terça-feira, 28 de junho de 2011

Escrava sem perspectiva de desescravizar

O título do post parece pouco alvissareiro, e é mesmo. Estou a cada dia me sentindo mais besta e mais pobre coitada por causa do celular. La questión é que nem quando eu tenho direito (e quando não tenho, ora bolas?) consigo me desconectar do diabo desse telefone, porque acho que ele vai tocar a qualquer momento e tenho que estar atenta. Estou escravizada, e percebo isso mais fortemente a cada dia, nos feriados, fins de semana, à noite. Horas em que, a priori, eu poderia não ouvir alguma ligação e tudo bem.

Mas não fica tudo bem porque acho que pode ser alguma coisa importante. E eu sofro pensando que posso estar em dívida com alguém. Saco. Sempre é importante... pra criatura que está ligando, não pra mim. Pra mim, pode ser ou não importante, e mesmo assim aquele sonzinho do celular teima em tocar no meu ouvido mesmo quando ele está silencioso! Credo. Não gosto disso, de me sentir escravizada a alguma coisa ou situação. Gosto de ter o direito, mesmo que não venha a usá-lo.

Bom, no momento, importante pra mim é arrumar tempo pra ver minha fofíssima sobrinha. Está entre as minhas prioridades mais prioritárias no universo. Lembro que quando eu estava de licença de Alice, mais amadurecida que quando tive Júlia, pensava em como seria ótimo que as mães tivessem pelo menos um ano pra ficar com a sua criança, sem pensar em mais nada. Adoraria ter tido esse direito, porque nesse momento, quando ela era bebezinha, nada mais na vida me interessava. Com Ju eu queria provar que podia fazer tudo que fazia antes mesmo com filho, e corri mais que devia. Com Alice, eu só queria ficar com ela e só. Muito melhor.

Resumindo, tem o que é importante, o que é prioridade, e tem o celular. Este último aí precisa aprender direitinho qual é o lugar dele nas nossas vidas, e só quem pode ensiná-los somos nós mesmos. Tarefa difícil, mas muito necessária.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Atrasadinha e já discordante

Estou no facebook. Na verdade, já estava, mas só havia entrado pra catar uma pessoa, achei e nunca mais entrei novamente. Recentemente, coloquei umas coisinhas na minha página, interagi um pouco com as pessoas... Buenas.

Mesmo atrasada, já compartilho da opinião de texto que li na TPM, que dizia que aquelas classificações de relacionamento - "casada, noiva, sei que lá" - são o que há de mais desconectado da realidade. Não tem "namorando", ora bolas. Custava? Ninguém mais namora nos dias de hoje?

Postei "casada", mas tô quase mudando o status, já que sou, na verdade, amásia, amigada, ou algo do gênero, uma vez que meu marido está tentando agendar nosso casório no cartório há uns oito anos, pelo menos. Ele não é muito apressado, não.

Não tem a opção "amasiada" no face, e eu me recuso a botar "relacionamento sério", já que gosto dos relacionamentos alegres. Vou almoçar agora, a sós, que meu amigo Gabriel me deu um bolo, e durante o meu cafezinho na Cultura penso em como solucionar a questão. Seriíssima, por sinal.

domingo, 19 de junho de 2011

The show

E eis que o espetáculo foi uma delícia! Depois de agonias nos últimos ensaios, chiliques, florais (Mércia, uma das integrantes do nosso grupo, andava com um spray calmante borrifando na gente toda vez que o clima esquentava), correria pra comprar meia, sutiã, calcinha que não marcasse no vestido, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Na hora h, o som não pode ser passado a contento e não tinha operador de luz, mas, enfim - ufa - deu tudo mais que certo. Foi lindo e nós fomos SUPER aplaudidas.

