segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Recaída

Depois do agito que foi esta semana e este fim de semana, fiquei novamente muito gripada. Não sei se foi o vento de ontem, a bebida da sexta, do sábado... Enfim, fato é que tossi a noite inteira, e por isso mesmo dormi muito mal. Estou sem voz, e se tento falar, tusso mais ainda. Assim, não fui à escola dar minhas aulas, mas daqui a pouco vou à secretaria, que já estou aqui de agonia, procurando o que fazer. Por isso, resolvi escrever este post. Acho que isso é quase uma doidice, esse não saber ficar quieta. Enquanto espero a hora de sair (me obriguei a passar um expediente convalescendo), vou buscando na net opções de cursos de inglês no exterior.

Muitos oferecem opções de hospedagem em casa de família, mas isso eu não topo, de jeito nenhum, que sou muito antissocial pra dormir no quarto de hóspedes de desconhecidos. Quero um apezinho tipo flat, bem localizado, e que me permita cozinhar pra mim de vez em quando. Depois de um dia de aulas, acostumando a mente a pensar só in english, não quero mesmo ter que dividir quarto, banheiro ou qualquer coisa com ninguém. Estou aqui procurando, e depois vou visitar umas escolas, pra buscar indicações seguras, separar o joio do trigo.

Tossindo o tempo todo, ai, que saco. Estou cansada, com uma certa falta de ar advinda deste movimento constante. Quando tiver novidades, conto mais, que esse negócio de ficar doente datou.

domingo, 28 de agosto de 2011

Desatando nós

Acabo de voltar da praia. Boa Viagem, pertinho da famosa barraca do pezão, eu, Clériston e as meninas tiramos o mofo de meses do inverno chuvoso e surpreendentemente frio que acometeu o Recife este ano. Apesar do vento, o programinha foi ótimo, simples e bom como as boas coisas da vida costumam ser. Antes, no sábado, estivemos no aniversário de Dani - pausa para o meu ensaio, quando iniciei meus estudos de baile com castanholas, e ainda dei uma entrevista - e em seguida fomos ao aniversário de Léo.

Meninas a tiracolo em ambos os programas natalícios, surpreendentemente, mais uma vez, elas se divertiram. Nós, que já estávamos nos divertindo a priori, adoramos ver as cricas curtindo as festas, embora a adolescência de Júlia não lhe permita admitir que gostou de nos acompanhar. Encontramos muitos queridos, rimos muito com Alice causando na pista de dança, voltamos pra casa ainda cedo. Que bom, porque adoro festinhas diurnas, aliás.

Mais um passo atrás, sexta-feira. Combinei com meu chefe que não ia acompanhá-lo na foto número 1 da vida dele, não sem antes deixar tudo em cima, na agulha. Deixei tudo pronto também para o debate na CBN, ao qual ele (the boss) não iria poder comparecer. Fechei as pautas da revista, mandei todos os emails, avisei a todo mundo que estaria ausente então. De manhã, acordamos cedo, às 6h, e logo levantamos. Clériston saiu antes, eu depois, no outro carro, para assistir à defesa de tese dele, depois de seis anos de ingresso no doutorado.

Sobre o dia histórico, eu costumava dizer ao marido doutorando que enquanto não terminasse essa tese, nada mais na vida dele iria caminhar pra diante. E na nossa, por consequência. Era uma observação, inclusive, mística, porque eu vinculava (e vinculo, ainda) a não conclusão da tese à algumas greves, acontecimentos, entraves, burocracias, enfim, fatos que atrasaram a resolução de coisas da nossa vida prática. Ele dizia - "não sabia que eu tinha tanto poder. Quem já viu, agora é minha culpa que a prefeitura está em greve?" E eu respondia que a coisa toda estava atrelada a um movimento universal que não podemos explicar de forma racional. No creo en brujas, pero...

A partir de amanhã, veremos quem estava certo, afinal. Aposto que todos os nós vão desatar, assim, sem muito não sei quê. A tese foi defendida, com muito sucesso, aliás. A banca fez muito mais elogios que críticas, e dava pra ver o quanto o agora doutor conhecia daquelas palavras, daquele texto, aquela teoria, aquele objeto. Foi um momento muito lapidado, mas que, enfim, alcançou seu propósito, porque eu sei, acho que mais que todo o mundo, o quanto ele queria fazer um trabalho bom, de fato, e reconhecido como tal. Na academia, nossa fama nos precede - no sábado, encontramos a professora Nelly, que já tinha ouvido falar da qualidade da tese e do sucesso da defesa do dia anterior...

