quinta-feira, 31 de maio de 2012

Fuá

Estava ouvindo no meu rádio do carro, hoje de manhã, um CD massa, que me lembra tempos muito legais de Soparia, CAC e afins. Siba e sua turma eram representantes de um movimento de pernambucanidade universal que nos dava orgulho que só, e ainda fazia música boa demais de dançar. Quer mais? Essa letra é coisa de gênio. Vê aí:

Fuá na casa de Cabral

Naquele Brasil antigo
Perdido no desengano
Seu Cabral chegou nadando
E não preocupou com nada
Deu ordem à rapazeada
Mandou barrer o terreiro:
"Me chame o pai do chiqueiro
que hoje eu quero forró,
Toré, samba, catimbó
Que eu já virei brasileiro"

Foi gente de todo tipo
Na festa de seu Cabral
Português de Portugal
Raceado no Oriente
Negão bebeu aguardente
Caboclo foi na Jurema
Seu Cabral pediu um tema
Danou-se a cantar poesia
Até amanhecer o dia
Numa viola pequena

No fim da festa e da farra
Cabral não sentiu preguiça
Mandou logo rezar missa
Pra ficar aliviado
Chamando o padre, apressado
Mandou começar ligeiro
Botando ordem no terreiro
Com seu maracá na mão
Jurando pelo alcorão
Que era crente verdadeiro

Mas na hora da verdade
Quando passou a cachaça
Seu Cabral sentou na praça
Caiu na reflexão
Disse: "Esta situação
sei que nunca mais resolvo!"
Então falou para o povo:
"Juro que me arrependi
o Brasil que eu descobri,
queria cobrir de novo!"

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O doidinho voltou

De volta às paisagens brasileiras, Klester já deu notícias pelo facebook, fórum que alcança todo mundo ao mesmo tempo. Ainda bem, está tudo bem, mas eu ainda espero pra falar com ele by phone, e não apenas por causa do evento Síria, mas também por causa de outros temas que tenho pra discutir consigo. Anyway, o que importa é que no final deu tudo certo. Amém!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O menino maluquinho

Tenho um grande amigo, querido do coração, que se chama Klester. Pois é, o nome dele é meio esquisito, tal qual a pessoa que representa. É jornalista, como eu, e adora se meter em enrascadas, das mais diversas naturezas. Das confusões profissionais às românticas, o menino já se inseriu em todas elas. Fui a São Paulo há mais ou menos um mês, e tentei encontrar com ele, como sempre faço quando vou pra lá. Não consegui falar, o telefone não pegava de jeito nenhum. A ligação caía, um lío. Bom, deixei pra lá, pois que ele sempre me liga quando está metido em seus rolos com as fêmeas, e deduzi que o silêncio significava que estava tudo bem.

Eis que abro o jornal no sábado e descubro que a criatura foi presa na Síria, ao tentar cobrir uma pauta pra Revista Istoé. Síria??? Este é Klester, o repórter que já foi amarrado a uma árvore por bandidos enquanto fazia uma matéria na Amazônia. O cara que escreveu um livro sobre um dos maiores matadores de aluguel do Brasil. Preocupei-me, mas não muito, porque a matéria dizia que ele estava bem, que a embaixada brasileira estava negociando a saída dele de lá, enfim. Dia desses ele sofreu uma decepção amorosa e inventou de comprar uma passagem caríssima pra um lugar longíquo e perigoso, de onde deduzo que talvez esteja enrolado em seus romances uma vez mais, já que foi parar na Síria.

Uma vez, fui dançar num espetáculo de flamenco promovido pelo Instituto Cervantes, no Teatro Apolo. Avisei aos amigos por email. Quando desço do palco, lá está Klester, que veio de Sampa sem me avisar (ele já viria ao Recife, naturalmente, e as datas coincidiram) e foi assistir ao nosso show. Supresas, ele adora. Também adorei revê-lo, e ainda mais seu carinho e atenção. Nos conhecemos desde que eu era estagiária na mesma empresa que ele trabalhava, e desde então ele me chama de "filé". Estou aqui na expectativa de saber notícias dele logo. Pelo facebook, os amigos estão se atualizando uns aos outros quanto ao seu paradeiro.

É doido esse menino. O último remanescente entre os solteiros com mais de 40 (se é que ainda está solteiro, sei lá), romântico incurável, intrépido repórter. Love you, coisa feia, aparece aí.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Regime forçado

Tô num regime daqueles. Não por força de vontade, o que seria até bastante louvável, mas por pura falta de condição de comer mesmo. Comida anda travando em minha garganta, descendo a fórceps. Já a bebida...Vai que é uma beleza. Deve ser por isso que ainda não perdi todos os quilos que preciso, mas já dei uma afinadinha, de qualquer maneira. A aula de dança de ontem foi, de novo, ótima, e a silhueta mais delgada ajudou na composição de um conjunto harmonioso. Ando de um jeito que por mim passava a semana dentro da sala de aula, sem parar, até a exaustão. Ufa.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Só o flamenco salva

Eita, que ontem eu estava meio aperreada, em dúvida quanto a umas soluções que preciso dar à minha vida profissional e outras paragens. Ainda no carro, indo pro Ipsep dançar meu flamenco, comecei a melhorar um pouquinho. A perspectiva de dançar sempre me anima, mas confesso que na última terça nem o baile me ajudou. Tive um início de menstruação punk, eu que nunca sinto nada, e fiquei malzinha. Dor de cabeça, pernas pesadas... Não bailei. Tomei uma garrafa de vinho com Husband em casa, menos mal. Mas o bolo no estômago permanecia. Esse negócio de ser adulto às vezes é um tantinho chato. Bom.

