quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tigresas do Funk

No mais das vezes, nós, burgueses do bem, sofremos com o sofrimento alheio, resquício da nossa educação cristã (ou marxista), ou quem sabe, do nosso bom caráter. Ou talvez das culpas que carregamos. Bom, apesar de estarmos um tanto anestesiados em relação às desgraças do mundo, tantas e tão presentes no cotidiano de todos nós, ainda assim costumamos ser solidários. Ao menos na intenção.

Assim sendo, eis que, ao passar numa rua movimentada de Boa Viagem (não lembro qual) fiquei comovidíssima com a situação de um grupo de moças, coitadas, potencialmente sofredoras. As pobrezinhas das Tigresas do Funk estavam juntas, de pé, fazendo pose para uma foto, em um cartaz colado na parede. Fariam, em breve, show em uma casa noturna. Todas elas, sem exceção, sofriam de grave hiperlordose, e tinham as costas curvadas de uma maneira sobrenatural. Provavelmente, aos 40 anos estarão circulando em cadeiras de rodas. Segundo ouvir falar, o problema é causado por esforço repetitivo realizado no trabalho. Tão jovens. Uma pena.

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