Depois, fomos todos ao Acalanto, barzinho delícia que agora se localiza no Poço da Panela. Só saímos de lá depois das 21h, bêbados (Clériston muito mais que eu). O sábado (dele) foi de dor de cabeça, mas sem peso no juízo. Agora - ufa, e finalmente - é olhar pra frente, pavimentando uma nova etapa da vida que começa. Congratulations, doc!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ay, amor - por Caetano


Amor, yo sé que quieres llevarte mi ilusión
Amor, yo sé que puedes también llevarte mi alma
Pero, ay amor, si te llevas mi alma,
llévate de mí
también el dolor,
lleva en tí todo mi desconsuelo
y también mi canción de sufrir.

Ay amor, si me dejas la vida,
déjame también
el alma sentir;
si sólo queda en mi dolor y vida,
ay amor, no me dejes vivir.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Queimadura

Há coisas nesta vida que incomodam, incomodam muito mais. Mas, descobri que eu não tinha realmente ideia do que é incômodo até me queimar, hoje de manhã, com açúcar derretido, e ficar com meu polegar esquerdo todo deformado. Dói, minha gente, dói que só o cão. Agora, perto das 18h, uma enorme bolha horrorosa está instalada no meu dedão, e cada um me diz uma coisa.

Sabidos me garantem que vou ter que ir no médico estourar a bolha. Pode ser. Só sei que não vou dar o dedo para o cachorro lamber, como me sugeriram alguns amiguinhos que têm muito apreço por mim. Inclusive, não imaginava que senhores tão distintos, detentores do futuro da locomotiva do Nordeste, fossem adeptos de crendices e superstições. Nada como situações limite para trazer à tona a real das pessoas.

Enfim, estou sofrendo, mas como a dor física tende a ser sempre menor que as dores da alma, tento me consolar lembrando que, pelo menos neste último caso, está tudo dentro dos conformes.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aventuras

Faz tanto tempo que não escrevo que já acumulei um monte de temas palpitantes. Vai ver, por isso mesmo, tudo palpita tanto ao mesmo tempo que faltou tempo pro blog. Mas vamos ao que importa:

1. Minha Alice, que fez aniversário domingo (parabéns, guapita), quase se aventurou junto às crianças aventureiras do Damas, e só não foi porque, na hora H, algo que dissemos - nós, os pais - serviu como freio. Não sei exatamente o quê, só sei que vou continuar com "blá, blá, blá",  que é como a pequena classifica nossos sermões periódicos. Não na nossa frente, é claro;

2. Meu dileto e mais fiel leitor me pede pra traduzir o que eu postar em espanhol. Aposto que é charme, duvido que ele não tenha entendido os ditos de Carmen Amaya, protagonista de um de meus últimos posts. Ainda assim, poderia atendê-lo, mas tudo vai depender do seu bom comportamento. Ainda estou com crédito, aliás;

3. Feliz que uma das minhas amigas recém separadas já arrumou namorado, embora ela negue. Só sei que alguém que convida o outro pra ir à igreja está namorando, ou então estou mesmo há muito tempo fora do mercado pra entender os novos códigos dos relacionamentos atuais. Enrola outra, minha filha!

4. No momento, estou enferma como nunca. Uma gripe daquelas que nunca mais havia tido me pegou de jeito, e justo num momento em que não dá pra parar - aulas começando, novos projetos de trabalho se consolidando... Triste. Tô arrasada, mas CDF como sempre, tentando dar conta dos compromissos. Sábado, chegue, please!!!!!!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Faxina

Eita, que faxina agora é palavra da moda, depois que a presidenta resolveu inclui-la em suas atividades planaltianas. Eu, no momento estou faxinando o tempo todo, por obrigação mesmo. Estou jogando papéis fora, encaixotando livros, limpando o escritório. Já que vou me mudar, estou aproveitando pra fazer a limpeza tão necessária, e muitas vezes adiada, desta minha casa de professores. Boa parte dos meus fins de semana vem sendo dedicados a isso.

Num desses momentos, encontrei trabalhos meus do mestrado. Um deles, corrigido pelo professor Sebastién Joaquin, um canadense radicado no Brasil que dava aulas de literatura e psicanálise. Nesta época, cerca de dez anos atrás, eu estudava na UFPE e adorava essa disciplina - psicanálise é um tema que me encanta. Escrevi sobre alguns conceitos de Freud e Lacan, e aqueles papéis, com as considerações em vermelho feitas pelo professor Sebastién, causaram em mim uma emoção próxima da saudade, misturada com orgulho por ter recebido elogios dele, criatura pela qual tenho profunda admiração. Estes, não jogo fora de jeito nenhum.

Não sei dele, não sei nem se ele ainda está vivo, mas me lembro muito das três horas de aula que ele costumava dar, sem power point, sem nada. Eu me esforçava pra entendê-lo, por causa do seu sotaque carregado, e saía de lá cansada, mas satisfeita. O que prova que os recursos tecnológicos são maravilhosos, sim, mas um bom professor é bom e pronto, ainda que fale embaixo de uma árvore e risque o chão com um pedaço de carvão. Conteúdo e capacidade de transmiti-lo é o que importa, afinal.