Tenho tentado acompanhar o remake de Gabriela, quando o sono permite. Minha gente, tô passada com o destinos das minhas companheiras de gênero nessa novela. É melhor ser morador da Cracolândia ou o esquartejado da vez do que ser mulher na trama de Gabriela. As pobrezinhas não se livram da vida ruim de jeito nenhum, sejam elas quengas, mulheres direitas ou muito pelo contrário (caso da própria Gabriela, que acha tudo lindo e vive com um sorriso besta na cara. A bichinha, pelo menos, tem algum controle sobre a própria vida, afe).
Se for mulher direita, casada com coronel, não pode beijar na boca e tem que transar feito vaca, ou leoa - ou seja, preliminar e safadezinha, nem pensar. E sem direito a dor de cabeça. Pode ser também xingada, humilhada, e ainda tem que chamar o marido de "senhor". As quengas, por sua vez, não podem nem participar da procissão da cidade, mesmo que a santa homenageada seja Maria Madalena. Ôxe, e Madalena não era representante das meninas? Se for outra Madalena, me esclareçam que de santo conheço muito pouco.
É triste. Essas coitadas, ao invés de brigarem feito bestas, deviam era se juntar contra os desmandos dos cabras, que desde sempre deram um jeito de estimular a competição entre elas pra se locupletar do resultado da discórdia. A máxima continua valendo hoje, hein, gente? Quero ver como vai ser quando las ninas começarem a dar nota ao desempenho dos sujeitos e mandarem a colega "passar lá pra conferir". O mundo gira, meu povo, o mundo é uma bola, e as cantoras de brega estão aí pra não me deixar mentir.
ANITTA E SUA TATUAGEM
Há 3 anos