segunda-feira, 30 de julho de 2012

Vitrine

Estar na vitrine às vezes é um movimento desejado. Outras, é desesperado. Pode ser bem desagradável, inclusive. Nada melhor do que uma boa dose de anonimato, em muitos momentos, principalmente naqueles em que tudo o que mais se quer é que as coisas aconteçam. A publicidade pode até ser a alma do negócio, mas, a depender do negócio, mais atrapalha que ajuda.

Professores e bailarinos (like me), por força da profissão ou do hobby, sempre terão os olhos voltados para si. Mas fora do palco, nem sempre é confortável viver com um oião gigante apontado em sua direção. Anyway... Salve, Jorge - para que meus inimigos (eita que não quero ter nenhum, Jisus) tenham olhos e não me vejam.

sábado, 21 de julho de 2012

Enviado pelo marido

Especial. Adorei :)
M.
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(dos outros)

Pingo de groselha


(a partir de fragmento de «O olhar filosófico do cinema», de Lúcia Santos, a respeito do filósofo Ollivier Pourriol)

(...) Para esclarecer esses temas, o autor recorre ao pensamento de Sartre, Platão, Spinoza, Deleuze, Hegel, Descartes.

Há o mundo, e depois há o mundo do desejo.

Há o rosto, o nariz, a boca, os olhos, há a mão, depois há a sua mão, seus olhos, seu nariz, sua boca. Seu rosto. Há o mundo e depois você. Quando sinto falta de você, o mundo fica vazio, ou tomado por você, depende; Sartre diz a mesma coisa, mas de maneira diferente: “Acontece com o desejo o mesmo que com a emoção: já assinalamos que a emoção não é a apreensão de um objeto comovente num mundo inalterado; porém, ao corresponder a uma modificação global da consciência e de suas relações com o mundo, ela se traduz por uma alteração radical do mundo” (O ser e o nada). Sim, o desejo modifica a consciência de maneira global. O desejo não é parte de um todo, mas modifica o todo. O desejo é como uma gota de groselha num copo d’água: muda tudo. A água toda fica vermelha. A consciência inteira ganha a cor do desejo, logo, o mundo dessa consciência também muda radicalmente: há um mundo do desejo. E o que faz o cinema, senão nos mergulhar nesse mundo do desejo pelo filtro de uma consciência?

(...)

(de mim)

Que bom ler o texto (pensamentos) acima.

Saí da desconfiança de um Ser fadado ao romântico, portanto derramado na dose - ou melhor, confessor da intimidade de seu pensamento específico sobre e para uma mulher - ao caminho iluminado por um viés filosófico, assim, profundo, complexo, existencial, porém simples nas aparências.
Nem exagero, nem utopia. Apenas um ponto de vista que nem faz da amada algo maior que o mundo, nem a apequena diante dele; como talvez o faça alguns muitos homens a respeito de suas mulheres, ao vê-las como «suas mulheres», e não como um ser igual, com as admiradas (e desejadas) diferenças, que não devem levá-las ao pedestal, a não ser poeticamente, mas a um lugar particular no interior (o senso comum chama de «coração»), onde - mudança de tratamento - você o toma por inteiro. Isso é uma delícia, mesmo sendo um risco óbvio que se corre na vida. Mas assim se vive melhor, ou melhor, se vive.
Então, você é aquela gotinha. Política, futebol, vinhos, sapotis, viagens, vagina e arredores, a música e o trabalho, tudo é tingido de groselha quando a sinto em seus atos, olhares, gestos, quando me cheiras.

That is all for a minute.
Clériston, 20 de julho de 2012.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Discuto sempre com meu marido, com amigos, sobre fé. Fé em Deus, fé numa existência superior, fé no que não podemos ver, nem provar - que é, afinal, a origem do conceito. Tenho assistido ao programa da Cissa Guimarães, no GNT, que se chama "Viver com fé". São relatos muito bonitos, a despeito do que eu mesma coloque como real pra mim. Fé não tem a ver com realidade, com concretude, enfim.

Fui educada em um colégio católico, meus avós e minha mãe são espíritas, meus avós por parte de pai são católicos, meu pai transita por um caminho pouco preciso. Meu marido é filho de pastor evangélico, minha sogra e alguns cunhados e concunhados são ativos e atuantes na igreja protestante. Minhas meninas não foram batizadas na igreja católica por decisão minha e de Husband, que, depois de frequentar muito a igreja de seus pais, discordou de tudo e resolveu sair. O que não significa que ele não tem fé.

Conheci uma menina muito bonita, por dentro e por fora, que vivencia uma fé cativante, cristalina, real. Luisa é para mim o retrato da paz que a gente sente quando acredita. Ponto. Eu, depois de um tempo de muito ceticismo (que é primo irmão do cinismo), ando olhando para as coisas do espírito com mais cuidado. Sempre gostei muito de Maria, Nossa Senhora, mãe de Jesus. Acho que, até por minha verve feminista, admirei desde sempre a postura altiva da mulher à frente do seu tempo que ela foi (ou que dizem que ela foi - olha a veia filosófica-historicista surgindo...). Minha birra com os evangélicos, aliás, sempre passou por aí. Maria, pra mim, é uma figura que representa orgulho e despreendimento a um só tempo, e ainda é regida pela lua. Menos precisa e mais interessante, pois.

Anyway, há coisas que não conseguimos explicar, e isso não me angustia. Pelo contrário, é libertador saber que não sabemos de tudo. Assim, podemos ser surpreendidos, nessa vida contemporânea tão carente de surpresas. Ave, Maria, e que Deus nos abençoe a todos.

Liquidação, ui!

Até prova em contrário, estou de férias. Talvez viaje, talvez não. Talvez me matricule em alguns cursos, talvez não. Como podem ver, estou cheia de certezas. :) Anyway, uma coisa que não pode faltar durante o descanso de uma cidadã burguesa like me é liquidação. A do Shopping Recife tá bombando, meninas. Ontem, passei a tarde inteira lá e comprei diversas coisinhas interessantes. Muitcho bom. Como vou ter que ir de novo trocar uma calça que comprei pra Ju e ficou apertada, a tentação haverá de me provocar uma vez mais. Ou mais de uma. Ó, céus.

Ainda dei uma trabalhadinha hoje, apenas pra dar um help ao meu atual boss. Pra compensar o esforço, salão em seguida. Unhas feitas, dei uns telefonemas pra me atualizar, e sigo aguardando o desenrolar dos acontecimentos. Ontem, atendi mais uma ligação rara. Como, a depender do meu astral, nem sempre consigo agir politicamente, estive abusadinha ao fone. Quase chata. Me dei o direito, ora bolas. Às vezes, é necessário botar o pau na mesa, ainda que você não tenha um. Nem que seja pra desabafar.

domingo, 1 de julho de 2012

Sei não...

Observando, observando... O olhar externo às vezes, ou quase sempre, consegue ver com mais clareza. Medo do ambiente que desponta no horizonte. Sei não. Mergulhar no escuro, numa festa estranha, com gente esquisita, me parece uma atitude, no mínimo, kamikase. Eu mesma ando recebendo ligações raras (como dizem os espanhóis), mensagens cifradas, sinais de fumaça. Como já disse umas boas tantas vezes, em momentos distintos e para pessoas diversas nessa vida, apesar de eu ser muito boa na leitura de subtextos, aprendi que esse talento não vale de muita coisa. Só sei do que me dizem e só entendo a vida traduzida em ações concretas. O resto... não existe, minha gente. Ou vocês já viram ideia se transformando em tijolo por obra e graça do pensamento? Eu mesma nunca vi.