Eita, que faxina agora é palavra da moda, depois que a presidenta resolveu inclui-la em suas atividades planaltianas. Eu, no momento estou faxinando o tempo todo, por obrigação mesmo. Estou jogando papéis fora, encaixotando livros, limpando o escritório. Já que vou me mudar, estou aproveitando pra fazer a limpeza tão necessária, e muitas vezes adiada, desta minha casa de professores. Boa parte dos meus fins de semana vem sendo dedicados a isso.
Num desses momentos, encontrei trabalhos meus do mestrado. Um deles, corrigido pelo professor Sebastién Joaquin, um canadense radicado no Brasil que dava aulas de literatura e psicanálise. Nesta época, cerca de dez anos atrás, eu estudava na UFPE e adorava essa disciplina - psicanálise é um tema que me encanta. Escrevi sobre alguns conceitos de Freud e Lacan, e aqueles papéis, com as considerações em vermelho feitas pelo professor Sebastién, causaram em mim uma emoção próxima da saudade, misturada com orgulho por ter recebido elogios dele, criatura pela qual tenho profunda admiração. Estes, não jogo fora de jeito nenhum.
Não sei dele, não sei nem se ele ainda está vivo, mas me lembro muito das três horas de aula que ele costumava dar, sem power point, sem nada. Eu me esforçava pra entendê-lo, por causa do seu sotaque carregado, e saía de lá cansada, mas satisfeita. O que prova que os recursos tecnológicos são maravilhosos, sim, mas um bom professor é bom e pronto, ainda que fale embaixo de uma árvore e risque o chão com um pedaço de carvão. Conteúdo e capacidade de transmiti-lo é o que importa, afinal.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
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