
Por essas coincidências da vida, desde os meus pós-20 anos de idade que vou com freqüência a São Paulo. Adoro. Trabalho, congresso, curso – eventos que fazem todo mundo ir a São Paulo costumam me levar lá pelo menos uma vez por ano. Aproveito, então, para fazer as coisas deliciosas que a cidade oferece e muita gente, por preconceito (“é só fumaça!”) ou pressa, desconhece. Esse ano já estive por lá duas vezes. Prometi a um amigo que vai viajar em breve uma sugestão de roteiro pra circular e curtir the Sampa city. Cada caminho, lógico, é pessoal e intransferível, mas aposto que quem for a esses lugares não vai se arrepender:
- Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Sé (linha vermelha do metrô, desce na estação Sé). É um dos mais lindos que já visitei, não sei se porque sou apaixonada por palavras, textos, dizeres, histórias. Nossa trajetória enquanto língua está lá, nossos autores mais representativos também. Passeando e vendo as influências ibéricas, indígenas e negras que compõem nossa história, a gente sente que o homem vale a pena. E que o Brasil é The Best, o melhor lugar do mundo pra se viver.
- Mercadão + 25 de março. Um clássico, todo mundo vai. Mas vale, sempre, a visita. O mercadão, com sua estrutura de ferro, parece com o nosso Mercado de São José, só que mais conservado. Por dentro, muitas barracas de frutas, especiarias, queijos, embutidos, carnes, temperos. E mais: bares ótimos, com comida idem e chope maravilhoso. Aliás, onde é que tem chope ruim em São Paulo? Na saída, suba pela 25, que tem toda a sorte de bugingangas pra vender, em lojas e nos camelôs. Ninguém sai de lá sem pelo menos uma sacolinha. Também tem metrô (estação 25 de março).
- Av. Paulista. Caminhar pela Paulista é uma experiência. Todo mundo corre, o tempo todo. Se você parar, te atropelam. Mas tem o Masp, que é sempre um oásis no meio da agitação. Tem o Centro Itaú Cultural, com shows e eventos de graça todos os dias, basta ir lá e pegar o ingresso uma hora antes. Tem o shopping Paulista, que é uma graça, com sua estrutura antiguinha. Tem as saídas pra Rua Augusta, Haddock Lobo...
- Rua Augusta. Capítulo à parte. O baixo Augusta, onde ficam os hotéis, tinha fama de lugar perigoso e complicado (drogas, moças de vida fácil e que tais). Hoje, é cult. Novas lojas, escritórios e casas de show se instalaram por lá, embora a vizinhança ainda seja mista. Nada que incomode. Descendo, em direção à rua Oscar Freire, porém, a Augusta começa a ficar diferente. Mais lojas, mais restaurantes. Na esquina com a Oscar, a Galeria Ouro Fino merece a visita. Lojas mudernas, casas de tatuagem, de fantasias, de vinis antigos, roupinhas ótimas e não muito caras. Muito legal, quase uma Galeria Joana D’arc ampliada. No meio do caminho, tem as salas de cinema Unibanco, que só exibem filmes que estão fora do circuitão multiplex. Só tem uma coisa: a rua é toda ladeirada – preparem as pernas...
- Rua Oscar Freire. Eita, delícia! Não tem nada melhor nesse mundo que andar no meio de uma gente chique de doer, em calçadas limpíssimas, belíssimas, entre lojas de fachadas irretocáveis. Você se sente rica mesmo sem ser. É só botar uma roupa linda, óculos escuros grandes, fazer carão e escolher um salto confortável. Andar, andar e depois sentar num bistrô, pedir uma taça de vinho e um pratinho de massa ou salada (gente fina come pouco), e observar o movimento. Depois, um capuccino e um licorzinho. A conta (individual) já anda quase na casa nos três dígitos, mas vale todo o investimento. Depois, você, que não tem motorista nem cartão de crédito ilimitado, pode seguir para o brechó chique, vielazinha na esquina da Haddock Lobo que vende objetos e roupas muito interessantes. E que não custam todo o seu salário do mês. Tudo de bom.
- Shopping Pátio Higienópolis. Esse shopping é super, super lindo e charmoso, sem ser tão intimidante como o Iguatemi, que fica na Brigadeiro Faria Lima, nos Jardins. Tem lojas de vinho ótimas, muitos cafés e fica numa rua bem arborizada, em Higienópolis, of course, um bairro residencial muito agradável. Só não tem metrô perto. O Iguatemi é podre de chique, mas a gente, que é pobrinho, fica meio com medo até de chegar perto das vitrines. Porém, se você é ricaço, lá é o seu lugar – tem de Tiffany’ s a Cristian Louboutin. Ô, mega sena....
- Feirinha da Praça Benedito Calixto. Aos sábados, no bairro de Pinheiros, tem uma feira de antiguidades incrível nessa praça. Além dos objetos raros, bonitos e que ainda funcionam, a feirinha comporta uns espaços de comedorias escondidinhos, no interior (e descendo) de umas casas que circundam o local. Come-se muito bem, por um preço justo, ao lado de pessoas interessantes e simpáticas.
- Pinheiros. Ainda em Pinheiros, há, próximo à Av. Rebouças, locais bem agradáveis pra andar a pé, com montes de restaurantes e lojas diferentes e criativas. Lá tem também boas opções de hospedagem pra quem quer fugir do centrão. No shopping Eldorado, tem uma academia de flamenco super, onde fiz um curso em julho último, e também, para as crianças, o parque da Mônica.
Eu ainda podia citar a OCA, no Parque Ibirapuera, o próprio Ibirapuera, os bairros de Vila Madalena, Vila Mariana e Bixiga, a Praça da República, o Bar Brahma (na esquina da Ipiranga com a São João), os SESCs, as FNACs, o Galeto’s, os teatros... São Paulo é superlativa, e vou parar por aqui senão o texto não cabe no blog. Vão lá!