quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

No tempo da delicadeza

Sim, sim, a vida é recheada de sub-textos (com hífen, como mandou o google). Sub-textos que nos permitem viver em sociedade, mas em muitos momentos podem ser causadores de grandes confusões comunicativas - ou de mágoas permanentes. Calar, no entanto, pode ser necessário. Vale dizer o que precisa ser dito, sempre? Tenho feito assim ao longo da existência, algumas vezes com resultados satisfatórios, outras, nem tanto. Os mais próximos, naturalmente, penam um tantinho mais. Clareza e transparência, estou tentando aprender, não é pra toda hora, nem pra todo mundo. Segura a língua, minha filha.

Desentendi-me uma vez com alguém super querido porque ele, de certa maneira, agrediu-me usando informações privilegiadas que detinha sobre mim - e acusou-me, fim das contas, de me expor demais. Outro querido me acudiu, com ombro amigo e cerveja, posto que fiquei bem chateada e passei a tarde chorando por causa das citadas declarações, absolutamente desnecessárias. Tudo tinha a ver com sub-textos, afinal, que permanecerão embutidos porque não é preciso desencavar tudo nessa vida. Sob pena de perdermos a convivência com os nossos afetos, de perdermos a linha da sensibilidade, de entrarmos num processo autofágico de profundidade infinita, que pode fazer mais mal que bem. Também eu já falei demais, muitas e muitas e muitas vezes. Pedi desculpas, mas há coisas que não se apagam.

O equilíbrio, creio, está na sinceridade relativa. Relativizada pelas circunstâncias, pela natureza dos acontecimentos, pela delicadeza. Muito do que não dizemos, não é dito em nome da delicadeza. Quer motivo mais nobre? Em 2013, tentarei ampliar em mim o princípio da delicadeza, meus amores. Promessa de ano novo.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Madurando

Aniversário, uma vez mais. Até que vivi umas tantas coisas nessa existência, e já está quase dando pra dizer que estou amadurecendo. Sempre achei que excesso de juventude é isso - excesso, que deixará de ser demais e chegará na justa medida com o tempo. A leveza e o prazer da descoberta, no entanto, não dá pra perder. Velhice é quando a gente acha que já não tem mais nada pra aprender.

E o engraçado é que, hoje, o que mais se vê é gente super nova que acredita saber de tudo. Meninos e meninas creem piamente que o conhecimento oriundo da experiência é desnecessário em suas vidinhas internéticas. Quanta ilusão. Até porque todo conhecimento é um acúmulo, e para reuni-lo, só o tempo, mas mais ainda a busca, o interesse, a vontade. De crescer, de evoluir, de tornar-se um ser humano, se não melhor, pelo menos mais sabido.

Quero aprender um monte de coisas novas nesse ano que virá. Há quase oito anos sou professora, e agora ando muito empenhada em ser aluna mais uma vez. Na saída deste novo ciclo que, espero, iniciar-se-á breve, serei alguém mais rica. Muito mais do que se ganhar na mega sena, embora eu não esteja, de nenhuma maneira, desdenhando da sorte. E se a mega vier... Aí vocês vão saber o que é uma muié estudiosa de verdade.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Os tais tons de cinza

Sei que estou atrasada. Milhões de pessoas já falaram sobre o tal livro dos tais tons de cinza. Bien, mas resolvi tocar no assunto agora, depois de comprar e ler o livro de Fabrício Carpinejar sobre amor e sexo. Não vou ler os tons de cinza, principalmente porque não concebo uma história que se pretende erótica onde o mocinho só beija a mocinha lá pelo capítulo 12. Isso me parece mais livro de contos de fadas, e ninguém merece conviver com delírios de princesa no meio da trepada. Desculpa aê a crueza do termo, mas sexo é sexo, minha gente, não é aula de etiqueta.

Ok, estou falando sem conhecimento de causa, já que não li o livro. Mas também nunca comi rim nem língua de boi e sei que não gosto nem um pouco destes alimentos. Pelo que entendi, a partir das resenhas às quais tive acesso, o único up grade que o tipico herói romântico descrito pela autora recebe é o fato de gostar de dar umas tapas na mocinha. Seria, assim, um toque contemporâneo para o príncipe encantado. Ôxe, e quem disse que isso é retrato de modernidade? O Marquês de Sade já falava sobre o tema, e com muito mais propriedade.

Sei não, acho que está faltando emoção na vida da turma que se comoveu até o orgasmo com esses escritos. Sou mais Carlos Zéfiro.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Por la mar chica del puerto

Por la mar chica del puerto 
andan buscando los buzos la llave de mi recuerdo
Se le ha borrado a la arena la huella del pie descalzo 
pero le queda la pena y eso no puede borrarlo


Por la mar chica del puerto, 
el agua que era antes clara se está cansando de serlo, 
a la sombra de una barca me quiero tumbar un día 
y echarme todo a la espalda 
y soñar con la alegría

Por la mar chica del puerto, 
andan buscando los buzos la llave de mi recuerdo.
Se le ha borrado a la arena la huella del pie descalzo 
pero le queda la pena y eso no puede borrarlo

Por la mar chica del puerto el agua se pone triste 
con mi naufragio por dentro.

domingo, 4 de novembro de 2012

Al borde de un ataque de niervos

Junte um montón de mulheres, os inevitáveis hormônios, as idiossincrasias e sutilezas das fêmeas. Misture esse negócio e bote todo mundo pra bailar flamenco junto, numa sala pequena, eventualmente mais quente do que deveria. Pronto. A coisa toda ferve, minha gente, como não poderia deixar de ser. Tem hora em que as mina pira, as nega endoida, e tem não quem consiga evitar a confusão.

De minha parte, participo pouco desse lío, não porque seja a mais equilibrada do mundo, mas por uma questão prática, que tem a ver com uma postura que venho assumindo como aluna, ao longo da minha vida. Não quero ficar sem as aulas, que são mais vitais pra mim que as pelejas - assim sendo, nada vejo e em nada interfiro. E, quando aluna, desde que a matéria me interesse e mobilize, sou CDF, sempre. 

Os conflitos são necessários para trazer crescimento; às vezes, porém, os problemas se resolvem melhor sem combate. DR nem sempre vale quanto pesa, é o que acho. E a cada dia acho mais. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Girl Power

Fim de semana passado, participei de fóruns onde as protagonistas eram meninas cartunistas. Coisa rara, uma vez que este universo sempre foi dominado pelos machos, desde muito antes do Pasquim até os dias atuais. Interessante demais observar o olhar crítico de cada uma, e melhor ainda poder fazer valer, através delas, nossa verve sarcástica, ácida, crítica, irônica, sacana. Fato é que nós, mulheres, fomos sempre orientadas a rir pouco, rir com educação, rir de maneira "feminina". Não é de bom tom gargalhar, falar palavrão, brincar com a sexualidade, tal qual fazem os rapazes.

Oba, as meninas cartunistas estão desconstruindo este cenário. Com suas personagens engraçadas e engajadas, discutem a condição feminina sem ranço e de sutiã (e batom e perfume). São meninas bonitas, bem amadas, inteligentes - nada a ver com os estereótipos sempre associados às moças que defendem seu próprio lado e brigam contra a desigualdade que, afinal, ainda é perniciosa e evidente entre nós. Adorei o discurso podrera de Chiquinha, cuja Elefoa Cor de Rosa arrasa ao se negar a vestir calça 38 e sai nua por aí. Massa a sacada de Pryscila, que criou uma boneca inflável falante e pensante. Pra fechar, só mesmo a gargalhada de Sonia Lyuten, a decana estudiosa dos quadrinhos e do humor que nunca perde a paixão da descoberta; parece estar sempre debutando.

Com pancada, e com afeto, ora pois (vale muito a pena conferir a exposição: no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem).

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Civilidade

Estava cá refletindo, depois de ouvir umas histórias contadas por um amigo. O que a gente chama de modernidade, nada mais é que a evolução dos processos civilizatórios, que, espero, um dia sejam a realidade de toda a humanidade. Por que não conviver com tranquilidade com aqueles que um dia foram nossos afetos? Por que que a gente tem que ficar inimigo das pessoas com quem nos relacionamos, dividimos alegrias, angústias, mas que a gora não fazem mais parte da nossa vida?

Isso é, no mínimo, estranho. Reconheço que nem sempre é fácil, e talvez nem sempre seja possível, dadas as variáveis que envolvem cada caso. Há quem surte ao terminar relacionamentos, há quem termine seus relacionamentos de forma pouco ética, há quem precise de distanciamento para se recompor. Mas quando todas essas questões são sanadas, quando as feridas são curadas pelo tempo... Por que não?


