segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A treva

Digamos que o fim de semana foi, assim, sui generis. Deveria ter sido ótimo, poderia ter sido péssimo, média 5,0. A semana anterior já havia rendido alguns aborrecimentos, potencializados pelos hormônios, capazes de diminuir sobremaneira a racionalidade de uma pessoa. Mas, ok, havia pela frente a perspectiva de um sábado divertido, pois eu e minha dupla estávamos sem as crianças e planejávamos mil programas. Eis que, já na sexta, pego a gripe que já rondava meus familiares. Dor de garganta; a cada golinho de vinho, piorava. Desisti.

De qualquer forma, resolvemos manter a saída do sábado de manhã, que era ir ao Mercado da Encruzilhada comer no português, que eu ainda não conhecia. Achei que ia ser uma coisa com cara de farra e clima de férias. Logo na chegada, porém, percebi que minhas expectativas estavam superdimensionadas. Lugar pequeno, feio e sujo. Garçonetes feias e grossas. Não as culpo, já que o dono do estabelecimento, o tal português, é infinitamente mais grosso que elas. Até aí, vá lá, não estava esperando tratamento de princesa. Só que, daí a pouco, a sujeita decidiu instalar uns seres desconhecidos na nossa mesa, porque havia lugares vagos. Acontece que estávamos esperando um casal amigo, mas, ainda que não estivéssemos, não sou tão sociável assim. Dei um fora na muié, que me olhou com cara de “que louca”. Depois, descobri que era a praxe local reunir estranhos nas mesas, pra ampliar os lucros. Tô fora geral, odeio e acho que tenho o direito de odiar.

Chegaram os bolinhos de bacalhau, legais. Só que a coisa toda começou a piorar. Certa hora, um vendedor de sapoti resolveu circular com sua mercadoria por entre as mesas. Ao oferecer para um cliente, meu vizinho, não teve dúvida: sacudiu a caixa da fruta na minha mesa. Em cima do meu prato. Já tinha pedido a conta, a garçonete já tinha errado o pedido, o português chefe dela já tinha lhe dado um esculacho daqueles. E a gente esperando o troco. E o cara do saputi com a caixa dele em cima do meu prato. Desisti de ser alguém que convive com a precariedade de forma tranqüila. Sou mais fina que isso, ave Maria. Um pouquinho de conforto, é pedir muito? Garanto que tem um monte de gente que só vai pra esses lugares pro causa do folclore.

Fomos embora antes da primeira meia hora. E aí, veio o domingo... Cenas do próximo post.

4 comentários:

  1. Eu não recomendo o português. Apertado demais. Barulhento demais. Fico com o mercado da boa vista e seu clima de quintal de casa de interior (quando não estão acontecendo eventos neo-cabeçudos-meio-intelectual-meio-de-esquerda por lá)

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  2. Concordo totalmente. Absolutamente. Adoro mercados, mas aquele... never more.

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  3. Em tempo, acho que os comentário do seu blog não estão abertos a todos (tem que ter uma conta online para comentar). Ve isso ai. O de cleriston está ok.

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