivenciei. Eu e a barraca de camping não temos mesmo nada a ver). Minha casa atual, onde moro (acampo), está atolada de caixas, por todos os lados. Um horror. A gente anda pulando as caixas.

O processo de mudança é mesmo angustiante. A gente fica numa ansiedade pra tudo ficar arrumado logo, e o pior é que, quanto mais caixas esvaziamos, mais aparecem outras. Parece que elas dão cria. Ok, estou indo pro meu sitiozinho (modo de falar, povo. Fato é que minha casinha nova fica um tantinho longe da civilização, pros meus padrões "perto de tudo"), uma escolha, um desejo. A casa está ficando uma lindeza. As meninas estão amando, terei mais espaço pros meus trecos, mas, ah, agonia! Ainda está tudo uma bagunça do cão.

Hoje, levamos uns livros pro escritório da casa nova, que, afinal, está pronto. Ainda falta um monte, mas já dá uma alegria na alma. Em compensação, quando voltei pro meu ap atual vi aquelas caixonas do ar condicionado split e lembrei que tenho que chamar os instaladores o quanto antes. E também chamar o pessoal que instala varais, e mandar consertar o freezer... Ai, meu Deus. É tanta coisa, e o dinheiro não acompanha. Estamos lisos, é claro. Quem não ficaria? Conta de casa á algo mais, nunca vi - tudo é mais de mil, dois mil é a faixa padrão de custo, e haja liseu.

Pior que todas as questões de ordem econômica, no entanto, é olhar pra essas caixas aqui na minha frente. Vou surtar, sonhando com caixas de papelão me engolindo. Me acordem quando estiver tudo arrumado, por favor.

domingo, 24 de abril de 2011

Pecado

Comprei um livro sui generis. O título: "Meu destino é pecar". Autor: Suzana Flag (pseudônimo de Nelson Rodrigues quando escrevia para um jornal, cujo nome não me lembro agora. Ele escrevia essa historinha em capítulos, e só sei que a tiragem do jornal aumentou de 3 mil para 30 mil exemplares diários na época). Pense numa história rocambolesca, cheia de amores complicados, brigas de família e frases de efeito.

Passei um pouco da metade do livro, e desconfio que ainda serei pega em reviravoltas supreendentes. Por enquanto, a história anda assim: há uma personagem, já morta (ou pelo menos aparentemente morta), que conduz toda a história, assombrando os vivos com sua lembrança. A pobre teria morrido estraçalhada por cachorros selvagens, e paira a desconfiança na família de que foi o viúvo que soltou os animais na bichinha, motivado por ciúmes do irmão, um homem belíssimo, quiçá irresistível. As mulheres matam e morrem por causa do bonitão. Agora imagem o povo carioca lendo isso no café da manhã. Muitcho bom.

Tem mais: o viúvo é manco - ficou assim ao tentar salvar a mulher dos cachorros (ainda não descobri se ele fez isso mesmo ou se está sendo injustiçado). O danado virou alcoolatra, e casou-se de pirraça com uma moça feiosinha cujo pai, de caráter duvidoso, a obrigou a casar-se para não ir preso. O manco é rico e livrou a cara do sogro da cadeia. Embora não goste da moça, não quer que ela se engrace do irmão, mas é claro que ela se apaixonou por ele - pelo irmão bonitão - assim que o viu.

A irmã da moça feiosinha perdeu uma perna num acidente, e também se apaixonou pelo cara lindo. No meio da confusão, há uma mulher, lindíssima, que vive numa casa no meio do mato, isolada de tudo e de todos, e recebe a visita do bonitão todas as noites. Só um empregado que cuida dela e o padre da cidade sabem da sua existência. Não por acaso, a lindona está surtando, endoidando aos poucos, ao perceber que o gato está perdendo o interesse nela. Ele agora está a fins da nova mulher do irmão manco, só pra não perder o costume. Afe.