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Trabalho, trabalho...

De volta ao trabalho, depois de... um monte de trabalho. Gripe daquelas, tosse. Apesar do espírito e do corpo cansados, alegria, por ter participado de um movimento que, tenho certeza, fará a diferença pra mim e pra muita gente. Anyway, problemas teimam em não se resolverem. Problemas, per si, não são exatamente a questão, uma vez que eles sempre existirão. A bronca é quando o problema é sempre o mesmo, e você já está cansada dele, e não tem jeito de escapar... Exausta.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sedução

A sedução pode se dar em níveis distintos, e arrisco dizer que é fundamental para alavancar nossos projetos de vida, sejam eles pessoais, profissionais, acadêmicos, de saúde e beleza, e por aí foi. Precisamos seduzir e ser seduzidos pelos caminhos que a existência nos apresenta, sob pena de não nos sentirmos motivados a seguir por eles. Tesão é fundamental, baby, até para escolher uma marca de tomate pelado no supermercado.

Eita, escrevi "pelado". Meu professor (não existe ex-professor, portanto, ele segue sendo um dos bests) Sebastién Joachín diria que foi ato falho; ele, que não acreditava em coincidências, só no inconsciente. Sim, o tal do inconsciente, dona Danielle Lima :) Precisamos desvendá-lo, antes que ele nos derrube. Terapia, minha filha! Sigo aqui fazendo minha autoanálise, até o momento em que considerar que ainda consigo me virar só...

Bien, no momento, sinto a energia da sedução me mobilizando. Projetos e caminhos extremamente promissores, empolgantes, desafiadores, surgem e motivam a sair da zona de conforto. Gosto não de parar, porque quem para, mais das vezes, cai. Engraçado é que vivo dizendo que gostaria de ter mais tempo, que queria um ano sabático, ou ganhar na loteria e viver de cuidar do corpo e da mente... Fim das contas, desde que tenho uns 20 anos, nunca tive menos de dois empregos simultâneos nessa vida.

Esto es. Esta sou eu. E os tais dos 37 anos que, segundo orientações astrológicas de mesa de bar, revelam a real natureza da pessoa? Estão chegando. Tomara que a minha natureza seja chapa da minha pessoa.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Santo Antônio entrou em férias (eternas)

Pausa no trabalho para comentar um tema palpitante. Aguento mais não ver o tanto de mulher incrível e massa que é obrigada a se ajeitar com qualquer criatura infame por aí. Sim, obrigada, minhas caras, a não ser que a opção seja celibato ou lesbianismo. Antes que me acusem de mal amada, vou logo dizendo que - graças aos céus - tenho um marido cujas qualidades não posso nem divulgar, sob pena de castigo ou de parecer esnobe. Ou, pior, de despertar o mais mortal dos sentimentos...Cruz, figa e pé de pimenta, minha gente!

Bien, mas hoje, excepcionalmente, não vim aqui pra falar de mim. Falarei da coletividade, porque, ou eu muito me engano, ou tem muita fanta uva quente por aí achando que é coca gelada. Como assim, meninas? Amigas minhas super lindas e legais e bem sucedidas são dispensadas por homens feiosinhos, complicadinhos e chatinhos, assim sem nem tchuns. E haja homem que nem come a parceira decentemente, nem paga suas contas, nem ouve suas queixas, nem divide angústias, nem lava os pratos nem abre o vidro de palmito. Pelamordedeus. Assim fica difícil, pessoal.

A gente tem que achar nosso lugar no mundo, e as conquistas femininas deveriam ter servido para homens e mulheres serem parceiros, compartilhando e dividindo, sem hierarquia contaminando a relação. Por enquanto, o que se vê é a preguiça monumental dos caras que, disputados a tapa, não se dão ao trabalho de fazer um movimento de conquista, de se mostrar interessantes e desejáveis. Uma vez que qualquer coisa serve, os rapazes estão achando que podem ser qualquer coisa. Lutemos contra esse movimento infeliz, meninas e meninos!

*Sorry, queridos meninos que não se enquadram nesta categoria. Vocês existem, ainda bem. Poderiam se reproduzir, fazendo o favor? Tenho filhas que serão diretamente impactadas por esta medida. 

sábado, 15 de setembro de 2012

Ufa

Hoje eu queria falar sobre um sentimento estranho, que é o tal do alívio. Alívio sucede a expectativa, que é sempre muito pior do que qualquer coisa que chegue depois. Sabe quando a bexiga está cheia e você finalmente vence a fila do banheiro? Bom, né? Pois é. O alívio muitas vezes surge depois de um acontecimento ou de uma sensação desagradável. Gente imbecil que gosta de incomodar - eita! - às vezes é capaz de provocar alívio. Bom, né? Eu acho.

Estava agora dando uma limpada na minha memória virtual, que de vez em quando precisa de faxina, assim como nossos armários "reais". Encontrei tantas coisas desnecessárias; joguei fora. Guardei outras tantas coisas legais, divertidas, românticas, escritos que havia esquecido que existiam. Alguns reforçarão meus argumentos; outros não têm mais nada a ver comigo, mas são parte da minha história. Dá pra ver no computador o quanto de alívio já acumulei nessa vida.

Dia desses (vocês já perceberam como gosto dessa expressão? Vou trabalhar na terapia :)), estava muito aperreada com questões de natureza prática. Meu aperreio foi tanto, tanto, que não podia ser maior. A expectativa era de um tsunami iminente. No outro dia, o motivo do aperreio, se não sumiu totalmente, deu uma boa recuada. Alívio... Tenho (ou tinha, sei lá. Perdi contato) um amigo que gostava de usar uma expressão otimista muito bonitinha, embora ele mesmo não fosse lá muito leve. No final, a expressão dizia que "a vida vai ser boa". Vai mesmo. Já é. Oba.








sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Dandara


Homenagem à minha amiga Dani e a todas as mulheres foda desse mundo.
Ela tem nome de mulher guerreira
E se veste de um jeito que só ela
Ela vive entre o aqui e o alheio
As meninas não gostam muito dela
Ela tem um tribal no tornozelo
E na nuca adormece uma serpente
O que faz ela ser quase um segredo
É ser ela assim tão transparente
Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dandara
Ela faz mechas claras nos cabelos
E caminha na areia pelo raso
Eu procuro saber os seus roteiros
Pra fingir que a encontro por acaso
Ela fala num celular vermelho
Com amigos e com seu namorado
Ela tem perto dela o mundo inteiro
E à volta outro mundo admirado
Ela é livre e ser livre a faz brilhar
Ela é filha da terra, céu e mar
Dandara

domingo, 26 de agosto de 2012

Lindeza

Nunca tive problemas com minha aparência, antes pelo contrário. Sou muito satisfeita com meus gens, sabendo que somo em mim uma série de "imperfeições" que me fazem ser o que sou. Ainda bem. Também nunca gostei de gente perfeitinha, nem na aparência, nem no conteúdo. Isso não me impede, porém, de querer melhorar o que acho que não está tão bom, e sei que parte desta vontade tem a ver com uma certa pressão social para sermos assim ou assado.

Olho no espelho e acho que tenho que ir na minha dermatologista fazer umas "coisinhas". Danço porque faz bem pra minha alma, mas também pra minha bunda (olhaê...). Faço pilates porque endireita o que a dança entorta e também porque faz bem pra minha bunda, e pra minha barriga (ou abdomên, como prefere meu instrutor). Como salada porque gosto e também porque acho que vai compensar a garrafa de vinho do dia anterior. E assim caminha a humanidade, e a gente tenta se livrar das imagens fotoshopadas das moças lindas das revistas, mas nem sempre dá.

Ok, tem gente que abusa e é mais lindo ou linda do que o bom senso permitiria. Eu, ao invés de sentir qualquer coisa maligna em relação a estes abençoados ou abençoadas, adoro de verdade que eles existam. Acho tão interessante observar a perfeição estética, de homens ou mulheres. Deve ser porque tenho alma de esteta ou por causa da minha artistice insipiente. Mas também adoro observar a beleza nas imperfeições das pessoas próximas, e acho uma riqueza a orelhinha meio separada da minha filha pequena, os quadris largos da minha amiga gordinha, o nariz grande de um amigo querido que vive longe...

