sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vida que vem e que vai

Certa vez, meados do ano passado, escrevi um post falando sobre meus amigos que estavam em vias de casar. Os que casaram, credo, separaram todos. Alguns dos separados já estão por se casar novamente, alguns namoram, outros fingem que não namoram; há ainda os que estão avulsos, por aí, circulando. Vida que segue, mas que é pouco natural, lá isso é. Nenhum destes casais viveu junto por mais de um ano. Conheço seis pessoas (isso mesmo, seis) que compõem este grupo dos casamentos relâmpago.

Tenho conversado com alguma frequência com um amigo (que não faz parte do grupo citado anteriormente) que está querendo casar com alguém que já casou. Problema? Sem dúvida, mas, tal qual essas pessoas que casaram ano passado, a parte comprometida da relação parece que vai abandonar o atual barco e embarcar no barco do meu amigo. Ele assim espera e a conjuntura aponta pra isso. Detalhe: o casamento é recentíssimo. Mais um que acaba sem nem ter começado direito.

Moral da história: não adianta tentar remendar com casamento aquilo que o namoro já não conserta mais. A lição é velha mas a humanidade teima em não aprender... Começo a pensar que o atual namoro é equivalente ao velho casamento - antigamente, o povo achava que tinha que ficar junto até que a morte os separe, com ou sem alegria, e agora, quem namora há muito tempo acha que tem que casar, a qualquer preço. Quem disse?

Não julgo e não aconselho a não ser que seja solicitada, até porque argumentos equilibradamente construídos dirigidos a alguém que não está raciocinando de forma lógica não servem de nada. Mas que um pouquinho de reflexão economizaria montes de lágrimas e de grana, não resta dúvida. Mais alguns milênios e acho que a gente chega lá, amém.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Meu vestido novo

Quarta-feira passada, estava numa secura daquelas pra dançar. Arrumei minha sacolinha de baile, botei no carro e cheguei a comentar com as meninas - "eita, ainda bem que hoje vou dançar, tô em crise de abstinência (no sábado anterior não havia tido aula)". Eis que fui fazer um exame e a médica me disse que eu tinha que ficar de repouso o resto do dia. Nada de dança.

A secura triplicou, mas fui recompensada. Sábado, quando cheguei no Cervantes, Dani, uma das minhas companheiras de baile, estava com uma bolsa bonitinha nas mãos, toda sorrisos. "Nossos vestidos", ela disse, e eu me lembrei do figurino lindo que havíamos comprado pela internet. O vestido ficou um espetáculo, lindo de morrer, e eu vivi um daqueles momentos mulherzinha que às vezes me acomentem, quando uma roupa nova e linda vira a tradução da felicidade da pessoa.

Louca pela roupa, comentei com Dani: "acho que dá pra sair com ele por aí, né não? Tu achas que o povo vai achar estranho?" Pelo olhar dela... Arrisco nada.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Sobreviviré, de Remedios Amaya

Yo tengo el ansia de la juventud
Tengo miedo lo mismo que tu
Y cada amanecer me derrumbo al ver la puta realidad
No hay en el mundo, no, nadie más frágil que yo. 

Pelo acrílico, cuero y tacón

Maquillaje hasta en el corazón
Y al anochecer vuelve a florecer lúbrica la ciudad
No hay en el mundo, no, nadie más dura que yo
Debo sobrevivir, mintiéndome.

Taciturna me hundí en aquel bar

Donde un ángel me dijo al entrar:
'Ven y elévate como el humo azul, 
no sufras más, amor'

Y desgarrándome, algo en mi vida cambió. 

Sobreviviré

Buscaré un hogar entre los escombros de mi soledad
Paraiso extraño, donde no estás tu
Y aunque duela, quiero libertad, aunque me haga daño
Debo sobrevivir, mintiéndome. 

domingo, 17 de julho de 2011

Alegria

Chove, e o Recife está imerso num friozinho estranho, inusitado para os nossos padrões eternamente tropicais. A cidade obriga então a gente a estar coberto, circulando no interior de espaços fechados. O cenário é cinzento; melancólico, talvez, como os tons pastéis. Por aqui, no entanto, ando feliz, e as cores que me acompanham são fortes, solares. A semana teve saldo positivo, em vários aspectos. Mais não conto, até porque não sei o que mais (virá?). Bom é quando a gente se sente bem e só.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Lindona

