Engraçado como as pessoas ainda se relacionam com o tema "sexo" de forma tão pouco natural. Por estes dias, o pobre do Ministro da Saúde foi alvo de críticas, mais ou menos sérias, por ter comentado, numa frase com outros dez itens, que transar pode ser bom pra saúde. A cartilha que falava de sexo para crianças e tocava em questões relacionadas ao prazer, foi retirada das escolas do Recife porque as famílias não gostaram de seu conteúdo. Não conheço o livro e não tenho opinião sobre ele, mas pra que tanta celeuma? Muitos pais ainda acham que explicar sexo às crianças é apenas falar de reprodução e doença. Como se as emoções não estivessem em primeiro plano e o prazer fosse crime.
Ouvi também, andando por aí e escutando conversas alheias quase sem querer, homens casados comentando que preferem fazer sexo com prostitutas, pois assim não "complicam" as coisas. Provavelmente porque as esposas não participam de algum desvio da norma padrão que os tais curtem. Ou talvez porque o tal "amor" inviabiliza, na cabeça dessas pessoas, o contato físico sem censura. Como assim, Bial? E aí, surge a pergunta que não quer calar: alguém questionou se as amadas, mulheres ou namoradas, topavam entrar na "brincadeira"? Duvido. Assim caminha a humanidade, num descompasso que só existe porque o povo leva muito a sério tudo o que diz respeito ao tema (sexualidade).
Falar sobre e/ou fazer sexo configura-se deste jeito, pra muita gente: ou é uma questão complexa, revestida de um caráter quase ritualístico, sagrado, ou é uma coisa profana ao extremo, teatralizada, travestida de moderna enquanto se esconde atrás de risinhos babacas e despropositados, exibicionismo e mentiras deslavadas. Mais uma vez, repito: falta naturalidade, e esta ausência abre caminho para as pervesões, estas, sim, um problema. Perversão, neste caso, entendida como qualquer coisa que não seja consensual ou envolva pessoas incapazes de fazer suas próprias escolhas. O resto, se é de comum acordo, diz respeito apenas aos interessados. Sexo é apenas uma parte da vida, nem mais, nem menos, ó, céus.
Infelizmente, ainda não conseguimos chegar a este entendimento, mas espero estar por aqui quando o cenário começar a mudar (de fato - não de mentirinha). Adorei quando vi, no programa "Os Normais", uma personagem feliz da vida porque os homens que transavam com ela contavam o feito pra todo mundo, e isso significava que ela era uma mulher desejável. É uma caricatura do que costuma acontecer na vida real, mas reflete uma situação interessante, em que a mulher deixa de se preocupar tanto com a reputação e passa a dar conta das suas necessidades (sim, gente, transar é necessidade básica do ser humano) sem hipocrisia.
ANITTA E SUA TATUAGEM
Há 3 anos