segunda-feira, 22 de abril de 2013

Futebol, esse estranho movimento

Não foi por falta de tentativa, mas eu nunca consegui entender esse fascínio que o povo, particularmente os rapazes, têm pelo futebol. É tudo muito estranho - a alegria, a tristeza, a euforia, a depressão. Os meninos matam e morrem por causa desse negócio, e tudo o mais se perde numa aura de desimportância absoluta quando se trata do time do coração. Inclusive, nós, mulheres. E eu não cultivo nenhuma raiva relacionada, pelo contrário - o futebol (em geral) deixa os homens felizes, e homens felizes não enchem o meu, o seu, o nosso saco. Registre-se que eles ficam particularmente bem quando jogam futebol, e rasgando-se de alegria quando jogam bem. Eufóricos quando os demais reconhecem que eles jogaram bem.

Eis que os rapazes-colegas-de-trabalho iniciaram uma pelada às segundas-feiras. Desde então, as terças têm sido luxo só. Divirto-me horrores ao ouvir as histórias dos dribles, faltas e afins, contadas com direito a lances dramáticos mais que interessantes. Coincidentemente, eles jogam no mesmo lugar onde eu danço, e hoje estaremos dividindo o ambiente. Uma parte pro flamenco, outra para o futebol. Vale registrar que nosso saudável ambiente de trabalho contaminou-se com a nova prática, e estabeleceram-se novos parâmetros de admiração, além de empoderamentos muito originais. O cabra que joga bem ganha status e respeito dos demais, e vira, assim, uma espécie de ser sagrado.

Não resistirei e darei uma espiadinha, obviamente. Depois faço meu relato ;)


terça-feira, 9 de abril de 2013

Fantasticamente imbecil

Será possível que só eu tenha percebido o nível acachapante de imbecilidade agregado àquele novo quadro do Fantástico - "Mundo sem Mulheres"? A premissa é de um machismo do tempo das cavernas. Nem Jece Valadão faria parecido. É assim: as moças saem de "férias" da família (eu só tiro férias do meu trabalho; afinal, meu marido não é meu chefe) e os caras têm que "se virar". Ou seja, dar banho e comida para as crianças, um jeitinho na casa... Toda a lógica diz respeito às tarefas domésticas, que são consideradas "femininas". Não tenho palavras para descrever a irritação que me dá ao ver aquilo ali. O programa reforça os estereótipos, infantiliza os homens, idiotiza as mulheres. É de um atraso injustificável. Nessas horas, tenho vergonha da indústria do falso jornalismo, que confunde informação com entretenimento de baixa qualidade e nenhum nível de reflexão válida. Lixo puro.