Tem um site, chamado apartamento qualquer coisa, que publica fotos de moças "normais" nuas. A ideia foi de um fotógrafo que já andava meio abusado do fotoshop. É a coisa mais linda do mundo aquelas meninas com peitos normais, barrigas normais, bundas normais, expostas elegantemente para as lentes que quem as observa com o coração aberto. Duvido que alguém ali enxergue falta ou excesso. A medida das coisas, afinal, é a gente quem dá.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Serotonina

Eita, que minha dose de serotonina tá baixando e eu tô ficando meio histérica. Ok, componentes químicos sazonais também interferem, principalmente quando chegam aliados a problemas reais, mais verdadeiros e palpáveis que mamão na feira. Ainda assim, o máximo que hormônios em fúria conseguem de você quando as coisas estão nos eixos é uma crisezinha de choro porque o cabelo tá péssimo e a unha quebrou.

Quando eles - os hormônios - vêm acompanhados de mais razão que sensibilidade é que a coisa pega. Cores de Almodóvar, meu bem. Tô a fins, inclusive, de cambiar o momento rouge forever por uma coisa assim, Woody Allen da contemporaneidade. Allen, aliás, merecedor dos meus aplausos por trocar a cabecice sem fim pelos cenários lindos de Barcelona e Paris e seus respectivos finais felizes. Depois da tempestade e da correria, quero tons pastéis e sorvete de creme, que eu bem que mereço.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Audiência

Hoje descobri um novo leitor. Nós, as criaturas que escrevemos, o fazemos mais pra nós que para os demais, mas é sempre bom saber que temos audiência. Tô meio sem tempo pra me alongar (pobre do meu bloguicho), mas queria dedicar a este novo leitor, hoje, a minha solidariedade e dizer a ele que, de doido, a gente corre. Até porque o doido não raciocina que nem nós, os quase normais. Como diz um amigo, doido tem uma força que Deus nos livre.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Vitrine

Estar na vitrine às vezes é um movimento desejado. Outras, é desesperado. Pode ser bem desagradável, inclusive. Nada melhor do que uma boa dose de anonimato, em muitos momentos, principalmente naqueles em que tudo o que mais se quer é que as coisas aconteçam. A publicidade pode até ser a alma do negócio, mas, a depender do negócio, mais atrapalha que ajuda.

Professores e bailarinos (like me), por força da profissão ou do hobby, sempre terão os olhos voltados para si. Mas fora do palco, nem sempre é confortável viver com um oião gigante apontado em sua direção. Anyway... Salve, Jorge - para que meus inimigos (eita que não quero ter nenhum, Jisus) tenham olhos e não me vejam.

sábado, 21 de julho de 2012

Enviado pelo marido

Especial. Adorei :)
M.
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(dos outros)

Pingo de groselha


(a partir de fragmento de «O olhar filosófico do cinema», de Lúcia Santos, a respeito do filósofo Ollivier Pourriol)

(...) Para esclarecer esses temas, o autor recorre ao pensamento de Sartre, Platão, Spinoza, Deleuze, Hegel, Descartes.

Há o mundo, e depois há o mundo do desejo.

Há o rosto, o nariz, a boca, os olhos, há a mão, depois há a sua mão, seus olhos, seu nariz, sua boca. Seu rosto. Há o mundo e depois você. Quando sinto falta de você, o mundo fica vazio, ou tomado por você, depende; Sartre diz a mesma coisa, mas de maneira diferente: “Acontece com o desejo o mesmo que com a emoção: já assinalamos que a emoção não é a apreensão de um objeto comovente num mundo inalterado; porém, ao corresponder a uma modificação global da consciência e de suas relações com o mundo, ela se traduz por uma alteração radical do mundo” (O ser e o nada). Sim, o desejo modifica a consciência de maneira global. O desejo não é parte de um todo, mas modifica o todo. O desejo é como uma gota de groselha num copo d’água: muda tudo. A água toda fica vermelha. A consciência inteira ganha a cor do desejo, logo, o mundo dessa consciência também muda radicalmente: há um mundo do desejo. E o que faz o cinema, senão nos mergulhar nesse mundo do desejo pelo filtro de uma consciência?

(...)

(de mim)

Que bom ler o texto (pensamentos) acima.

Saí da desconfiança de um Ser fadado ao romântico, portanto derramado na dose - ou melhor, confessor da intimidade de seu pensamento específico sobre e para uma mulher - ao caminho iluminado por um viés filosófico, assim, profundo, complexo, existencial, porém simples nas aparências.
Nem exagero, nem utopia. Apenas um ponto de vista que nem faz da amada algo maior que o mundo, nem a apequena diante dele; como talvez o faça alguns muitos homens a respeito de suas mulheres, ao vê-las como «suas mulheres», e não como um ser igual, com as admiradas (e desejadas) diferenças, que não devem levá-las ao pedestal, a não ser poeticamente, mas a um lugar particular no interior (o senso comum chama de «coração»), onde - mudança de tratamento - você o toma por inteiro. Isso é uma delícia, mesmo sendo um risco óbvio que se corre na vida. Mas assim se vive melhor, ou melhor, se vive.
Então, você é aquela gotinha. Política, futebol, vinhos, sapotis, viagens, vagina e arredores, a música e o trabalho, tudo é tingido de groselha quando a sinto em seus atos, olhares, gestos, quando me cheiras.

That is all for a minute.
Clériston, 20 de julho de 2012.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Discuto sempre com meu marido, com amigos, sobre fé. Fé em Deus, fé numa existência superior, fé no que não podemos ver, nem provar - que é, afinal, a origem do conceito. Tenho assistido ao programa da Cissa Guimarães, no GNT, que se chama "Viver com fé". São relatos muito bonitos, a despeito do que eu mesma coloque como real pra mim. Fé não tem a ver com realidade, com concretude, enfim.

Fui educada em um colégio católico, meus avós e minha mãe são espíritas, meus avós por parte de pai são católicos, meu pai transita por um caminho pouco preciso. Meu marido é filho de pastor evangélico, minha sogra e alguns cunhados e concunhados são ativos e atuantes na igreja protestante. Minhas meninas não foram batizadas na igreja católica por decisão minha e de Husband, que, depois de frequentar muito a igreja de seus pais, discordou de tudo e resolveu sair. O que não significa que ele não tem fé.

Conheci uma menina muito bonita, por dentro e por fora, que vivencia uma fé cativante, cristalina, real. Luisa é para mim o retrato da paz que a gente sente quando acredita. Ponto. Eu, depois de um tempo de muito ceticismo (que é primo irmão do cinismo), ando olhando para as coisas do espírito com mais cuidado. Sempre gostei muito de Maria, Nossa Senhora, mãe de Jesus. Acho que, até por minha verve feminista, admirei desde sempre a postura altiva da mulher à frente do seu tempo que ela foi (ou que dizem que ela foi - olha a veia filosófica-historicista surgindo...). Minha birra com os evangélicos, aliás, sempre passou por aí. Maria, pra mim, é uma figura que representa orgulho e despreendimento a um só tempo, e ainda é regida pela lua. Menos precisa e mais interessante, pois.

Anyway, há coisas que não conseguimos explicar, e isso não me angustia. Pelo contrário, é libertador saber que não sabemos de tudo. Assim, podemos ser surpreendidos, nessa vida contemporânea tão carente de surpresas. Ave, Maria, e que Deus nos abençoe a todos.

Liquidação, ui!

Até prova em contrário, estou de férias. Talvez viaje, talvez não. Talvez me matricule em alguns cursos, talvez não. Como podem ver, estou cheia de certezas. :) Anyway, uma coisa que não pode faltar durante o descanso de uma cidadã burguesa like me é liquidação. A do Shopping Recife tá bombando, meninas. Ontem, passei a tarde inteira lá e comprei diversas coisinhas interessantes. Muitcho bom. Como vou ter que ir de novo trocar uma calça que comprei pra Ju e ficou apertada, a tentação haverá de me provocar uma vez mais. Ou mais de uma. Ó, céus.

Ainda dei uma trabalhadinha hoje, apenas pra dar um help ao meu atual boss. Pra compensar o esforço, salão em seguida. Unhas feitas, dei uns telefonemas pra me atualizar, e sigo aguardando o desenrolar dos acontecimentos. Ontem, atendi mais uma ligação rara. Como, a depender do meu astral, nem sempre consigo agir politicamente, estive abusadinha ao fone. Quase chata. Me dei o direito, ora bolas. Às vezes, é necessário botar o pau na mesa, ainda que você não tenha um. Nem que seja pra desabafar.

domingo, 1 de julho de 2012

Sei não...