A cantora, Ana Bayer, mais de uma vez me emocionou nos ensaios. Ela canta lindo de chorar (mesmo), e é uma graça de pessoa. Na hora do show, arrepiou todo mundo. Os músicos elogiaram nossa evolução e segurança pra tocar os bailes, mesmo sem que estivéssemos conseguindo nos ouvir muito bem, já que estávamos sem retorno (artista no Brasil... É sempre assim, ou quase sempre). Eduardo, o violonista, é de um talento, e sabe tocar pra baile de um jeito que nos deixa aos dançarinos absolutamente confiantes. A base do cajón tocava no coração, como toda percussão, e a flauta fazia o contraponto complementar ao conjunto.

Meu amigo Klester, que mora em São Paulo, estava lá, de surpresa. Não sabia que ele vinha, e além dele, Paula e Léo, Samuca e Mona, mainha e painho, marido e filhotas, as meninas que dançam no Cervantes e mais e mais pessoas marcaram presença no teatro, que estava lotado. No último baile, uma sevillana, dancei mais solta, mais relaxada, e mexi tanto a cintura que fiquei toda quebrada quando o corpo esfriou. Minha luta é conseguir imprimir essa mesma vibe da sevillana nos outros bailes, o que ainda espero alcançar, breve.

Depois, fomos todos ao Juanito, lá em BV, confraternizar, comer e beber um pouquinho. Em setembro, tem de novo, e dessa vez a gente quer fazer uma festinha após o espetáculo, dessas que são só diversão e olé, com o luxo de contar com músicos maravilhosos tocando pra gente dançar o que der na telha. Vai ser uma riqueza.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Fofucha

Ana Clara é uma lindeza, minha gente. E não estou sendo coruja. Gordinha, pequenininha, cabelinhos pretos, olhos puxados. Já me disseram que parece comigo, e eu vou ser obrigada a concordar. Hoje ela está indo pra casa, e assim que estiver mais ambientada e este mundo tão estranho, vou dar uma passada lá pra carregá-la no colo um pouquinho. Bonita que só, aposto que vai ser muito sabida também.

Baile - voltando ao segundo foco de minha atenção esta semana, escrevo para dizer que passei boa parte da noite sonhando com um único passo da minha apresentação, pode isso? Tô endoidando. Tenho ainda que comprar um pedaço de elástico preto, uma fivela, uma mousse pro cabelo, fazer as unhas da mão (no pé não vou arriscar, vai que a manicure tira bife... O mundo acaba três vezes) e uma escova no cabelo também. Depois conto como foi o ensaio com os músicos e a cantora. Tomara que dê tudo certo.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mensagem para Ana Clara

Hoje o dia é de Ana Clara, minha primeira sobrinha que chega a este mundo logo mais, no dia de Santo Antônio. Espero que o danado do santo dê sorte a esta menininha, e faça ela encontrar somente caras legais ao longo da sua trajetória. Bom, mas ainda está muito cedo pra pensar nisso, e meu irmão há de se danar se o assunto entrar em pauta logo no primeiro dia de vida de Ana Clara. Bom, mas também quem manda ela nascer logo no dia do santo casamenteiro?

Para Ana, muita saúde e muita sorte, coisa que a gente tem sem conquistar, ou quase. Muita alegria de viver, muita gente amiga em volta, alguns erros que ajudem a acertar depois, uns bons passeios com a ÚNICA tia dela, que vai levá-la pra bailar flamenco, já que as suas (minhas) crias se recusam a pisar nos tablados com a mami. Muitas conquistas que a gente só alcança ralando, que estas é que são boas pra formar o caráter de uma pessoa. Beleza e inteligência - se for pra escolher, mais inteligência que beleza, embora aposte em ambas as qualidades emoldurando todas as outras características dela que nos serão dadas a conhecer breve, logo nas primeiras noites de sono (ou sem sono). Sim, porque as crianças mal nascem e já se mostram mais ou menos geniosas, dengosas, expansivas, tímidas... A ver.

Titia está muito feliz com a sua chegada, pequena. Me espera ai que chego já pra te ver e levar teus presentinhos.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Gostosa - ser ou não ser?

