Estava numa reunião no Palácio do Campo das Princesas. O governador afiado, cobrando as respostas das ações que pactuou com seus secretários. Todo mundo preocupado em cumprir os prazos, a agonia que sempre é fazer valer a eficiência no serviço público, com toda a burocracia que lhe é própria...
Distraí. Fui ao banheiro ao lado da sala de monitoramento, que é enorme e lindo. Olhei pela janela, enorme e linda, e fiquei admirando o vitral do pátio interno do Palácio. Minha cabeça voava, e aterrisava na ponte do Limoeiro, que já está toda enfeitada para o carnaval. A equipe do primeiro escalão do governo quer se mudar, e parar de despachar no Palácio - ouve-se falar nisso há algum tempo. Dizem que não tem a estrutura adequada, falta fiação e sei lá mais o quê. Acho uma pena. O Palácio é a coisa mais preciosa, e inspira quem o freqüenta, ou pelo menos deveria inspirar.
O dia estava bonito, e quente. Continuei desligada, olhando para o lustre antigo acima da minha cabeça, na sala de pé direito altíssimo. O povo trabalhando, tentando imprimir ritmo à semana pré-carnavalesca, coisa bem difícil, devo dizer. O governador falando, e eu só pensando... em mil coisas, menos nas políticas públicas estaduais. Tomara que ele não leia o meu blog.
Caso leia, coisa bastante improvável, peço desculpas, mas é que o juízo não estava mesmo conectado. Me esforço, então, e volto à estrada que liga Afogados a São José do Egito. É a primeira reunião de monitoramento do ano, e a coisa vai render, tem muito assunto. Onze horas. Tô com fome, como uns biscoitinhos e o garçom serve água de coco. Recife, lá fora, está bela, enfeitada, vivendo a energia que toma conta da cidade nessa época do ano.
Me dá uma certa agonia, fico doida pra sair da sala de monitoramento e respirar sem o acompanhamento de um ar-condicionado. Tá calor, eu sei, mas estou com vontade de sentir calor, de aquecer o coração. Meu maior desejo, neste momento, é pequeno: quero andar a pé, nas calçadas do Recife velho, e observar o movimento. De vez em quando, a felicidade é feita de coisinhas miúdas. As grandes coisas, aquelas que mudam o rumo da gente, costumam vir a reboque.
13h. Fui embora, caminhando. Encontrei mainha, que estava cansada porque havia cantado com o coral do qual faz parte em nove andares do prédio da Secretaria da Fazenda. Cantaram canções de carnaval. Cheguei à rua da Moeda, fui à livraria Cultura, comprei uma revista. Eu, que leio revista de trás pra frente, encontro, logo no último artigo, uma frase de que gosto muito: "é melhor ser feliz do que ter razão". E não é que é mesmo?
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
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Tá difícil mesmo... fui hoje no centro comprar 40 caixas de chiclete para uma ação que vamos fazer na insinuante. Pense. O povo comprando fantasia e eu com 480 chicletes na cabeça.
ResponderExcluirE hoje ainda tem aula na faculdade - ô, negócio fora de propósito!
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