Observando, observando... O olhar externo às vezes, ou quase sempre, consegue ver com mais clareza. Medo do ambiente que desponta no horizonte. Sei não. Mergulhar no escuro, numa festa estranha, com gente esquisita, me parece uma atitude, no mínimo, kamikase. Eu mesma ando recebendo ligações raras (como dizem os espanhóis), mensagens cifradas, sinais de fumaça. Como já disse umas boas tantas vezes, em momentos distintos e para pessoas diversas nessa vida, apesar de eu ser muito boa na leitura de subtextos, aprendi que esse talento não vale de muita coisa. Só sei do que me dizem e só entendo a vida traduzida em ações concretas. O resto... não existe, minha gente. Ou vocês já viram ideia se transformando em tijolo por obra e graça do pensamento? Eu mesma nunca vi.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Credo

Tenho tentado acompanhar o remake de Gabriela, quando o sono permite. Minha gente, tô passada com o destinos das minhas companheiras de gênero nessa novela. É melhor ser morador da Cracolândia ou o esquartejado da vez do que ser mulher na trama de Gabriela. As pobrezinhas não se livram da vida ruim de jeito nenhum, sejam elas quengas, mulheres direitas ou muito pelo contrário (caso da própria Gabriela, que acha tudo lindo e vive com um sorriso besta na cara. A bichinha, pelo menos, tem algum controle sobre a própria vida, afe).

Se for mulher direita, casada com coronel, não pode beijar na boca e tem que transar feito vaca, ou leoa - ou seja, preliminar e safadezinha, nem pensar. E sem direito a dor de cabeça. Pode ser também xingada, humilhada, e ainda tem que chamar o marido de "senhor". As quengas, por sua vez, não podem nem participar da procissão da cidade, mesmo que a santa homenageada seja Maria Madalena. Ôxe, e Madalena não era representante das meninas? Se for outra Madalena, me esclareçam que de santo conheço muito pouco.

É triste. Essas coitadas, ao invés de brigarem feito bestas, deviam era se juntar contra os desmandos dos cabras, que desde sempre deram um jeito de estimular a competição entre elas pra se locupletar do resultado da discórdia. A máxima continua valendo hoje, hein, gente? Quero ver como vai ser quando las ninas começarem a dar nota ao desempenho dos sujeitos e mandarem a colega "passar lá pra conferir". O mundo gira, meu povo, o mundo é uma bola, e as cantoras de brega estão aí pra não me deixar mentir.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Lição de Namoro


Ó que letrinha mais linda:

Menina, vou te ensinar
Como é que se namora:
Põe a alma num sorriso
E o sorriso põe pra fora

Olhe nos olhos
Olhe dentro da pupila,
Veja bem se ela brilha
Ou se vai se apagar
Pois o olhar
É ele que denuncia
Se está quente ou se está fria
A paixão, o bem amar

Pegue na mão,
Sinta dela o seu calor,
Veja dela o seu rubor,
Sua força, seu pulsar,
Porque a mão é ela que anuncia
Se o namoro nasce e cria
Ou se nasce e vai murchar

Quanto ao beijo
Tem que ser bem de mansinho,
Permitido com carinho
Pra poder não machucar
Porque o beijo
É ele quem amacia
Quem dá paz e é o guia
Para o novo amor chegar

E num abraço
Apertado, mas com jeito,
Sinta como bate o peito,
Se é forte ou quer falhar
Pois coração
É fonte de alegria
É ele quem prenuncia
Se o amor há de jorrar

Por Antonio Nóbrega

segunda-feira, 25 de junho de 2012

San Juan

Gente, e não é que a festa de São João do condomínio foi super gostosinha? Esse ano, por conta do feriado cair no fim de semana, resolvemos não ir a Gravatá. Sorte a nossa, moramos em casa, que pé no chão nunca fez mal a ninguém, e os nossos vizinhos são super festeiros. Um cidadão fez as vezes do forrozeiro, e deu uma enrolada boa, mesmo sem sanfona, triângulo e zabumba. Verdade que não tem nada igual a um pé de serra, mas como eu disse, o tocador enrolava direitinho.

Descobrimos, eu e Clero, que não tem nada melhor na vida que festa dentro de casa. A gente bebe até umas horas, depois volta cambaleando e sem medo de blitz, a pé, e ainda pode deixar as cricas em casa sem medo nenhum. Aliás, eu passo tanto tempo fora do meu lar que pago pra não sair no fim de semana. Buenas, confraternizamos com os vizinhos, eu pela primeira vez, e foi bem legal.

Fiz um arrumadinho que fez um mega sucesso entre as moças e bebi em quantidade suficiente para que os rapazes não me enxergassem como a chata que manda o cara parar e ir pra casa, mas como uma parelha de copo. Tinha um que ficava repetindo, bem espantado: "mas como você é simpática!" Creio que eu estava criando uma certa fama de abusada entre os condôminos... Nem sempre serei tão meiga assim, aviso logo, mas, no sábado passado, eu estava com o espírito bebedor-companheiro aflorado.

Triste foi a ressaca no domingo, mas, enfim, faz parte. Sometimes, não dá pra curtir sem pagar a conta lá na frente, por mais sem graça que seja este movimento compensatório que rege a vida na Terra. Diversão aqui, aperreio acolá... e assim caminha a humanidade. Venga, San Pedro!

sábado, 23 de junho de 2012

Largada

Eita, largamos. A energia é ótima, a conjuntura também. Trabalho demais pela frente, mas isso nunca foi problema, muito pelo contrário. O chefe não tem mesmo ethos de coadjuvante, e assim sendo, está ocupando um espaço mais que legítimo e adequado. Estamos animados :)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Haja

Eu aqui toda envolvida com os destinos da minha cidade, do meu chefe, da minha equipe... Animada, sim, mas naturalmente tensa pela expectativa de um novo movimento, que sempre deixa a gente com cócegas no estômago... Bom, mas voltando à frase anterior, não bastasse eu estar aqui toda toda, com a cabeça cheia de coisas importantes pra pensar, ainda estou tendo que aguentar a doidice dos outros. Os problemas que não são meus, as questões que não me dizem respeito, os movimentos sobre os quais não tenho nenhum poder... Estão caindo no meu colo, como se eu fosse a origem e o destino, o antes e o depois.

Ando meio cansada. Dentre todas as minhas qualidades, uma da qual me orgulho bastante é saber reconhecer as responsabilidades sobre o que faço, sobre o que acontece comigo e com quem me cerca. Por isso mesmo, cansa a minha beleza ser forçada a me meter onde não quero, nem devo. Tenho tanto o que fazer, minha gente... Sou uma das pessoas mais ocupadas que conheço. Tenho dois empregos, duas filhas, marido, casa, flamenco. Trabalho muito, ensaio, estudo, leio, cozinho, corrijo provas, vou ao salão, faço feira... Só pra começar. Tenho tempo pra isso não.

No momento, pretendo corrigir as provas dos remanescentes da final, sair pra almoçar, dar uma voltinha, retornar ao trabalho. Aguardar notícias do chefe, tentar sair cedo pra cuidar do meu marido que comeu uma comida estragada ontem e está bem molinho, assistir a um seriado legal na sky, fazer as unhas. Aviso aos navegantes que bloqueei os acessos indesejados. Tenho uma vida pra cuidar, pelamordedeus. Quem tiver também a sua, trate de se agarrar com ela e me deixar em paz.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Recife

Noves fora todas as motivações pessoais que eu possa ter, meu carinho, respeito e admiração por ele, eis que, enfim, temos um candidato a prefeito do Recife em quem vale a pena apostar. Todos pelo Recife, e eu junto, somando, compartilhando, colaborando e torcendo. Será uma batalha dura, mas não faltará disposição para enfrentá-la, tenho certeza. Simbora, e garanto que sairemos dessa empreitada, lá na frente, plenos de experiências ricas e inesquecíveis. Sapeira de Congo, que a vida vai ser boa!, já dizia um amigo querido. Amém!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Mudanças

Alguém já disse que a vida é o que acontece conosco enquanto fazemos planos. Eu, que já estava toda animadinha com minhas férias de julho, com dias de dolce far niente, com as inúmeras atividades que listei para fazer no período, encontro-me agora em absoluto compasso de espera. Eu e a população do Recife, aliás.

Mudar nem me incomoda tanto, até gosto e me adapto muito bem às voltas que a vida dá. Triste é a indefinição. Enquanto não sei o que acontecerá, observo ao redor, e faço conjecturas. Em todos os cenários, haverá necessidade de replanejamento. Preciso começar a construir o meu novo mapa da estratégia, e logo.

