domingo, 26 de agosto de 2012

Lindeza

Nunca tive problemas com minha aparência, antes pelo contrário. Sou muito satisfeita com meus gens, sabendo que somo em mim uma série de "imperfeições" que me fazem ser o que sou. Ainda bem. Também nunca gostei de gente perfeitinha, nem na aparência, nem no conteúdo. Isso não me impede, porém, de querer melhorar o que acho que não está tão bom, e sei que parte desta vontade tem a ver com uma certa pressão social para sermos assim ou assado.

Olho no espelho e acho que tenho que ir na minha dermatologista fazer umas "coisinhas". Danço porque faz bem pra minha alma, mas também pra minha bunda (olhaê...). Faço pilates porque endireita o que a dança entorta e também porque faz bem pra minha bunda, e pra minha barriga (ou abdomên, como prefere meu instrutor). Como salada porque gosto e também porque acho que vai compensar a garrafa de vinho do dia anterior. E assim caminha a humanidade, e a gente tenta se livrar das imagens fotoshopadas das moças lindas das revistas, mas nem sempre dá.

Ok, tem gente que abusa e é mais lindo ou linda do que o bom senso permitiria. Eu, ao invés de sentir qualquer coisa maligna em relação a estes abençoados ou abençoadas, adoro de verdade que eles existam. Acho tão interessante observar a perfeição estética, de homens ou mulheres. Deve ser porque tenho alma de esteta ou por causa da minha artistice insipiente. Mas também adoro observar a beleza nas imperfeições das pessoas próximas, e acho uma riqueza a orelhinha meio separada da minha filha pequena, os quadris largos da minha amiga gordinha, o nariz grande de um amigo querido que vive longe...

Tem um site, chamado apartamento qualquer coisa, que publica fotos de moças "normais" nuas. A ideia foi de um fotógrafo que já andava meio abusado do fotoshop. É a coisa mais linda do mundo aquelas meninas com peitos normais, barrigas normais, bundas normais, expostas elegantemente para as lentes que quem as observa com o coração aberto. Duvido que alguém ali enxergue falta ou excesso. A medida das coisas, afinal, é a gente quem dá.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Serotonina

Eita, que minha dose de serotonina tá baixando e eu tô ficando meio histérica. Ok, componentes químicos sazonais também interferem, principalmente quando chegam aliados a problemas reais, mais verdadeiros e palpáveis que mamão na feira. Ainda assim, o máximo que hormônios em fúria conseguem de você quando as coisas estão nos eixos é uma crisezinha de choro porque o cabelo tá péssimo e a unha quebrou.

Quando eles - os hormônios - vêm acompanhados de mais razão que sensibilidade é que a coisa pega. Cores de Almodóvar, meu bem. Tô a fins, inclusive, de cambiar o momento rouge forever por uma coisa assim, Woody Allen da contemporaneidade. Allen, aliás, merecedor dos meus aplausos por trocar a cabecice sem fim pelos cenários lindos de Barcelona e Paris e seus respectivos finais felizes. Depois da tempestade e da correria, quero tons pastéis e sorvete de creme, que eu bem que mereço.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Audiência

Hoje descobri um novo leitor. Nós, as criaturas que escrevemos, o fazemos mais pra nós que para os demais, mas é sempre bom saber que temos audiência. Tô meio sem tempo pra me alongar (pobre do meu bloguicho), mas queria dedicar a este novo leitor, hoje, a minha solidariedade e dizer a ele que, de doido, a gente corre. Até porque o doido não raciocina que nem nós, os quase normais. Como diz um amigo, doido tem uma força que Deus nos livre.