Os dilemas da mulher moderna não são poucos, minha gente. Alguns mais sérios, outros menos, o fato é que vivemos tendo que optar entre situações A ou B sem um parâmetro único de comparação, o que torna as escolhas bem mais complicadas.

Explico-me. Após os 35, engordei uns três quilitos que não me deixaram mais, de jeito nenhum. Sou magra, ainda (bem), mas não magrela. Tenho coxa e bunda, mas não tenho (ou tenho pouquinho) peito. Os três quilinhos me ajudaram com o peito, mas prejudicaram um pouco a cintura - pro meu gosto, que amo barriga sequinha, bem sequinha. Meu manequim passou de 36 para 38, e a bunda cresceu junto. Ou seja, ampliei minha condição gostosa e diminuí minha condição esguia.

Por causa da dança, estou com os músculos durinhos, mas ainda não o suficiente, já que parei com o pilates, que deixa o corpo incrível. A questão é que o flamenco trabalha braços, abdomên, coxas, mas fica faltando um reforço complementar, até pra fortalecer as articulações. Meu joelho anda aos cacos, e o pilates ajuda bastante a minimizar o problema. Pretendo voltar quando me mudar e souber melhor como será minha rotina então.

Bom, mas pra retornar aos 50 quilos, preciso fazer um esforço extra - deixar minhas taças de vinho diárias, comer menos, enfim. Ultimamente não estou me poupando de nada, como o que dá vontade. De certo modo, estou gostando de ter mais corpo, essa é que é a verdade. Mas, paira sobre mim o medo de passar do ponto e ficar gordinha. Tenho pânico de ficar gordinha. O jeito é ir monitorando este processo de perto, de preferência com a ajuda de olhos isentos, mas gentis. Amigos, avisem com jeitinho caso eu esteja me transformando numa balofa, ok?

Mulheres...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A muié sequelada

Como diz um primo meu que é surfista, tô toda sequelada (sem trema mesmo, já que os gramáticos deram cabo dele). Depois do início dos ensaios intensivos, doem, pela ordem: joelho direito; planta do pé esquerdo, dedões e dedinhos, coluna, músculos dos ombros, pescoço, coxas, pulso direito. Quase que entendo o arrastado do pobre (pobre?) do Ronaldo fenômeno, que parecia mais um boi indo pro matadouro que um ex-atleta naquele jogo de ontem. O fato é que não dá pra ser atleta e/ou bailarino sem se machucar, sem ter pelo menos umas lesõesinhas pra chamar de suas. Ossos do hobby, que não é ofício, no meu caso.

Además, estou ficando nervosa, e isso faz com que meu bruxismo e minha tensão nos ombros piorem. Amanheci com dor de cabeça. Hoje tem ensaio - e quando não tem? - e eu estou querendo ficar parada o máximo de tempo que conseguir pra guardar as energias pra logo mais. Trabalhar sentada, em minha mesinha, o quanto der, até porque tenho mesmo zilhões de coisas pra fazer em frente ao meu computador. Odeio errar na hora do espetáculo, e por isso fico mega tensa antes de entrar no palco. Ainda mais que a primeira coreografia é nossa, bailaremos sem a maestra, e eu bailo logo na frente, e estou de vermelho, bem espetaculosa. Se eu errar, já viu - todo mundo vê.

Bom, seja o que Deus quiser.

Cartunistas - Mudando radicalmente de tema, estávamos eu e Clero assistindo à entrevista de Angeli e Laerte à Marília Gabriela. Como Clériston os conhece, a coisa toda ficou ainda mais interessante. Eu costumo dizer que os cartunistas mais gatos do Brasil são meu maridón e Angeli, e meu caro companheiro responde que não deixará jamais que conversemos (eu e Angeli) a sós por muito tempo. Nada a ver, a preocupação é desnecessária, of course. Mas, não dá pra negar que os braços bonitos, a cara de inteligente e as camisetas pretas do pai da Rê Bordosa são um charme. Naturalmente, Clero é hours concours. Bom.