Se for pelo bem do Recife...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Registros e recordações

Não sou muito de guardar coisas, jogo tudo fora quando duvido da utilidade delas, até pra liberar energia para as novidades. Anyway, guardo textos. Textos escritos por e para pessoas queridas, que marcam a vida da gente, e que hoje podemos arquivar na nossa memória virtual, já que a memória real às vezes falha. Tenho na minha caixa postal vários emails gostosinhos, que não pretendo deletar jamais. São registros de momentos que passam mas ficam ao mesmo tempo, na cabeça e no coração. Acabo de ler alguns. Que delícia. ;)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Valentine´s Day

Nos States, o conceito de dia dos namorados, ou o mais próximo disso que há por lá, é um pouquinho diferente do nosso. O povo comemora o amor, de maneira mais ampla. Ou seja, você pode enviar uma mensagem de happy Valentine para sua melhor amiga ou amigo, para seus pais, para seus filhos. E para seu marido, esposa, namorado ou namorada também, naturalmente. So, feliz Valentine´s Day para todos os meus queridos. Dos pequerruchos, feito Clarinha; aos seniores, feito vovó, que hoje faz 93 anos, firme e lúcida. Adoro comemorar as datas que os mais chatinhos chamam de "comerciais". E o que não é comercial, minha gente? De dia das mães à festa de natal, tudo é invenção da nossa índole burguesa e consumista. Mas não deixa de ser legal e divertido por isso. Pois, dia de hoje, um viva especial ao meu namorado, o melhor entre todos, que me ama mesmo quando entro numas de crise existencial, quando estou hormonalmente chatíssima... e também quando estou linda e feliz e meiga. Like today. Love :)

* Nós, meio borrachos, depois de um vinho em Buenos Aires. No subte, tentando tirar foto a dois. Eu descabelada, e Clero discursando, like always.

domingo, 3 de junho de 2012

Século XXI

O ser humano é complicado. He, he, he, que novidade. Mas é mesmo. A gente enrola tudo por tanto tempo, que quando descobre que não precisava ter enrolado tanto, passou o tempo. Afe, mas não quero ser pessimista, não. O tempo das coisas existe, afinal. Mesmo aquilo que não se entende imediatamente, depois começa a fazer sentido (na maioria das vezes. Há coisas que não têm é sentido nenhum).

Abri o computador hoje pensando em trabalhar. Só facebooqueei. Acabo de ler a matéria de Klester. Apesar do aperreio, ele está de volta e bem, ao menos fisicamente. Good. Voltando à complicação, este ser humano supracitado é um exemplo clássico. Há outros, muitos outros. Descomplicar deveria ser o verbo do terceiro milênio, não? Mas parece que cada vez mais a gente arruma sarna pra se coçar. Credo.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Fuá

Estava ouvindo no meu rádio do carro, hoje de manhã, um CD massa, que me lembra tempos muito legais de Soparia, CAC e afins. Siba e sua turma eram representantes de um movimento de pernambucanidade universal que nos dava orgulho que só, e ainda fazia música boa demais de dançar. Quer mais? Essa letra é coisa de gênio. Vê aí:

Fuá na casa de Cabral

Naquele Brasil antigo
Perdido no desengano
Seu Cabral chegou nadando
E não preocupou com nada
Deu ordem à rapazeada
Mandou barrer o terreiro:
"Me chame o pai do chiqueiro
que hoje eu quero forró,
Toré, samba, catimbó
Que eu já virei brasileiro"

Foi gente de todo tipo
Na festa de seu Cabral
Português de Portugal
Raceado no Oriente
Negão bebeu aguardente
Caboclo foi na Jurema
Seu Cabral pediu um tema
Danou-se a cantar poesia
Até amanhecer o dia
Numa viola pequena

No fim da festa e da farra
Cabral não sentiu preguiça
Mandou logo rezar missa
Pra ficar aliviado
Chamando o padre, apressado
Mandou começar ligeiro
Botando ordem no terreiro
Com seu maracá na mão
Jurando pelo alcorão
Que era crente verdadeiro

Mas na hora da verdade
Quando passou a cachaça
Seu Cabral sentou na praça
Caiu na reflexão
Disse: "Esta situação
sei que nunca mais resolvo!"
Então falou para o povo:
"Juro que me arrependi
o Brasil que eu descobri,
queria cobrir de novo!"

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O doidinho voltou

De volta às paisagens brasileiras, Klester já deu notícias pelo facebook, fórum que alcança todo mundo ao mesmo tempo. Ainda bem, está tudo bem, mas eu ainda espero pra falar com ele by phone, e não apenas por causa do evento Síria, mas também por causa de outros temas que tenho pra discutir consigo. Anyway, o que importa é que no final deu tudo certo. Amém!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O menino maluquinho

Tenho um grande amigo, querido do coração, que se chama Klester. Pois é, o nome dele é meio esquisito, tal qual a pessoa que representa. É jornalista, como eu, e adora se meter em enrascadas, das mais diversas naturezas. Das confusões profissionais às românticas, o menino já se inseriu em todas elas. Fui a São Paulo há mais ou menos um mês, e tentei encontrar com ele, como sempre faço quando vou pra lá. Não consegui falar, o telefone não pegava de jeito nenhum. A ligação caía, um lío. Bom, deixei pra lá, pois que ele sempre me liga quando está metido em seus rolos com as fêmeas, e deduzi que o silêncio significava que estava tudo bem.

Eis que abro o jornal no sábado e descubro que a criatura foi presa na Síria, ao tentar cobrir uma pauta pra Revista Istoé. Síria??? Este é Klester, o repórter que já foi amarrado a uma árvore por bandidos enquanto fazia uma matéria na Amazônia. O cara que escreveu um livro sobre um dos maiores matadores de aluguel do Brasil. Preocupei-me, mas não muito, porque a matéria dizia que ele estava bem, que a embaixada brasileira estava negociando a saída dele de lá, enfim. Dia desses ele sofreu uma decepção amorosa e inventou de comprar uma passagem caríssima pra um lugar longíquo e perigoso, de onde deduzo que talvez esteja enrolado em seus romances uma vez mais, já que foi parar na Síria.

Uma vez, fui dançar num espetáculo de flamenco promovido pelo Instituto Cervantes, no Teatro Apolo. Avisei aos amigos por email. Quando desço do palco, lá está Klester, que veio de Sampa sem me avisar (ele já viria ao Recife, naturalmente, e as datas coincidiram) e foi assistir ao nosso show. Supresas, ele adora. Também adorei revê-lo, e ainda mais seu carinho e atenção. Nos conhecemos desde que eu era estagiária na mesma empresa que ele trabalhava, e desde então ele me chama de "filé". Estou aqui na expectativa de saber notícias dele logo. Pelo facebook, os amigos estão se atualizando uns aos outros quanto ao seu paradeiro.

É doido esse menino. O último remanescente entre os solteiros com mais de 40 (se é que ainda está solteiro, sei lá), romântico incurável, intrépido repórter. Love you, coisa feia, aparece aí.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Regime forçado

Tô num regime daqueles. Não por força de vontade, o que seria até bastante louvável, mas por pura falta de condição de comer mesmo. Comida anda travando em minha garganta, descendo a fórceps. Já a bebida...Vai que é uma beleza. Deve ser por isso que ainda não perdi todos os quilos que preciso, mas já dei uma afinadinha, de qualquer maneira. A aula de dança de ontem foi, de novo, ótima, e a silhueta mais delgada ajudou na composição de um conjunto harmonioso. Ando de um jeito que por mim passava a semana dentro da sala de aula, sem parar, até a exaustão. Ufa.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Só o flamenco salva

Eita, que ontem eu estava meio aperreada, em dúvida quanto a umas soluções que preciso dar à minha vida profissional e outras paragens. Ainda no carro, indo pro Ipsep dançar meu flamenco, comecei a melhorar um pouquinho. A perspectiva de dançar sempre me anima, mas confesso que na última terça nem o baile me ajudou. Tive um início de menstruação punk, eu que nunca sinto nada, e fiquei malzinha. Dor de cabeça, pernas pesadas... Não bailei. Tomei uma garrafa de vinho com Husband em casa, menos mal. Mas o bolo no estômago permanecia. Esse negócio de ser adulto às vezes é um tantinho chato. Bom.

Ontem, depois de uma semana (que termina hoje, ufa) puxada, parei no posto de gasolina onde sempre paro pra comprar uma aguinha de coco. Enquanto isso, pensava no baile que Fabinho ensinou pra gente, durante o workshop da semana passada. Cheguei na casa de Cida, onde ensaiamos, e fui vestir minha roupa. Pus uma legging preta, uma blusinha também preta, e minha sainha vermelha por cima, aquelas saias levinhas que são pra balé, mas que eu, gipsy convicta, também uso. Queria estar linda pro meu flamenco. Emagreci um tantinho, depois da segurada na boca que dei por estes dias, e estava me achando mais bonita do que nunca. Nada é mais bonito do que uma pessoa dançando com alma.

