Bom isso de aprender o porquê das coisas. Sempre fui ruim em matemática, e hoje acho que talvez seja porque ninguém explicava o motivo daquilo tudo existir, para que serviam as fórmulas, nem como os matemáticos haviam chegado até elas... Bom, mas também pode ser só falta de jeito mesmo.
Anyway, queria mesmo era falar sobre o curso de estrutura de baile flamenco que fiz ontem à tarde. Danço há uns 15 anos, já, com muitos intervalos no meio do caminho, mas nunca, de fato, fui apresentada à base das estruturas musicais com as quais aprendi a conviver. Bailamos tangos, sevillanas, alegrías, bulerías. Mas cadê saber distinguir a diferença entre elas, assim, só de ouvir?
Via, em shows, os bailarinos entrarem junto com os músicos, às vezes sem conhecer aqueles músicos, e a dança funcionar. Sabia que tinha uma estrutura para cada baile que permitia isso, mas não entendia bem cada uma delas. Para os espanhóis, tudo é muito natural, mas a gente precisa ir lá na base para compreender exatamente os palos, como eles chamam os diversos ritmos de flamenco que existem.
Ontem, conheci a seqüência que devemos imprimir a cada palo, a cada baile. Comecei a deixar de bailar apenas intuitivamente e subi um degrau bem importante. Faltam muitos, ainda, são muitos bailes, muitas técnicas para aprender. Já sei, no entanto, que quando o cantaor começa seu cante, o baile o reverencia, e não sapateia, não cobre a voz dele com o som dos pés. Sei que chamamos o guitarrista com o sapateado, sei onde estão os silêncios, os braceados, pelo menos dos palos mais bailados.
Fiquei tão feliz por começar esse estudo, mais aprofundado, mais consistente. Senti como se estivesse mudando de paradigma, iniciando minha evolução. Minha meta, agora, é chegar prum guitarrista, na hora da apresentação, e dizer assim: "vou dançar duas letras de tango", e começar e terminar meu baile junto com ele, brincando, me divertindo. Tô no caminho!
ANITTA E SUA TATUAGEM
Há 3 anos