Acabo de voltar da praia. Boa Viagem, pertinho da famosa barraca do pezão, eu, Clériston e as meninas tiramos o mofo de meses do inverno chuvoso e surpreendentemente frio que acometeu o Recife este ano. Apesar do vento, o programinha foi ótimo, simples e bom como as boas coisas da vida costumam ser. Antes, no sábado, estivemos no aniversário de Dani - pausa para o meu ensaio, quando iniciei meus estudos de baile com castanholas, e ainda dei uma entrevista - e em seguida fomos ao aniversário de Léo.
Meninas a tiracolo em ambos os programas natalícios, surpreendentemente, mais uma vez, elas se divertiram. Nós, que já estávamos nos divertindo a priori, adoramos ver as cricas curtindo as festas, embora a adolescência de Júlia não lhe permita admitir que gostou de nos acompanhar. Encontramos muitos queridos, rimos muito com Alice causando na pista de dança, voltamos pra casa ainda cedo. Que bom, porque adoro festinhas diurnas, aliás.
Mais um passo atrás, sexta-feira. Combinei com meu chefe que não ia acompanhá-lo na foto número 1 da vida dele, não sem antes deixar tudo em cima, na agulha. Deixei tudo pronto também para o debate na CBN, ao qual ele (the boss) não iria poder comparecer. Fechei as pautas da revista, mandei todos os emails, avisei a todo mundo que estaria ausente então. De manhã, acordamos cedo, às 6h, e logo levantamos. Clériston saiu antes, eu depois, no outro carro, para assistir à defesa de tese dele, depois de seis anos de ingresso no doutorado.
Sobre o dia histórico, eu costumava dizer ao marido doutorando que enquanto não terminasse essa tese, nada mais na vida dele iria caminhar pra diante. E na nossa, por consequência. Era uma observação, inclusive, mística, porque eu vinculava (e vinculo, ainda) a não conclusão da tese à algumas greves, acontecimentos, entraves, burocracias, enfim, fatos que atrasaram a resolução de coisas da nossa vida prática. Ele dizia - "não sabia que eu tinha tanto poder. Quem já viu, agora é minha culpa que a prefeitura está em greve?" E eu respondia que a coisa toda estava atrelada a um movimento universal que não podemos explicar de forma racional. No creo en brujas, pero...
A partir de amanhã, veremos quem estava certo, afinal. Aposto que todos os nós vão desatar, assim, sem muito não sei quê. A tese foi defendida, com muito sucesso, aliás. A banca fez muito mais elogios que críticas, e dava pra ver o quanto o agora doutor conhecia daquelas palavras, daquele texto, aquela teoria, aquele objeto. Foi um momento muito lapidado, mas que, enfim, alcançou seu propósito, porque eu sei, acho que mais que todo o mundo, o quanto ele queria fazer um trabalho bom, de fato, e reconhecido como tal. Na academia, nossa fama nos precede - no sábado, encontramos a professora Nelly, que já tinha ouvido falar da qualidade da tese e do sucesso da defesa do dia anterior...
Depois, fomos todos ao Acalanto, barzinho delícia que agora se localiza no Poço da Panela. Só saímos de lá depois das 21h, bêbados (Clériston muito mais que eu). O sábado (dele) foi de dor de cabeça, mas sem peso no juízo. Agora - ufa, e finalmente - é olhar pra frente, pavimentando uma nova etapa da vida que começa. Congratulations, doc!