Laerte agora inventou de só se vestir de mulher, todo mundo já sabe. Ele é adepto do cross dressing, seja lá o que isso queira dizer. O que não conseguimos entender é porque ele só se veste de tia velha - vestidos horrendos, cabelo idem, sapatos de um mau gosto de dar dó. Ele poderia pelo menos ser uma mulher gostosinha, custava? Com roupichas modernas, caprichadas. Mas não, o visual é de chorar. O bichinho tá precisando urgente de uma consultoria de moda. Pena que os salões de humor pernambucanos não estão mais sendo realizados, porque eu adoraria ver essa pessoa de perto de novo e tentar dar umas dicas, assim, como quem não quer nada.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Papo em família

Não sei se toda família é igual, mas a minha protagoniza papos incríveis. Estávamos eu, marido e nossas filhotas almoçando no sábado. O casal discutia sobre o que fazer no dia dos namorados (abolimos sair de casa na data há tempos pra não pagar aqueles micos clássicos), e se iriam comprar presentes um pro ou outro ou não, enfim. Aí, marido falou que o melhor presente seria que eu escrevesse um texto dizendo como é viver com ele. Romântico esse homem.

Júlia, nossa mais velha, saiu com essa: "já sei o que mamãe vai dizer - 'viver com você é ter que filosofar o tempo todo'", referindo-se ao jeitão do pai, que é adepto do metódo socrático de educação. Clériston então ficou todo feliz por ter reconhecida sua metodologia - "adorei, Ju! Finalmente alguém definiu exatamente a minha pessoa!". Alice, que estava caladinha, fez a contribuição definitiva ao assunto em questão - "pai, era pra ser um insulto!". Rimos que só, of course.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

De volta, ufa

Saudades do meu blog... Depois de um ciclo quase concluído, inicio outro que terminará no dia 18. Falo do meu espetáculo, tema ao mesmo tempo agradável e provocador de apreensão. O causo é que é a primeira vez que vamos dançar ao som de cante flamenco de verdade. Ou seja, teremos uma cantora (cantaora) que colocará voz em seus cantes, que não são os que estamos acostumadas a dançar. Teremos que nos adaptar, de acordo com os tipos de baile, ao que ela trouxer.

Significa que o ouvido vai ter que funcionar como nunca, senão perde-se o compasso e a coisa toda se desmantela. E a muié só chega três dias antes do show... Meda. Com os músicos já temos certa afinidade, mas não sabemos qual é a da cantora. A ver. Enquanto isso, vou tentar recuperar o ensaio perdido de ontem, já que o dia do meio ambiente me impediu de ir encontrar com a minha turma de bailaoras guapas.

Casa nova - mais um impasse em minha vida, já não bastando os demais outros que se acumulam diariamente. Tô achando que esse ano de 2011 veio meio amarrado, precisando de uma sessão de descarrego. Seis meses do ano, e ainda não consegui fechar uma equipe de trabalho e uma mudança! Vôte. Tava até pensando em ir na cartomante de uma amiga, mas depois que a tal disse que era eterno um casamento que durou pouco mais de um ano... Desisti. E agora ando tendo DRs com pessoas nunca dantes imaginadas, logo eu que ODEIO DR. Nem com meu marido, o que seria justo e eventualmente necessário, acho que as DRs precisam ser frequentes. Enfim - meu saco está prestes a explodir. Ainda bem que hoje vou dançar.

Voltando à mudança, o drama agora é com a caixa econômica. Quartos prontos, cozinha pronta, escritório pronto. Mas ainda não podemos nos mudar porque nosso comprador do ap atual está esperando a grana da caixa pra nos pagar. A casa está ficando fofíssima, mas infelizmente meu humor hoje não favoreceu um olhar mais carinhoso com obra, sujeira, quebradeira, homens horríveis e suados encostando em minhas paredes novas...

A despeito de algumas opiniões a meu respeito, hoje eu queria ter sido um pouco mais homem, com menos TPM, menos sensibilidade, mais objetividade. Doida pra sair logo pro flamenco. Hoje vou castigar o tablado.