Karina chegou, começamos a conversar e a esperar as outras bailaoras. As meninas demoraram, iniciamos o ensaio. E a minha figura no espelho, enquanto eu dançava, sem errar - mais que isso, afinal, com a alma sobre a qual falei acima - me agradou, me deixou feliz, tranquila, sem lembrar dos problemas que teimam em correr atrás da gente enquanto a gente corre deles. A aula foi eu e Karina, Karina e eu, e ambas estávamos curtindo o nosso universo particular, enquanto ajustávamos o nosso baile pra formar uma dupla. Estávamos lindas. Nem o cabelo prendi, queria ele solto. E ele não se transformou num balaio assanhado, vejam só. Não tinha ninguém olhando, tudo o que fiz foi por mim e para mim. Delícia.

Love, love, love. Tô quase deixando de ser frouxa e indo logo fazer minha tatuagem gipsy. Preciso pedir o desenho à minha querida Dani Acioli, posto que o flamenco, además das minhas pequenas, é o que há de mais permanente em minha vida, nesta vida onde as mudanças são a única certeza que temos, fim das contas. Hoje estou plena de amor, e o melhor é que é por mim mesma. E não tem joelho ruim, distância ou dificuldade que me faça parar de dançar. Olé!


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sapatos

Acabo de tirar os sapatos. Eles estavam apertados, são altos e depois de uma caminhada pelo Recife Antigo, começaram a me incomodar. Eita, e quando o sapato aperta e gente não tem como descalçá-lo? Uma menina que eu conheço uma vez tirou os sapatos e saiu andando descalça por aí. Tinha umas pedrinhas e uns vidrinhos pelo chão, mas ela estava tão feliz sem os sapatos que nem sentia nada. Os obstáculos incomodavam, mas o que se descortinava à sua frente era tão mais importante... E ela sentiu alívio, mesmo enquanto caminhava e cortava os pés com as pedrinhas.

Essa menina tinha amigas e amigos a quem amava muito. Ela contava pra eles os motivos da sua caminhada, ou da vontade que ela tinha de trilhar caminhos sem os sapatos. Aí, ela calçou novos sapatos, bem confortáveis, e depois de um tempão, os danados começaram a apertar de novo. E então ela perdeu a coragem de tirá-los mais uma vez, e os amigos se cansaram de ouvi-la contar dos sapatos apertados. E ela foi ficando esquisita, principalmente porque começava a se acostumar com o aperto dos sapatos. Quem já viu?

E não disse mais nada a ninguém. Ela tem saudades, no entanto, de conversar com um desses amigos, que um dia ficou brabo com ela por causa desse papo de sapato pra lá, sapato pra cá. Ôxe, menina mais esquisita, obcecada por sapatos.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Só tem doido

Eita, que quanto mais eu rezo... Acho que vou passar a frequentar umas reuniões espíritas com minha amiga Dani, pra ver se compreendo qual a minha missão nesta terra. Se for complicada como eu estou achando que é, acho que vou deixar pra próxima vida. Será que dá?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Férias

O povo aqui ao meu lado só vive tirando férias. Não que eu ache isso errado, tenho é inveja mesmo. Hoje amanheci com uma vontade louca de tirar férias, e nem foi tanto do trabalho. Foi mais férias do Recife, da rotina, das tarefas, do trânsito. Deve ser reflexo das mil e uma atividades domésticas que exerci antes de sair de casa mais cedo, posto que minha secretária do lar está... de férias. Lavei pratos, fiz almoço, cuidei da minha filhota que está doente, botei roupas na máquina e água nas plantas, varri e passei pano no chão. Ok, talvez eu estivesse um pouco surtada, já que fiz tudo isso antes das oito da manhã, mas a casa precisava mesmo de um grau, como se diz. Quase que eu mudo tudo de novo e resolvo endoidecidamente viajar neste julho, ao invés do próximo. Quase que eu vou na agência de viagens. Não fui, mas o certo é que tirarei férias, e vai ser em julho. Vou resolver pendências burocráticas, mas pretendo também dar uma chegada em alguns lugares bonitos de Pernambuco, e talvez usar minhas milhas aéreas. Uma coisa é certa: acordar todo os dias depois das oito já será, de qualquer maneira, uma riqueza.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Central Constancia

Hoje estava ouvindo Marina de La Riva, e exercitando um pouco minha porção cantora, que não é lá esses balaios mas pelo menos é afinadinha. Animei-me um pouquinho mais quando meu (do flamenco) violonista Eduardo não me desabonou completamente. Minha voz é pequena e não vai longe, mas meu marido acha que eu fico tímida ao cantar e por isso ela não sai. Sei não. Deixa essa missão pra Marina (a cubana), que é um espetáculo. Lindo é ela interpretando esta canção aqui:

Me permite Señorito
Bailar esta con usted
Desde aquí lo había observado
Baila usted muy bien, muy bien
Haremos una pareja
Muy difícil de igualar
Y envidioso todo el mundo
Se podrá vernos bailar
Pero olvidemos al vulgo
Que al fin no tiene importancia
Bailemos en el Constancia
Hasta que se acabe el mundo
Me voy p'al pueblo
Hoy es mi dia
Voy alegrar toda el alma mía

segunda-feira, 23 de abril de 2012

E eis que Paul arrasou

Não é toa que o cara integrava a melhor banda de todos os tempos. Paul McCartney fez valer todos os reais gastos no intervalo esquenta-táxi-show-táxi-jantar-táxi. Todo mundo besta porque ele não precisou de nenhum intervalinho pra descansar os ossos septuagenários, e eu besta porque o cara não tomou uma gota de água durante todo o espetáculo. O povo besta porque ele é "simples" e "simpático" e eu besta porque outros artistas geniais perdem um tanto da sua genialidade por não se comportarem com naturalidade em relação ao talento, fama, grana. Paul provavelmente não se recorda quando estes substantivos - talento, fama, grana - passaram a fazer parte da sua vida. Bom pra ele, que pode falar sem medo de errar: "se fui medíocre, desconhecido e pobre, não me lembro". E a vida passa a ser assim, e ele não tem nenhum motivo pra se deslumbrar com isso, minha gente. Fechação.

Como assim? - mudando de tema, mas ainda no show de Paul, registro aqui uma frase lapidar que ouvi de uma menina que não era pernambucana (pelo sotaque, cearense ou piauiense) enquanto esperava o espetáculo começar: "mulher, me espera aí que vou ali dar uma raparigadinha". Hein?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Musicando

Tinha um monte de coisa pra comentar hoje, mas o destaque do fim de semana foi mesmo a imersão na música que fiz, junto com o violonista Eduardo Bertussi e minhas companheiras de baile. Engraçado, mas ao dançar a gente nem sempre se dá conta da importância do ritmo (sim, isso é possível!), das divisões matemáticas que a música contém, e de quão emocionantes elas podem ser.

Discutia com meu marido, músico também, e nossa Júlia comentou: "vocês aí falando de matemática, a música perde toda a graça". Maridón se empolgou: "é isso, isso é uma coisa que sempre me preocupou!" Mas depois de participar da oficina de Eduardo, não identifico esse perigo. Achei a música e a dança ainda mais fascinantes ao pensar sobre seus mecanismos internos e sua relação com o nosso corpo, com a nossa pulsação.

A arte, no fim das contas, amplia o alcance de tudo, e mesmo as improvisações, fraseados longos ou curtos, semitons e síncopes também fazem parte do imenso universo dos números, que um dia aquele professor de matemática chato da escola nos fez pensar que eram tão chatos quanto ele. Ouvindo os números impressos no baile é que aprendemos a dispensá-los na hora da interpretação. Ainda assim, eles estarão lá, traduzidos pela batida do coração.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Momento Saia Justa

Não, meu povo, não me refiro a algum espisódio de constrangimento em minhas relações pessoais, mas sim ao programa, ao Saia Justa do GNT. Adoro ver, porque adoro refletir sobre as coisas do mundo e é isso que aquele grupo de pessoas faz ali, junto, conversando. Assim, me dei conta dia desses que nunca mais postei nada reflexivo aqui no blog, o que talvez seja até um bom sinal. Anyway, fiquei com ganas de refletir sobre alguma coisa profunda e escrever. Estive buscando um mote, e como neste semestre estou ministrando aulas de jornalismo opinativo, preciso ainda mais de reflexão, que é pra ver se os meninos se encantam pelo formato.

