Eita, que esse São João foi meio morgado. Muita gente está, agora, em Pernambuco, reunindo as últimas forças pra tentar enxergar de novo um horizonte pra vida. Difícil demais quando tudo o que se vê em volta é destruição. Essas pessoas precisam saber, porém, que tem um monte de gente trabalhando muito pra que elas tenham, o mais rápido possível, condições de retomar seu trabalho, sua rotina, sua vida. Para elas, uma poesia, nesse momento em que as urgências do corpo não deixam espaço para as manifestações do espírito.
Esperança
Mário Quintana
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
domingo, 27 de junho de 2010
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