quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Mas o que diabo, afinal, querem as mulheres?

Adoro as colunas da coleguinha Flávia de Gusmão. Acho que ela é muito perspicaz, tem os dois pés na realidade e, ainda assim, não é amarga. Sou fã. Fim de semana passado, porém, tive que discordar um pouco dos seus argumentos. Dizia ela que as mulheres viveram durante boa parte da sua existência cobrando dos homens mais atenção, mais romantismo. E que era divertido cobrar isso deles. Hoje, entretanto, segundo Flávia, alguns rapazes estariam levando o pedido a sério demais, e já estavam cansando a beleza dos seus pares com tanta sensibilidade. Muitas ligações, muito amor, muita carência. E o resultado disso seria o mulherio binando os caras e reclamando para as amigas de “falta de espaço”.

Claro que alguém ligando pra você o tempo todo pra dizer nada é chato. Porém, se você está in love, quer mais é falar com a pessoa mil vezes por dia mesmo. Isso não é sufocante, não é desagradável. Marido preocupou, quando leu a coluna: “não vou deixar de ligar sempre não, viu? E vou continuar sensível, e tudo o mais, e tal e coisa”, disse, ao me ver rindo com o texto. Tranquilizei-o, ao confirmar minha opção pela atenção e pelo carinho. Se eu quisesse um ogro tinha casado com um, que é o que não falta no mundo. Os excessos são ruins, claro, mas não significa que estejamos pregando a volta do macho bebedor de cerveja-insensível-desatento-infiel-babaca. Longe disso. Também não acho que foi exatamente isso que Flávia quis dizer, mas a confusão de sentimentos e desejos nas mulheres, em geral, é evidente.

Estaríamos preferindo o provedor, em detrimento do companheiro que divide a vida, mas que não vai poder bancar todos os nossos desejos? Estaríamos querendo tanta farra quanto a que eles fizeram no passado? Como assim, se esperamos pedidos de casamento a seguir? Não dá pra ter tudo. E as mensagens dúbias só aumentam a confusão. Há moças que saem com um cara diferente dia sim, dia não, fazem cara de lobas superindependentes – tipo “não preciso de você amanhã, meu filho. Tenho um plano B”, e querem ser encaradas como possibilidade de relacionamento sério. Como, se dão a entender que estão bem assim, circulando? Quem é que vai bancar, ainda que seja o cara menos preconceituoso do mundo? Não é questão de reavivar pudores hipócritas, nada disso. Um ser são não entra numa furada se puder evitar, e se envolver com alguém escorregadio demais é furada, seja homem ou mulher.

Dito isto, os homens seguem sem saber se pedem ou não em namoro; se pagam ou não a conta; se ligam uma, duas ou nenhuma vez por dia; se dão presente ou não; se lembram ou não das datas importantes; se transformam a sua mulher numa companheira de verdade ou se continuam agindo feitos machos John Wayne. Na dúvida, rapazes, digo eu, e acho que um monte de gente vai concordar: optem pela delicadeza, pela gentileza, pela atenção sincera. Se a sua mulher não gostar... troque de mulher que essa daí é uma besta.

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