quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Horizontes

Certa vez, há um tempão atrás, resolvi que queria estudar de novo, que queria estudar mais, que queria até mesmo ser forçada a estudar - uma situação em que acredito muito, porque se nos fosse dada a opção de fazer só o que a gente realmente quer fazer, o tempo todo, no mundo... Imagina só a porcaria que sairia dessa história. Viveríamos como a minha gata Maltine, o ser vivo mais folgado que há. A existência dela é uma beleza, mas não é exatamente produtiva, e não agrega lá muito valor à vida no planeta. Bom, se considerarmos a cadeia alimentar ou, sendo mais boazinha, a função social/afetiva dos pets... Há muito tempo que gatos e cachorros mandaram às favas essa conversa de cadeia alimentar, inclusive. Mas essa é uma outra história.

Voltando ao tema: conhecimento é esforço. Ninguém amplia repertório só assistindo ao The Voice. É preciso dedicar um tempo para querer saber das coisas, e sem estudar, estudar em um sentido mais amplo, a gente emburrece e nem percebe. Estava falando com um amigo um dia desses sobre o sentido e a importância da educação, e  discutíamos o fato de que as pessoas, senso comum e dado medido por pesquisas, não costumam enxergá-la como uma necessidade prioritária.  O povo fala de saúde, de buraco, de trânsito... Educação não aparece no ranking. Argumentei com ele: "claro. As pessoas não estão se educando como deviam, por isso não conseguem ver que precisam se educar". O raciocínio é circular, e é óbvio.

Quanto mais sabemos, mais queremos saber. Neste momento, ando assim com o flamenco. Estudei, estudei - e descobri que não sei nem a metade do que gostaria de saber. Reconheci que meu repertório é insuficiente, pelo menos para o grau que pretendo atingir. Não é profissão, é paixão - e por isso mesmo, merece ser levada muito a sério. Assim sendo, decidi estudar mais. Vou buscar na fonte, para dançar mais bonito, e principalmente para dançar com cada vez mais prazer, e tentar atingir o nível que considero justo e decente. Fim das contas, a gente só faz com alegria (pelo menos eu) quando sabe o que está fazendo.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sobre o tempo e a perda de tempo

Li numa revista muito instrutiva que Mercúrio estava retrógrado até o dia 11/11 e que, portanto, até esta data, toda comunicação entre os seres estaria fadada ao fracasso. Aproveitei para adiar as conversas complicadas, uma vez que, mesmo sendo meio cética, não sou besta. As conversas não conversadas, entretanto, costumam achar uma brecha na agenda, mesmo que você esteja muito, muito ocupado. Aí, depois da conversa, descobre-se que tudo poderia ter sido bem mais simples do que foi. Oh, God. E compreende-se que o tempo, este elemento tão escasso na natureza dos dias contemporâneos, perdeu-se pelo caminho. O consolo é que, enfim, as coisas se resolvem, de um jeito ou de outro. Bom é quando elas se resolvem do melhor jeito, né não? O amor e o bem querer nunca falham.