terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Espero o ano inteiro/ até ver chegar fevereiro

Eita, finalmente!
Quem me conhece lembra o quanto sofri ano passado, quando acatei a infeliz idéia de me ausentar da minha cidade linda logo no carnaval. E é no carnaval que tenho mais orgulho de morar aqui, de viver nessa terra que é personagem de tantas canções de saudade - "Recife mandou me chamar..." Não conheço uma só pessoa no mundo, das tantas que, por uma ou outra circunstância saíram daqui pra morar em outro lugar, que não queira voltar. E todas estão cheias de razão.

Não sei se sou eu, mas as prévias este ano estão particularmente boas. Bonitas, alegres, leves. Fui ao acerto de marcha do Bloco da Saudade, tão lindo - "E quem sabe se agora nesse carnaval/você Colombina e e eu Pierrot..." Fui ao baile do Panela de Pressão, só gente amiga, curtindo. Essa semana, tem festa que não acaba mais, na quinta, na sexta, no sábado.

Juro solenemente nunca mais arredar pé daqui em fevereiro. E me prendam se eu manifestar algum movimento em outra direção.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Oi, sou hetero

Era só o que faltava.

Estava eu voltando do almoço hoje (domingo) e resolvi parar numa banca de revistas para comprar uma (revista), um dos meus poucos vícios. Adoro ler coisas bestas aos domingos, e sou obcecada por revistas de todos os tipos, menos a Nova, que considero um insulto à minha condição feminina. Bom.

Comecei a ler a minha Marie Claire. Na seção sobre as coisas que vão estar na moda neste verão, tinha uma parte que falava sobre cantada, e qual seria a mais trendy da estação. Adivinhem só. Segundo a revista, basta o cara dizer "oi, sou hetero", e engatar um papo.

Meu Deus, a que ponto chegamos! Agora, ser homem, coisa mais que básica, na minha opinião, já um diferencial no mercado livre dos relacionamentos. É compreensível. Afinal, o que tem de gay por aí não está tornando fácil a vida das moças, mas, ainda assim, só ser hetero é pouco, do you agree?

Ave Maria. Fiquei nude (nova gíria para substituir "fiquei bege", ainda segundo a MC, a quem interessar possa).

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O Casório

Prometi e devo cumprir, já que não entrei pra política (nem pretendo, aliás). Juliana e André, enfim, casaram. A cerimônia foi muito bonita, leve e descontraída como deveriam ser as uniões entre as pessoas. Os noivos fizeram suas declarações, assim como a mãe da noiva, o filho do noivo e um amigo querido de ambos. O tom dos textos terminou parecido, com todo mundo falando em amor e escolha, em vontade de ficar junto. Vontade, disposição, atitude. Mais que intenção, mais que discurso, mais que impulso. Vontade, afinal, de construir uma história em parceria, com espaço pras quatro operações matemáticas, cada uma servindo a um propósito, cujo resultado se pretende que seja harmônico e alegre. É muito bonito quando a gente vê gente disposta a seguir esse caminho, com toda a sinceridade no coração.

Fazia calor, depois das cinco da tarde, quando a cerimônia religiosa terminou. Na porta da igreja, já esperavam os convidados uma orquestra de frevo, um isopor com cerveja e dois bonecos gigantes dos noivos. Todos nós seguimos então em cortejo pela Rua do Amparo, e devo dizer que, na metade do caminho até o MAC, onde a festa aconteceu, a cerveja do isopor acabou, tão no clima de carnaval que o povo estava. Nosso “bloco” terminou arrastando os foliões que andavam pela cidade alta, que estranharam aquela turma toda de vestido longo e calça social dançando frevo. Aqui e ali, alguém gritava: “é um casamento!” e sorria, cúmplice. Quando chegamos nos quatro cantos, o padre que realizou a cerimônia chegou. Chegou chegando, registre-se, dançando frevo muito direitinho, na frente da orquestra. Ainda bem que Dom Dedé descansa e Saburido é quem toca agora os destinos da igreja católica nestas paragens. Não tenho religião, mas é fato que o catolicismo, pra nós brasileiros, é mais uma manifestação cultural que apenas religiosa. Que seja alegre, então, ora bolas. O padre arrasou.

