Não, meu povo, não me refiro a algum espisódio de constrangimento em minhas relações pessoais, mas sim ao programa, ao Saia Justa do GNT. Adoro ver, porque adoro refletir sobre as coisas do mundo e é isso que aquele grupo de pessoas faz ali, junto, conversando. Assim, me dei conta dia desses que nunca mais postei nada reflexivo aqui no blog, o que talvez seja até um bom sinal. Anyway, fiquei com ganas de refletir sobre alguma coisa profunda e escrever. Estive buscando um mote, e como neste semestre estou ministrando aulas de jornalismo opinativo, preciso ainda mais de reflexão, que é pra ver se os meninos se encantam pelo formato.
Buenas, mas como diz Teles, tergiverso, e fato é que o mote não me veio fácil. Ando leve ultimamente, e a leveza deixa a gente mais raso mesmo. A profundidade caminha lado a lado com a melancolia, não dá pra negar. Desta feita, resolvi refletir porque a reflexão precisa de peso e circunstâncias meio tenebrosas pra existir. Não podemos pensar profundamente sobre as coisas enquanto curtimos uma prainha legal, na companhia de gente boa, cerveja, caldinho e amendoim? Protestemos contra a tristeza atávica dos poetas, dos filósofos, dos pensadores. Quero poder ser um ser pensante e solar, ao mesmo tempo, e acho possível, nem que seja pelo caminho do humor, da profundidade que se alcança com o riso e a brincadeira. Taí (ou estava) Millor que não nos deixa mentir.
Até problemas e situações que me afetavam muito andam me afetando menos. Ou é sabedoria, ou velhice mesmo, e se o efeito for bom não estou nem ligando para a causa. A ver. Engordei um pouco. Estou tensa com isso, é verdade. Vou me esforçar pra perder umas gramas, vou fazer mais exercícios. Mas não vou enlouquecer. Gosto mais de vinho do que tenho disposição pra evitá-lo, fazer o quê? Minha casa ainda não está do jeito que eu quero, e ainda não vai ser este ano que farei a viagem que estou planejando. Tudo bem. Menos pressa, mais tranquilidade, e as coisas vão se ajeitando.
Ando mais atenta às qualidades dos meus amigos, da minha família, e implicando menos com os defeitos - deles, e com os meus também. Administremos, pois, a realidade com uma dose a menos de melancolia e uma dose a mais de alegria. A grande sacada do milênio vai ser a conciliação entre reflexão e felicidade, e aí então seremos mais felizes, de verdade. Sem comercial de margarina, sem carro importado, sem rivotril, sem viagens a Dubai - com mais sol, mais praia, mais amendoim, mais crianças, mais vinho, mais Paris (em suaves prestações, why not?). Mais gente, menos personagens. É isso aí.