E eu ainda estou no meio da história. Carrego comigo algumas desconfianças sobre como se dará o desenrolar da trama, e uma certeza: esse Nelson Rodrigues era realmente sensacional.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pausa

Quero dizer a todos que, após minha incursão sertaneja, passei algumas horas internada em um salão de beleza e depois num spa urbano. Tudo para não decepcionar meu querido (e fiel leitor) secretário de planejamento e gestão, que me credita a pecha de fina e fofa, tal qual as daminhas das colunas sociais. Só pra não tirar sua razão, dear Alex, joguei-me nos tratamentos estéticos durante longas e deliciosas quatro horas.

Quero dizer a todos, mais uma vez, que depois de uma manicure/pedicure caprichadíssima, entrei no spa da L'occitane, no Paço Alfândega, para fazer uma limpeza de pele super supra sumo. Pelo preço, tinha que ser muito boa mesmo. E não é que é uma maravilha? O tratamento, por si só, funciona de verdade, e as frescurinhas ao longo do processo são tudo o que há de melhor.

Roupão, chinelinho, meia luz, massagem, bebidinhas, etc e tal - pense num momento mulherzinha. Pela descrição, parece encontro romântico, e até pode ser considerado assim - a date with myself. O fato é que essas horinhas em minha vida fizeram toda a diferença. Saí do Paço às 21h, feliz da vida, e fui encontrar duas amigas (uma delas mora nos EUA e eu não a via há um tempão) num restaurante perto de casa. Comemos comidinhas frescas e entornamos uns copinhos, como diz meu outro amigo Alex, desta vez o Gabriel. Foi um dia delícia.

domingo, 3 de abril de 2011

Andanças pelo sertão

Acabo de chegar de uma viagem ao sertão. Fui a trabalho, acompanhando o governo estadual nos seminários do programa Todos por Pernambuco. Apesar do calor (eita, terra quente!), a experiência foi das mais interessantes. Foi muito bonito ver uma enorme quantidade de pessoas se mobilizando para participar da construção das políticas públicas em suas regiões, de forma qualificada, na maioria das vezes espontânea. O povo sertanejo já nasce sabendo ser cidadão, é uma coisa impressionante de se ver.

As pessoas chegavam, faziam seu credenciamento, falavam. Com conhecimento de causa, com responsabilidade, ajudando assim o governo a não errar, ou a errar menos. Os que estão ocupando as cadeiras tiveram que exercitar a humildade, aprendendo na prática que quem sabe melhor das necessidades é quem passa por elas no dia a dia. Todo mundo ganhou, no fim das contas.

Bonito também foi ver que toda aquela mobilização só aconteceu porque as pessoas têm confiança, confiança que a participação delas vai ser levada em consideração, que elas não vão falar à toa. Lindo demais perceber que o compromisso levado a sério é o maior valor que devemos buscar - o retorno vem em forma de reconhecimento, expresso no olhar, no trabalho voluntário daquela gente toda reunida. Que riqueza.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tempo, tempo, tempo

Registro o aniversário de algumas pessoas queridas, que concentraram-se nestes meses de fevereiro e março. Aniversário faz a gente contar a passagem do tempo, cada vez mais acelerada nessa época em que tudo é pra ontem. Acontece que ontem já era, e essa correria imprime na gente uma sensação de eterna "dívida", de débito com nossos familiares, amigos, chefes...

Enfim, o jeito é ir se adaptando, concluindo as tarefas da melhor forma possível, tentando se equilibrar entre as diversas demandas do dia a dia e as nossas, particulares. Corro aqui pra dar conta desse singelo blog, e para dar conta dos meus caros e poucos leitores. Poucos, mas qualificados, ora pois.

Rumo (eu) a uma viagem física, que começa no fim do mês, e a outra, mais "conceitual", por assim dizer, que vem se materializando aos poucos. Depois conto mais.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Provérbio mexicano

"A la mesa y a la cama sólo una vez se llama". Este proverbiozinho bonitinho achei numa revista de decoração (ando às voltas com coisas de decoração. Aliás, respiro cimento, cerâmica, Tupan, Dellano e Ferreira Costa). É mexicano e muito sábio. Acho uma delícia ficar reparando como a cultura dos lugares se traduz em palavras e expressões, e, em outra língua, esse reparo se torna ainda mais interessante.