No MAC, mais frevo. Depois, o DJ botou o povo pra dançar de Benjor a RC, e quem foi ficando foi ficando com mais álcool no cérebro, como sói acontecer nestes eventos... Foi tudo muito legal, principalmente porque teve a cara do casal – pode-se dizer, então, que a cerimônia foi o primeiro evento que eles produziram juntos enquanto marido e muié. Nos trinques. Elogios feitos, chegou a hora da cobrança: que venham as crianças! Começo aqui, aliás, a campanha “procriar é preciso”, pra ver se os casais que conheço se animam, a começar por Ju e André, of course. Antes que alguém pergunte, já dei minha contribuição à humanidade e aguardo companhia. Quero um bebê pra fazer bilu e depois devolver pra mãe trocar a fralda. Quer coisa melhor?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A polêmica do fio dental

Fui à despedida de solteira da minha amiga Juliana. Se antes tínhamos chá de panela, e as moçoilas casadoiras ganhavam apetrechos para o lar, em busca da excelência nos cuidados com a casa, o futuro marido e os rebentos a encomendar, agora o negócio é chá de lingerie. Ninguém mais cozinha, nem limpa a casa, ou, se o faz, é com um saco de Bompreço na cabeça. Noivas pelos quatro cantos do país ganham, nestes eventos, mais calcinhas e sutiãs do que poderão usar num ano inteiro. Com Ju não foi diferente. Ela tinha que adivinhar de quem eram os presentes, e se errasse, bebia. A verdade é que a gente já estava bebendo antes das brincadeiras. Só eu, tomei sozinha uma garrafa de vinho, mais uns prosequinhos...

Cecília, que organizou a parada toda, arrasou na arrumação da casa. Balões com as perguntinhas escritas num papel; pênis – de borracha, em forma de canudo, de chocolate, etc., em profusão; velas; poás, tiaras, óculos coloridos; trilha sonora. Pra completar, ela gravou, no dia anterior, um vídeo com o noivo respondendo a perguntas indiscretas. Ju tinha que acertar as respostas, e se errasse, bebia mais. Não preciso dizer o quão bêbada ela ficou. Mas o mulherio convidado também não ficou atrás, e tomou todas.

Fomos juntas até o Bar Real, para Juliana convidar um desconhecido pro casório. O bar tremeu, meu povo. Vale registrar a disposição de Ju, que bancou todas as brincadeiras, sem reclamar. Nestes eventos, as conversas, em determinado momento, giram em torno de temas palpitantes. Certa hora, Tati, uma das convidadas, disse que o professor de ginástica dela, ao elogiar o formato de sua bunda, fez uma ressalva: ela teria que usar calcinha fio dental, para não marcar, e assim, o visual do derrié ficaria perfeito de verdade. Discutimos sobre usar ou não o fio dental, que eu, particularmente, acho feíssimo, além de totalmente desconfortável. Não uso nunca, e olhe que minha bunda é até bem bonitinha. Mas tem gente que usa na diária e acha muito normal (o que é de gosto...). Fiz uma enquete no trabalho, e ninguém compartilhou a opinião do professor de Tati. O consenso é que ele deve ser veado.

Bom, a coisa toda foi por demais divertida, principalmente porque a noiva e as meninas presentes não eram meninas frescas, nem tampouco queriam dar umas de atriz pornô. Explico-me: tem muié que conta histórias tão mirabolantes pras outras sobre suas peripécias sexuais que fica difícil de acreditar. É isso, rapazes, creiam. Algumas moças hoje em dia também contam vantagem, e a gente fica sem saber qual parte é realidade e qual é sonho.

Bom, o casório é sábado, com festa de carnaval e tudo o mais. Conto depois!