Registro aos 30 dias de vida de Ana Clara,
coisa mais linda e querida da titia.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Movies

Engraçado como alguns filmes são capazes de balançar nosso coreto, enquanto outros são tão absolutamente esquecíveis. Ontem, fui ver "Meia noite em Paris", de Woody Allen. Tão bonitinho, tão descompromissado, mas ao mesmo tempo exigente - se adolescentes aculturados forem assisti-lo, naquele esquema "vamos-ao-cinema-não-importa-o-filme", provavelmente "voarão" durante boa parte do tempo. Ainda assim, não é um filme cabeça, pelo contrário. É leve e deixa a gente enlouquecido pra ir a Paris, de preferência no próximo avião.

Outro dia, estava zapeando e dei de cara com "Uma linda mulher" começando, nos letreiros. "Eita, não lembrava desse início", pensei. E fui assistindo... Vi até o fim, com uma emoção renovada. As teorias mais conhecidas dizem que mulheres amam esse filme porque têm complexo de Cinderela e querem ser salvas pelo príncipe encantado. Eu diria que todo mundo gosta desse filme porque todo mundo passa por momentos na vida em que o que mais deseja é que o outro seja capaz de resolver todos os seus problemas. Felicidade 100% garantida, e com firma reconhecida. Quem não quer?

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Paradigmas

De uns tempos pra cá, venho convivendo, por causa de circunstâncias profissionais e não profissionais, com pessoas mais novas que eu, ou bem mais novas que eu. Moças e rapazes nascidos nos anos 80, com os quais convivo e aos quais quero bem.

É uma mudança de paradigma pra mim, que sempre fui acostumada ao contrário, a estar em meio a pessoas mais velhas que eu. O fato é que sempre me interessaram a maturidade, a experiência, a cultura que só se adquire com o tempo. Confesso que era (e talvez ainda seja) um tanto intolerante com excesso de juventude, mesmo aos 20 e poucos anos.

Conversando com eles, às vezes ainda me pego pensando - Cristo, será que esse povo já leu alguma coisa que não estava postada no facebook? Mas já admito que eles têm direito às leseiras, às conversas bobas, a viver as etapas que são, afinal, próprias da idade. Faço aqui, no entanto, uma ressalva: essa turminha que passa a ser a minha turminha em muitos momentos da semana é diferenciada, é inteligente, é capaz e sabe o que quer da vida. Infelizmente, são absoluta minoria.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Não disse?

Eu não disse que era uma questão de definir prioridades? Findou que, de quinta pra cá, consegui ver a minha fofucha sobrinha três vezes. Mesmo assim, trabalhei que só, participei de vários eventos profissionais, levei minhas filhotas, que estão de férias, na mc donald's...

Engraçado como os homens acham uma coisa dificílima dispersar a atenção por várias atividades distintas ao mesmo tempo. O que seria de nós se não fizéssemos isso? Morreríamos de angústia ou de exaustão. Desde sempre convivo com a necessidade de botar um olho no padre e outro na missa, como se diz, e acho que mesmo sem precisar não consigo mais agir diferente. E isso me vale, aleluia.

Uma vez um namorado meu, que tive aos 15 anos de idade, acabou o namoro porque "tinha que estudar pro vestibular". Obviamente, não aceitei aquilo, porque eu também tinha um monte de coisas pra fazer, inclusive estudar. Como assim? Naturalmente, ele não passou no tal vestibular e eu logo arrumei outro namorado - o que muito o chateou. Como assim? Homens são estranhos - depois falam que as mulheres é que são dissimuladas, que dizem uma coisa querendo dizer outra.

A tal criatura achava, depois me disseram, que eu ficaria esperando o vestibular passar (ou ele passar no vestibular), que isso estaria no subtexto do término do namoro, e arretou-se. Paciência. Mais uma vez, aviso aos navegantes: NÃO leio subtexto. Deixo a atividade para os linguistas. Mesmo que às vezes fique tentada a querer entender as tais entrelinhas, aprendi há muito tempo que não vale a pena - porque o que não se diz, no fim das contas, quase sempre tem a ver com o que não se quer ou não se tem coragem de realizar, de por em prática. Portanto, pra que saber?

Voltando ao começo e chegando aos finalmente deste post meio sem ritmo, registro a riqueza que é Ana Clara, para quem a tia dela sempre vai achar um jeito de ter tempo.