Coisiquitas que são ditas desse jeito fazem a gente refletir - como nunca pensei nisso assim? E botar um sorriso no canto da boca. A propósito do sorriso, brinquei um carnaval surpreendentemente tranquilo e divertido esse ano. Inclusive levando as crianças em dois dos dias de folia. Por incrível que pareça, deu tudo certo, apesar de um pé torcido (o meu) no sábado, em Olinda.

Júlia, a pré-adolescente, disse que o carnaval "não foi assim tão ruim", o que vindo dela significa que foi maravilhoso. E Alice, la pequeñita, mesmo imitando a irmã, não conseguiu não se divertir. Educação é assim: a gente insiste, insiste, insiste mais um pouco, até que um dia pega.

terça-feira, 1 de março de 2011

Gentileza

Depois de cumprir uma tarefa profissional importante (e de ter dado tudo certo, amém), eu, meio adoentada, resolvi descansar um pouco pra ver se a virose largava de mim mais rápido. Doencinha antes do carnaval, ninguém merece. Bom.

Antes de ir pra casa, porém, dei uma passada no supermercado pra comprar umas coisinhas e fazer uma sopa. Como sempre quando vamos ao supermercado, foram mais sacolas do que eu pensava - lanche das meninas, umas carnes, pão, lá vai. Havia estacionado o carro meio longe porque pensei que ia poder levar as sacolas nas mãos.

Sem poder levar o carrinho de compras pra perto do meu carro nem tampouco deixá-lo sozinho, comecei a encher os braços com sacolas. Homens perto de mim nem tchuns - antigamente, garanto que o help vinha fácil. Certa hora, um vendedor ambulante disse a um colega - "fulano, ajuda ela", e o rapaz veio me ajudar.

Ele me ajudou a por as sacolas na mala do carro, e eu vi um saquinho no chão. Eu disse: "eita, faltou essa". Ele, bem desconfiado, falou: "essa é minha, fui eu que comprei", e já ia me mostrando a nota. Eu absolutamente não achei que ele queria roubar nada meu, pensei mesmo que a sacola tinha caído. Fiquei tão triste por ele pensar assim, e mais triste ainda pelas relações entre as pessoas estarem desse jeito, tão cheias de desconfiança.

O coitado talvez já tenha vivido situações em que desconfiaram dele, ou, talvez também, já tenha até mesmo roubado alguma coisa um dia na vida. O fato é que eu não sei de nada sobre sua vida e não o estava julgando previamente. Naquela hora ele estava me ajudando, e eu estava sendo ajudada. Só. Os discursos não-ditos podem ter feito com que ele me achasse uma nojenta, o que é uma pena pra nós dois e pro mundo.

A gentileza, de novo, perdeu espaço... Que puxa.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Learning

Estou estudando inglês. Já não era sem tempo! Sem contato mais profundo com a língua universal há anos, achei que ia voltar pro the book is on the table. Qual my surprise ao começar aulas decentes, com uma professora decente, e entender tudo o que ela diz, e conseguir me expressar razoavelmente - embora ainda comentendo muitas agressões gramaticais, problema que pretendo sanar o quanto antes.

Descobri - ou lembrei - que aprender uma nova língua é um processo que segue mais ou menos os mesmos trâmites, e que a linguagem é uma coisa muito cara e familiar pra mim. Seja qual for o idioma. Ando encantada com a gramática, com os dizeres, com a pronúncia, com as novas palavras que aprendo a cada aula. O movimento CDF toma conta de mim mais uma vez, e me esforço pra estudar sempre que meu escassíssimo tempo permite, o que termina sendo mais um prazer que uma obrigação.

