Gosto muito de um tipo de humor que é próprio dos ingleses. Sutil, sarcástico, inteligente - daquele que só um olharzinho mais apurado absorve. Quem estiver procurando obviedade, ou aquela risada fácil e besta com cara de comédia adolescente, não vai encontrar mesmo. Não significa, porém, que as situações descritas sejam pouco divertidas - pelo contrário. Neste caso, a ironia reina, e a gente ri por dentro, larga e frouxamente. Delícia.
Falo aqui daquilo que conheço, já que não sou uma entendedora, mas adoro, por exemplo, Agatha Christie e Jane Austen. Comprei, ontem, o romance "Orgulho e Preconceito", de Austen, e mais um livrinho de Christie para minha coleção de policiais. Desta, tenho tantos que nem lembro o título deste último que comprei. Adoro. Não é alta literatura, mas é entretenimento de primeira.
Fui apresentada à Jane Austen pelo cinema. O livro, entretanto, como sói acontecer, é ainda mais legal. Só pra dar uma idéia, sintam a primeira frase do book que estou lendo: "É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna deve estar necessitado de esposa". E por aí vai. As moças do romance apontam suas vidas para o trinômio casamento-paixão-intriga, naturalmente, pela época em que ele foi escrito (início do século XIX, por aí). Mas elas são plenamente inteligentes e cientes do seu estar-no-mundo; sabem que a possibilidade de mobilidade delas é restrita, e trabalham com esta perspectiva. No fim das contas, o que Austen faz é crítica social da melhor qualidade, sem precisar levantar nenhuma bandeira. Gênia.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
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Já assiti ao filme, não li o livro. Depois quero emprestado p/ lê...
ResponderExcluirAdoraria que vc escrevesse uma resenha pro nosso curta "Sobre a mesa, Sobre a cama"...
Bruno Souza
me dá uma cópia!
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