Capa do Diario de Pernambuco deste fim de semana registra o que todo mundo já sabia, na prática: falta homem no Recife. E não é modo de falar, não, amiga, é estatística - os números não mentem. São 85 homens para cada 100 mulheres, noves fora os bandidos, os canalhas, os doidos e/ou problemáticos, os burros, os muito feios (feinho já está virando bonitinho, nestas circunstâncias), os gays assumidos, os gays enrustidos, os muito jovens ou muito velhos, os casados, os que têm namorada ou noiva, além dos nossos pais, avôs, tios, irmãos e filhos.
Não é mole, minha filha. Hoje em dia, pra alguém namorar ou casar no Recife, geralmente uma outra desavisada vai ter que ficar sem um homem pra chamar de seu. Neste cenário, a coisa toda fica parecendo uma praça de guerra, e las chicas são as gladiadoras de ocasião. Briga-se até pelas criaturas mais indesejáveis da face da Terra, um espetáculo deprimente por demais. Homens que, nas condições normais de temperatura e pressão, ficariam plantados na pista de dança, passaram a se comportar que nem se fossem Carlinhos de Jesus. Medo.
Realizei uma experiência sociológica dia desses, que me deixou deveras impressionada. Passei o dia inteiro analisando a "qualidade" dos homens à minha volta (as exteriores e visíveis, of course) - difícil foi salvar alguma coisa. A esmagadora maioria era absolutamente abaixo de qualquer controle de qualidade minimamente decente - os outros, ou eram casados ou amigos queridos (e aí, suspeita sou...). Não quero aqui fazer aquele discurso babaca do tipo "homem não presta", até porque não acredito nisso, sinceramente. Homens são ótimos e péssimos, assim como as mulheres. Também existe um monte de moçoilas uó nesse meio de mundo - mas não estou aqui falando delas.
O causo é que os nossos meninos recifenses não estão precisando se esforçar muito. Acho uma pena essa falta de cuidado e de gentileza com as meninas, o comportamento promíscuo que mais parece um dever que uma vontade. O povo não se importa mais em saber das coisas, em aprender, em impressionar o outro. É tanta ignorância que dá pena. Faço aqui um apelo, aos homens e mulheres de bem desta Mauricéia Desvairada: não vamos nos nivelar por baixo, pessoal! Abaixo as relações desvirtuadas, onde o que é ruim vira bom só porque não há nada pra botar no lugar.
Vale um adendo: não sou nenhuma "mal amada", como alguns poderiam pensar. Até porque esse conceito, no fim das contas, é machista até dizer chega. Tenho um marido muito do ótimo, dedicado, atencioso, amoroso, gentil, ex-casado... (Tá vendo? - voltamos ao ponto de partida... A quem interessar possa, a separação do gajo aconteceu por livre e espontânea vontade dele, sem brigas envolvendo a minha pessoa, e sem apelação, porque não precisou e também porque sou fina demais pra isso). Mas sou otimista - tenho fé que minhas (nossas) crianças conviverão em outro cenário... Assim seja!