Buenas, mas como diz Teles, tergiverso, e fato é que o mote não me veio fácil. Ando leve ultimamente, e a leveza deixa a gente mais raso mesmo. A profundidade caminha lado a lado com a melancolia, não dá pra negar. Desta feita, resolvi refletir porque a reflexão precisa de peso e circunstâncias meio tenebrosas pra existir. Não podemos pensar profundamente sobre as coisas enquanto curtimos uma prainha legal, na companhia de gente boa, cerveja, caldinho e amendoim? Protestemos contra a tristeza atávica dos poetas, dos filósofos, dos pensadores. Quero poder ser um ser pensante e solar, ao mesmo tempo, e acho possível, nem que seja pelo caminho do humor, da profundidade que se alcança com o riso e a brincadeira. Taí (ou estava) Millor que não nos deixa mentir.

Até problemas e situações que me afetavam muito andam me afetando menos. Ou é sabedoria, ou velhice mesmo, e se o efeito for bom não estou nem ligando para a causa. A ver. Engordei um pouco. Estou tensa com isso, é verdade. Vou me esforçar pra perder umas gramas, vou fazer mais exercícios. Mas não vou enlouquecer. Gosto mais de vinho do que tenho disposição pra evitá-lo, fazer o quê? Minha casa ainda não está do jeito que eu quero, e ainda não vai ser este ano que farei a viagem que estou planejando. Tudo bem. Menos pressa, mais tranquilidade, e as coisas vão se ajeitando.

Ando mais atenta às qualidades dos meus amigos, da minha família, e implicando menos com os defeitos - deles, e com os meus também. Administremos, pois, a realidade com uma dose a menos de melancolia e uma dose a mais de alegria. A grande sacada do milênio vai ser a conciliação entre reflexão e felicidade, e aí então seremos mais felizes, de verdade. Sem comercial de margarina, sem carro importado, sem rivotril, sem viagens a Dubai - com mais sol, mais praia, mais amendoim, mais crianças, mais vinho, mais Paris (em suaves prestações, why not?). Mais gente, menos personagens. É isso aí.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Tinha que resolver... resolvi

Buenas, depois de ficar quebrando a cabeça por alguns dias pra resolver a vida em relação à minha viagem, decidi que não vou este ano. Conversei também com algumas pessoas sobre o tema, e a maioria foi partidária do adiamento. Engraçado como teve que gente que ficou feliz com isso (hehe). Ok, não reclamei porque me senti querida, e os que se manifestaram dessa forma tentaram disfarçar o contentamento.

Aproveito este tempo a mais pra melhorar meu inglês por aqui antes de ir, pra juntar mais uma grana, pra ir onde eu realmente quero ir, que é Londres. Em estando lá, estico pra outros destinos de interesse. Oba. Anyway, o fato de ter tempo pra amealhar mais uns reaizinhos ajudará no objetivo de empreender uma viagem tranquila, com direito a passeios, momentos de delírio consumista e incursões etílico-gastronômicas.

Em casa - esta semana recebi pessoas queridas em casa. Cozinhei mais que Ofélia em tempos idos, mas valeu a pena. Uma delas já é querida há algum tempo, e o casal que conheci na noite de sábado já considero querido, de tão fofo que é. É tão bom quando você recebe visitas e não tem vontade de sair correndo pra encaixar uma vassoura atrás da primeira porta que aparecer, né não? Voltem sempre, seus... queridos!

quarta-feira, 21 de março de 2012

That´s the question

Ando às voltas com decisões que terei que tomar, em breve, muito breve, sobre a viagem de estudos que quero fazer. Preciso entender e falar inglês decentemente, e isto não é uma escolha - tornou-se imperativo pra mim. Assim, sendo, tirei o visto americano, andei olhando alguns destinos, refletindo sobre se meu caminho passa pelos Estados Unidos, e por qual cidade... Estive ontem numa agência de intercâmbio para começar a chegar a alguma conclusão. Eis que a atendente da agência jogou uma aguinha fria nos meus planos pra julho, mês de altíssima estação em tudo que é canto do mundo.

New York, só ano que vem... Difícil arranjar hospedagem, quase impossível, pra 2012. São Francisco... Maybe, mas aí a passagem ficará caríssima, quase o preço do curso + hospedagem em flat individual! Londres, em julho, é tempo de olimpíadas, não vai rolar. Ó, céus. Janeiro é muito frio... A minha saída vai ser tentar negociar com a faculdade, ou então deixar pra 2013... Let´s see. Difícil é ser professora e só poder tirar férias no recesso escolar. I wanna go!!! Alguém sugere algo? Tipo ganhar na mega e deixar de trabalhar?

segunda-feira, 19 de março de 2012

Em Gravatá

Gravatá no fim de semana, celular sem bateria... Dias de dolce far niente - na verdade, um dia e meio, que valeu mais que a conta, afinal. Levo menos tempo pra chegar em Gravatá que no meu trabalho, diga-se de passagem. Tirando o susto que meu pai nos deu (foi atropelado por uma moto, ave Maria - mas foi de leve, só uns arranhões, ainda bem), o sábado e o domingo foram tão legais, tanto quanto podem ser um sábado e um domingo de verdade. A melancolia, que estava pegando de leve, foi embora hoje, com o fim da TPM. :)

sexta-feira, 16 de março de 2012

"É tempo...

... que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo". Sinais não são apenas sinais, mas senhas que a vida nos dá, para abrir as portas que precisam ser abertas e fechar aquelas que ficaram abertas tempo demais. Há tempos em que o que bastava deixa de ser suficiente. Tempo de mudar. Passou o tempo.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Eita, preguiça

Não, não é minha a preguiça, embora eu tenha muito direito a ela. Fico besta como esses jornalistas pós-modernos acham que eles podem tudo, menos trabalhar. Podem encher o saco das fontes e levantar questões despropositadas, muitas vezes usando de má fé. Podem pedir na cara lisa que o assessor trabalhe por eles, sem nem dizer obrigado depois, muito menos por favor antes. Querem ganhar a grana do frila botando os colegas pra ralar. Lamento dizer que comigo, não, violão. E podem botar meu nome na boca do sapo que não perco um minuto do meu sono por isso.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Back from Buenos (o de vuelta a mi lindo pueblito?)

Refeição delícia no Malba,
acompanhada de um rosado riquísimo
Desta vez, passar o carnaval fora do Recife não foi um horror, muito pelo contrário. Estive em Buenos Aires, que, embora esteja meio decadente (sujinha, velhinha...), como tinha alertado my friend (o que detém o poder e determina os destinos do povo pernambucano), continua sendo um ótimo lugar pra passear, ver coisas bonitas e tomar unas copas.

Uma das coisas de que mais gostei, e me emocionou particularmente, foi participar de um programa portenho de verdade. Fui a uma milonga, lugar onde as pessoas vão pra dançar tango e não apenas para assistir a shows, e vi alguns dos casais mais lindos do mundo bailando pra valer, sem frescura e com afeto. Fiquei doida pra aprender a fazer aquilo, mas não sei se um dia poderei sentir o baile como eles, os originais. Os abraços são especialmente maravilhosos. Arrepios, um atrás do outro.

Curti muito também a feira de San Telmo, os passeios pelas ruas antigas, os montes de cafés, o jardim botânico, o restaurante do museu Malba. Não curti o povo argentino querendo deixar de ser pobre às custas da gente. Triste é quando um país começa a olhar pros seus visitantes com mais inveja que simpatia. Tomara que eles se livrem logo daquela horrorosa da Cristina.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Da água para o vinho; ou do vinho para a água

Sabe aqueles dias em que saimos de casa com o espírito leve e satisfeito, e o mundo insiste em interferir pra coisa toda virar pelo avesso? Pois. O sol lindo que estava fazendo hoje já me deixou legal, embora o primeiro dia de trânsito tenha atrapalhado um pouco. Mas o problema nem foi esse, até porque já esperava pelo engarrafamento, favas contadas.

Um ser aqui do trabalho perdeu um processo enviado pela minha equipe, o que atrasou a minha vida em anos luz, e ainda perguntou - "o que você tem? Está tão séria!" Será que eu devia estar feliz? Não me parece, nem tenho a obrigação de ser simpatiquinha enquantos os outros fazem merda às minhas custas. Eu disse: "simbora trabalhar, né, meu caro? Estou com essa cara porque tenho montes de coisas pra fazer e estou atrasada". Fala sério. Queria saber que cara é essa que eu faço que tanto as pessoas falam. Uma vez, uma criatura disse que eu olhei pra ele com "desprezo, ódio?" Hein? Olhei com a vista que tenho, ora bolas, não fico treinando em casa como vou olhar pras pessoas.

