quinta-feira, 1 de abril de 2010

A perseguição da vizinhança

Como falta solidariedade neste mundo. Minha professora de baile é uma pimenta, e estamos nós, as alunas, correndo pra dar conta do tanto de coisas que ela descarrega no nosso juízo a cada aula. Dito isso, estava eu, neste feriado, marcando uns sapateadinhos aqui em casa numa plaquinha de madeira que eu tenho, bem miudinha. Quase que tenho que dar voltas em cima de um pé só pra caber nela. Preciso marcar um milhão de vezes pra conseguir dançar sem pensar no passo, pra incorporar de verdade o baile ao meu corpo. Faz um barulhinho, mas é coisa pouca.

Bom, mas meus vizinhos do andar de baixo não estão nem aí pra minha evolução. Não se preocupam se eu chegar na aula de sábado com o sapateado ainda sujo. Só querem saber de ligar no meu interfone pedindo que eu pare de dançar, o que considero uma absoluta injustiça. É por essas e outras que gostaria mesmo de morar numa casa, com um espacinho na garagem pra eu montar meu tablado e colar meus espelhos. Infelizmente, não posso, por enquanto, pôr esse desejo em prática.

Vou levar a plaquinha pra Gravatá e treinar lá. Sábado, venho ao Recife para a aula e volto em seguida, ou seja, estou me dedicando! Mas meus vizinhos não estão nem aí, os insensíveis. É uma pena que as pessoas sejam tão intolerantes com o fazer artístico do próximo, cujo único pecado é fazer um barulhinho discretíssimo. Que puxa.

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