Ontem, depois de uma semana (que termina hoje, ufa) puxada, parei no posto de gasolina onde sempre paro pra comprar uma aguinha de coco. Enquanto isso, pensava no baile que Fabinho ensinou pra gente, durante o workshop da semana passada. Cheguei na casa de Cida, onde ensaiamos, e fui vestir minha roupa. Pus uma legging preta, uma blusinha também preta, e minha sainha vermelha por cima, aquelas saias levinhas que são pra balé, mas que eu, gipsy convicta, também uso. Queria estar linda pro meu flamenco. Emagreci um tantinho, depois da segurada na boca que dei por estes dias, e estava me achando mais bonita do que nunca. Nada é mais bonito do que uma pessoa dançando com alma.

Karina chegou, começamos a conversar e a esperar as outras bailaoras. As meninas demoraram, iniciamos o ensaio. E a minha figura no espelho, enquanto eu dançava, sem errar - mais que isso, afinal, com a alma sobre a qual falei acima - me agradou, me deixou feliz, tranquila, sem lembrar dos problemas que teimam em correr atrás da gente enquanto a gente corre deles. A aula foi eu e Karina, Karina e eu, e ambas estávamos curtindo o nosso universo particular, enquanto ajustávamos o nosso baile pra formar uma dupla. Estávamos lindas. Nem o cabelo prendi, queria ele solto. E ele não se transformou num balaio assanhado, vejam só. Não tinha ninguém olhando, tudo o que fiz foi por mim e para mim. Delícia.

Love, love, love. Tô quase deixando de ser frouxa e indo logo fazer minha tatuagem gipsy. Preciso pedir o desenho à minha querida Dani Acioli, posto que o flamenco, además das minhas pequenas, é o que há de mais permanente em minha vida, nesta vida onde as mudanças são a única certeza que temos, fim das contas. Hoje estou plena de amor, e o melhor é que é por mim mesma. E não tem joelho ruim, distância ou dificuldade que me faça parar de dançar. Olé!


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sapatos

Acabo de tirar os sapatos. Eles estavam apertados, são altos e depois de uma caminhada pelo Recife Antigo, começaram a me incomodar. Eita, e quando o sapato aperta e gente não tem como descalçá-lo? Uma menina que eu conheço uma vez tirou os sapatos e saiu andando descalça por aí. Tinha umas pedrinhas e uns vidrinhos pelo chão, mas ela estava tão feliz sem os sapatos que nem sentia nada. Os obstáculos incomodavam, mas o que se descortinava à sua frente era tão mais importante... E ela sentiu alívio, mesmo enquanto caminhava e cortava os pés com as pedrinhas.

Essa menina tinha amigas e amigos a quem amava muito. Ela contava pra eles os motivos da sua caminhada, ou da vontade que ela tinha de trilhar caminhos sem os sapatos. Aí, ela calçou novos sapatos, bem confortáveis, e depois de um tempão, os danados começaram a apertar de novo. E então ela perdeu a coragem de tirá-los mais uma vez, e os amigos se cansaram de ouvi-la contar dos sapatos apertados. E ela foi ficando esquisita, principalmente porque começava a se acostumar com o aperto dos sapatos. Quem já viu?

E não disse mais nada a ninguém. Ela tem saudades, no entanto, de conversar com um desses amigos, que um dia ficou brabo com ela por causa desse papo de sapato pra lá, sapato pra cá. Ôxe, menina mais esquisita, obcecada por sapatos.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Só tem doido

Eita, que quanto mais eu rezo... Acho que vou passar a frequentar umas reuniões espíritas com minha amiga Dani, pra ver se compreendo qual a minha missão nesta terra. Se for complicada como eu estou achando que é, acho que vou deixar pra próxima vida. Será que dá?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Férias

O povo aqui ao meu lado só vive tirando férias. Não que eu ache isso errado, tenho é inveja mesmo. Hoje amanheci com uma vontade louca de tirar férias, e nem foi tanto do trabalho. Foi mais férias do Recife, da rotina, das tarefas, do trânsito. Deve ser reflexo das mil e uma atividades domésticas que exerci antes de sair de casa mais cedo, posto que minha secretária do lar está... de férias. Lavei pratos, fiz almoço, cuidei da minha filhota que está doente, botei roupas na máquina e água nas plantas, varri e passei pano no chão. Ok, talvez eu estivesse um pouco surtada, já que fiz tudo isso antes das oito da manhã, mas a casa precisava mesmo de um grau, como se diz. Quase que eu mudo tudo de novo e resolvo endoidecidamente viajar neste julho, ao invés do próximo. Quase que eu vou na agência de viagens. Não fui, mas o certo é que tirarei férias, e vai ser em julho. Vou resolver pendências burocráticas, mas pretendo também dar uma chegada em alguns lugares bonitos de Pernambuco, e talvez usar minhas milhas aéreas. Uma coisa é certa: acordar todo os dias depois das oito já será, de qualquer maneira, uma riqueza.