Fora isso, meu marido me fez esperar (pra variar); tenho que fazer meus planos de aula pra postar amanhã, mas ainda não fiz, porque tive muito trabalho na secretaria; não consegui terminar minha análise de mídia; minha professora de flamenco quer mudar o horário das aulas prum dia em que eu não posso; no almoço, a besta da garçonete não levou meu suco e eu comi a seco. Tá bom, são pequenas coisas... mas somando: É O CÃO! Tô arretada.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Rei

Em homenagem ao Rei Reginaldo Rossi, estrela maior do próximo baile do I Love Cafusú, segue uma das minhas (dele) músicas preferidas. Fã desavergonhada que sou do cancioneiro brega (romântico!) brasileiro autêntico, acho essa música uma delícia absoluta.

Nesse corpo meigo e tão pequeno
Há uma espécie de veneno
Bem gostoso de provar

Como pode haver tanto desejo
Nos seus olhos, nos seus beijos
No teu jeito de abraçar...

E foi com isso
Que você me conquistou
Com esse jeito de menina

E esse gosto de mulher
E nada existe em você
Que eu não ame

Sou metade sem você
Mon Amour! Meu Bem! Ma Femme!...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Adiós Tristezas, por La Macanita

Cuando se levanta primito mio
ya hay en el mundo un gitano
que va cantando por bulerias
que va cantando madre por bulerias

Más fuerte que la tristeza
son las guitarras y el sol
las calles del corazon
la curva de la belleza

Mas fuerte que la tristeza
son los helanios en flor
tu sueño que
los polvos que da la tierra

Cuando estas cerca de mi
solo me queda decir
vaya usted con Dios
con Dios tristeza

lereileleile....

Cuando se levanta
primito mio
ya hay en el mundo un gitano
que va cantando por bulerias
que va cantando madre por bulerias

Más fuerte que la tristeza
son tres minutos de amor
el valor del perdedor
las estrellas de la cierra
cuando estás cerca de mi ...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Tem que queimar sutiã (ainda), infelizmente

E eis que, quando a gente pensa que as coisas começam a melhorar, tudo volta a estaca zero, mais uma vez. Falo das tais conquistas femininas, às quais temos nos agarrar com unhas e dentes para que não nos escapem por entre os dedos. Não valemos muita coisa ainda, minha gente, lamentavelmente, apesar de termos uma presidente muitcho ótchima e muita história boa pra contar.

Mas o fato é que diariamente vemos os ex qualquer coisa torturando e matando suas ex-companheiras, namoradas, ficantes. Vemos meninas que namoram livremente serem estigmatizadas, vemos homens achando que o carnaval permite que eles passem a mão no corpo de pessoas que não conhecem, vemos gente como esse babaca do Big Brother cometer um crime em frente a uma multidão e ainda receber manifestações de apoio. Não vou me alongar sobre o tema, muita gente já falou dele. O caso é de polícia, ponto, não importa quem é a menina ou o que ela já tenha feito, na vida ou naquele dia, em particular.

Eu vejo amigos e familiares homens viajarem juntos com outros amigos, para fazer programas de meninos - assistir a shows de rock, surfar, ir a despedidas de solteiro. Se as mulheres propõem o mesmo a seus parceiros, a casa tende a cair, e quando o cara não se incomoda particularmente, porque é um ser humano normal, as outras criaturas do mundo passam a considerar o casal, no mínimo, "esquisito". Sorry, serei a mulher que vai viajar com as amigas pra fazer programa de meninas, e ninguém tem o direito de achar que vai sequer chegar perto de mim com intenções outras por isso. Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra, aliás.

De uma vez por todas - o comportamento, a roupa, o cabelo, a tatuagem, enfim... Nada que uma mulher faça nessa vida a torna menos dona do seu corpo e de suas vontades. A mulher pode desistir de transar na última hora - o equivalente a uma brochada. Ou alguém aí já foi estuprado porque brochou? Mulheres podem ser chefes, e podem ser firmes sem ser lésbicas. Mulheres podem ser muito mais inteligentes que os homens - ou tanto quanto - ou menos. Tanto faz. Os pais podem tomar conta de seus filhos e nem por isso serão "pães" - serão Pais. As moças podem gostar de tomar cerveja e os rapazes, refrigerante. Atenção, garçons.

O triste é ter que ficar repetindo isso ad nauseum, porque a evolução da sociedade e a igualdade entre os sexos parece que empacou na pílula anticoncepcional.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Kitchen

Se tem uma coisa boa que os americanos fizeram pela humanidade, esta é a cozinha americana. Nada melhor do que preparar quitutezinhos interagindo com o resto da humanidade, sem parecer uma escrava do tempo dos engenhos, isolada nos fundos da casa. Até lavar pratos fica menos desagradável nas cozinhas americanas.

Sociologicamente, o ambiente ganha em status, pois passa a fazer parte do estar das famílias. Na prática, ganha em funcionalidade. Final das contas, comemos diversas vezes ao dia, gastamos dinheiro e tempo com isso, viajamos pra lugares distantes só pra provar aquele tal prato que aquele tal chef prepara... Comer sempre foi ação central em nossas vidas, mas a cozinha, paradoxalmente, era considerada lugar dos excluídos, ou, no máximo, o ambiente primeiro das mães, pobres senhoras que andavam por aí com o avental todo sujo de ovo. Thanks God, as mamães já se despiram dessa imagem, mas ainda gostam de cozinhar para os seus. Eu pelo menos gosto.

Não é o caso de transformar o ambiente num templo, que o exagero também é um saco. Ninguém merece aquele povo que vive pra falar de fogão e de panelas creuset, de trufas negras e chocolates belgas. Mas que é muito legal fazer um macarrãozinho, tomando um vinho gostoso e olhando para o terraço... Lá isso é mesmo.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Janeiro

E eis que aqui estou, de volta das minhas pequenitas férias de janeiro. Pequenas, mas agradáveis, posto que emendei o reveillón com uns dias na praia, que muito bem me fizeram. A última sexta-feira de 2011, então, foi uma delícia - passei um tempinho no salão, ajeitando as madeixas, e em seguida fui desejar feliz ano novo aos amigos da Seplag. Foi um encontro tão agradável, daqueles que a gente só desfruta ao lado de gente do bem, que foi difícil levantar e ir embora. Enfim, apesar da conversa boa, da cerveja gelada e dos petiscos comprados pelos rapazes, fui pra casa arrumar minhas coisas e segui pra Catuama, litoral norte.

Levei mais sol nestes dias do que durante todo o ano de 2011, provavelmente. O mar lindo de Catuama, porém, destoa do desleixo da prefeitura local, absolutamente inoperante. Pena, porque a natureza faz a parte dela. Coisa mais bonita são as croas, onde só se chega de barco. Fomos até lá com as crianças, que agora só querem andar de barco, ao invés do carro - pense numa repercussão. As duas estão pretinhas, com destaque para Alice, a nega loura da casa. Até eu bronzeei, coisa quase incrível.

Passamos mais alguns dias em Pontas de Pedra, curtindo mar e piscina e retornamos ao Recife na quinta. Eu e minhas meninas, com os cabelos em frangalhos, corremos novamente para o salão, e depois para o shopping- ninguém é de ferro, vida de caiçara tem limites e a liquidação do Plaza estava bombando, afinal. Na sexta, fomos à linda festa de Maurício e Kátia, que comemoraram 25 anos de união. Muito bonito ver o carinho e a atenção dos filhotes para com eles, e o amor dos dois. O casal estava belo, e eu feliz da vida com meu vestido preto perfeito que havia comprado no dia anterior. Se existe uma verdade nessa vida é que a roupa certa faz toda a diferença.

Hoje, de volta à Sdec (paradinha, paradinha... Parece que vamos ter um evento na quinta, ainda bem), comemorei também meu aniversário de Bodas. São 13 anos já, nossa. Almoçamos no Bargaço, comida maravilhosa, dica de Paulita. Não nos mobilizaremos para grandes eventos, visto que a viagem à Argentina está próxima e eu já fiz um roteiro de charme pra gente, e esta será nossa big party do ano, e dos 13 anos. Basta, né não?

Dias delícia. Noves fora o material escolar, janeiro bem que poderia durar uns dois meses.