Neste fim de semana, assisti a Sex and the City com as legendas in english, do jeito que a professora mandou. Tô em busca de ampliar meu vocabulário novaiorquino para seguir em temporada por lá. Pense numa chiqueza. I love NY!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fator pós-recreio

Júlia, minha filha mais velha (11 anos), explicava ontem porque, na sua escola, as meninas se sentavam de um lado, e os meninos de outros, como se fossem inimigos. Respondendo à pergunta do pai, ela disse: "pai, é que existe o fator pós-recreio". Ele, naturalmente, perguntou de que se tratava o tal fator e ela respondeu: "depois do recreio, os meninos chegam na sala muito sujos, suados s fedidos". Ah, tá.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Das surpresas da vida

Nem tudo o que a gente admite socialmente nos surpreender é, de fato, tão surpreendente assim. Na maioria das vezes, as pistas estavam lá, quase claras, e a gente meio sem vontade ou disposição de enxergá-las... O fato é que, quando a bomba estoura, a primeira reação é de espanto. Um espanto meio fake, afinal, porque, vamos combinar, a gente de alguma forma já sabia.

E agora? Disposição para enfrentar o problema ou preguiça de ter que voltar a uma situação que já se achava resolvida (ao menos na cabeça dos desavisados)? Caminhar, andar pra frente, tirar os esqueletos do armário e seguir desfazendo os nós e derrubando os obstáculos: é assim que tem que ser, no fim das contas. Adelante.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Carnaval está chegando

Soube, dia desses, que tenho um leitor peruano. Ele se chama Javier, e disse que me encontrou navegando por aí. Gostou do que leu, e resolveu me escrever. Por ele, e por todos os outros estrangeiros que porventura passeiem por aqui, este post é pra falar da lindeza que é a chegada do carnaval em Pernambuco. Se puderem, visitem-nos. Vocês não vão se arrepender.

Trabalho agora olhando para a praça do Arsenal, no Recife Antigo, um grande ponto de encontro de troças, agremiações e blocos. Sorte a minha. Na rua do Bom Jesus, há uma lojinha de artigos carnavalescos. É pra turista, ok, mas lembra a gente o tempo todo que a folia está batendo à porta, e que é pra começar a brincar.

Os emails marcando as festinhas começam a passar de endereço em endereço, a gente vai se animando, comprando as fantasias... Festa boa, com gente boa, numa terra boa. Melhor é impossível.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ano Novo

Mais de quinze dias sem escrever, afe! Início de ano já costuma ser corrido, e este então... Tá uma agonia. Trabalho novo, novas e maiores responsabilidades. Importante, porque tira a gente da zona de conforto, como diz um amigo meu. O conforto, aliás, é uma delícia até a hora em que se torna entediante, por isso, nada melhor que uma sacudida na vida pra ela ter mais graça.

Mudanças, a propósito, carregam em si um simbolismo que se confunde com o próprio movimento vital. Estamos mudando o tempo todo, embora vivamos numa ilusão de permanência que nos dá equilíbrio, nos garante alguma sensação de segurança. Eterna queda de braço entre a vertigem que traz o novo e a paz que dá o que é familiar. Quem ganha?

2011 promete ser um ano de muitas novidades.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Com saudades, sem tristeza

Eita, que tantas mudanças! Há um tempo não escrevo, porque a correria anda grande, o momento é de ajustes e adequações. Estou chegando para atualizar os leitores, e também pra falar para os queridos com os quais vou conviver menos, a partir de agora.

Dizer a toda a gente seplaguiana que foi um prazer e um privilégio trabalhar com eles - não é à toa que hoje temos dois secretários no governo, ambos top top, the very best. Os que vieram conosco para a nova empreitada certamente condordam que a Seplag foi uma escola para todos nós e, no meu caso, particularmente, o Nicom também.

Deixo um enorme beijo aos amigos que fiz, que, como amigos que são, permanecerão próximos, ainda que a geografia não nos permita estar juntos fisicamente o tempo todo. Estou muito animada com os desafios que não param de chegar, e me preparando para enfrentá-los da melhor maneira. Muito trabalho e muita sorte pra gente, que sorte nunca é demais.